Câmara Municipal da Pederneira
| IPA.00003334 |
Portugal, Leiria, Nazaré, Nazaré |
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Arquitetura político-administrativa, seiscentista e setecentista. Câmara municipal possivelmente construída no séc. 16 e reformada no 18, de planta retangular simples e linhas simples, posteriormente adulterada por ocupações distintas. A fachada principal tem dois pisos, e é rasgada regularmente por vãos retilíneos em eixo, formado por portas e janelas de sacada ou peitoril, em ritmo alternado, destacando-se o eixo central onde o portal é encimado por espaldar de cantaria recortado e brasão com as armas de Portugal, envolvido por decoração rococó. Este eixo é ainda acentuado pela torre sineira, setecentista. Interiormente os espaços são agora amplos, já não possuindo a típica divisão funcional da casa da câmara e tribunal e cadeia. |
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Número IPA Antigo: PT031011020006 |
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Registo visualizado 563 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Político e administrativo regional e local Câmara municipal Casa da câmara, tribunal e cadeia
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Descrição
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Planta retangular simples, com cobertura em telhados de quatro águas, rematadas em beirada simples, integrando ao centro torre sineira, quadrangular. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, a principal virada a O. , ao largo, de dois pisos, rasgada por cinco eixos de vãos, de verga reta e molduras simples de cantaria, correspondendo no piso térreo a cinco portas, o central encimado por espaldar de cantaria, delimitado por fina cornija que enrola inferiormente, e brasão com as armas de Portugal, envolvido por concheados; no extremo esquerdo, abre-se ainda uma pequena janela de peitoril. No segundo piso abrem-se, sobre as portas laterais, quatro vãos, sendo os exteriores janelas de sacada, com guarda em ferro, e os interiores janelas de peitoril. Sobre a cobertura, eleva-se, no alinhamento da fachada, o corpo da torre sineira, de cunhais apilastrados, dois registos separados por cornija e remate em cornija; tem cobertura em coruchéu piramidal de dois registos, coroado por pináculo sobre plinto. No primeiro registo possui, na face frontal, relógio de cantaria circular, e, no segundo, abre-se, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita, sobre pilastras, atualmente envidraçadas. A fachada posterior tem um só piso, rasgado irregularmente por duas janelas de peitoril, molduradas, vão longilíneo, sem moldura, fechado a tijolo de vidro, e porta de verga reta, no topo direito. INTERIOR com as paredes pintadas de branco e pavimento em soalho de madeira. No piso inferior, existe uma sala destinada a exposições temporárias, um bar, um posto de informação turística e sanitários públicos; o piso superior é ocupado por uma ampla sala polivalente, com cobertura de madeira sobre travejamento. |
Acessos
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Lugar da Pederneira; Largo Bastião Gonçalves |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto nº 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 |
Enquadramento
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Urbano, adossado. Implanta-se adaptado ao declive do terreno, enquadrando por E. o principal largo da povoação, de planta retangular, pavimentado a calçada à portuguesa, formando quadrícula de malha larga, preta e branca, possuindo ao centro o Pelourinho da Pederneira (v. IPA.00001774), e lateralmente algumas árvores de grande porte, canteiros de flores e bancos de jardim. À fachada lateral direita adossa-se corpo retangular, de linhas mais modernas, com planta retangular, cobertura curva e fachada principal revestida a cantaria, com uma máquina ATM (caixa Multibanco). A S. do largo ergue-se a Igreja Paroquial da Pederneira (v. IPA.00001421). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Política e administrativa: câmara municipal |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: galeria de exposições / Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 21 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1514, 01 outubro - D. Manuel I concede foral novo à vila da Pederneira; séc. 16 - provável construção da Casa da Câmara; séc. 18 - reforma do edifício, com feitura do espaldar sobre o portal principal e da torre sineira; 1712 - Pederneira tem 250 vizinhos e é da comarca de Leiria; 1758, 01 julho - o pároco Inácio Barbosa de Sá nas Memórias Paroquiais da freguesia, refere que a povoação, com 171 fogos, integra os coutos do Mosteiro de Alcobaça, tem dois juízes ordinários e câmara; 1855 - extinção do concelho da Pederneira devido ao declínio demográfico, sendo então anexado ao de Alcobaça; o edifício deixa de funcionar como Paços de Concelho, passando a ter diversas utilizações, como açougue, cadeia, tribunal e edifício da instrução primária; 1898, 3 junho - restaura-se o concelho da Pederneira; 1912 - criação do concelho da Nazaré, certamente devido à recente evolução da povoação da Praia da Nazaré, onde é integrada a povoação da Pederneira; 2005, 07 setembro - abertura do espaço cultural no edifício com a exposição "A Vila da Pederneira: Origens e Evolução", relatando a história da Pederneira desde a formação e transformação da Lagoa da Pederneira, até às convulsões sociais que culminam com a autonomia político-administrativa do concelho da Pederneira. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada; molduras dos vãos, espaldar, brasão, cunhais, frisos e cornija em cantaria calcária; portas, caixilharia e portadas interiores em madeira; vidros simples e tijolo de vidro; pavimento de madeira; cobertura de telha. |
Bibliografia
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MARQUES, Maria Zulmira Albuquerque Furtado - Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça. Alcobaça: Tipografia Alcobacense, 1994; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme - Portugal - Diccionário. Lisboa: 1911, vol. v; SEQUEIRA, Gustavo de Matos - Inventário Artístico de Portugal. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1955, vol. V. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN:DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 28, n.º 98, fl. 625-628) |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 2005 - obras de requalificação, orçadas em cerca de 250 mil euros, com objetivo de criar um espaço polivalente para acolher actividades culturais e recreativas; as obras incluem a recuperação e adaptação funcional do imóvel e a valorização do espaço exterior envolvente, o Largo Bastião Fernandes. |
Observações
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Autor e Data
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Paula Noé 2014 |
Actualização
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