Padrão no arrabalde de Elvas / Padrão comemorativo da Batalha da Linha de Elvas / Terreiro da Batalha das Linhas de Elvas / Padrão dos Murtais

IPA.00003206
Portugal, Portalegre, Elvas, Caia, São Pedro e Alcáçova
 
Arquitectura comemorativa, seiscentista. Padrão comemorativo característico da centúria de seiscentos, de mármore branco, erguido sobre soco de 3 degraus, composto por plinto e coluna toscana rematada por coroa real fechada; o plinto apresenta três das suas faces epigrafadas com inscrição votiva, em caracteres romanos, realçados a tinta preta. Apesar do seu isolamento relativamente à urbe, mantém ainda viva a memória da Batalha das Linhas de Elvas, a primeira grande batalha da Restauração. A inscrição votiva reparte-se pelas três faces do plinto, tendo início na face SE., ou seja no lado virado à cidade, e terminando no lado oposto.
Número IPA Antigo: PT041207020007
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Comemorativo  Monumento comemorativo  Monumento comemorativo  Tipo padrão

Descrição

Planta central composta por soco e plinto e coluna de mármore. Soco pétreo, de 3 degraus de planta quadrada, erguido sobre baixa plataforma, de alvenaria rebocada e caiada, em talude; cada degrau é constituído por blocos aparelhados, com focinho em bocel, unidos por juntas de argamassa; no piso do 1º degrau arranca gradeamento férreo, com c. de 1m de altura, de barras verticais e corrimão, ambos de secção quadrada, apresentando as barras dos vértices, base em balaústre e remate em pináculo piramidal; no lado SO., à direita, o gradeamento interrompe-se para acesso ao recinto, sendo reforçado, a SO. e SE., por tirantes de ferro, de secção cilíndrica, que arrancam do pavimento do 2º degrau e engancham no corrimão por mola de ferro. Ao centro o plinto de base tripla, de secção recta, e remate em cornija moldurado; faces NO., NE. e SE. epigrafadas e na face SO. placa comemorativa de mármore cinzento. Coluna da ordem toscana, com c. de 5m de altura; fuste com ligeiro entase, formado por dois tambores, o superior com 1/4 da sua altura total; sobre o capitel pináculo quadrangular munido de base simples e remate em cornija moldurada; sobre este coroa real fechada com espigão de ferro no topo.

Acessos

EN 246, no sítio dos Murtais. Após c. de 800m da saída de Elvas em direcção a Santa Eulália, virar à mão esquerda por caminho de terra batida (c. de 20m antes do caminho que segue para o Forte da Graça, a E.); seguindo por esta estrada, a c. de 350m, encontra-se a encruzilhada com a R. do Pão Ralo Belho, a N.; virar à mão direita, em direcção a NO.; o Padrão fica a 420m. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,890905; long.: -7,177005

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 (Padrão) / MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 3/2013, DR, 1.ª série, n.º 85 de 03 maio 2013

Enquadramento

Rural, isolado, num outeiro, a 319m de altitude, a NO. da cidade de Elvas. O Padrão fica no centro de uma rotunda de terra batida, aberta em zona de olival e descampado, a SO. da antiga estrada municipal para Barbacena que passa pela Capela de Santo Amaro, localizada a NNE. (v. PT041207020067), da qual dista 250m; a SE., a uma distância de 420m, o Marco de cruzamento (v PT041207020189), do qual parte a antiga estrada municipal para Santa Eulália (v. PT041207060201), a N.; a NE., a c. de1Km o Forte da Graça (v. PT041207020006); a c. de 700m as povoações de Telhal das Magras (a SE.) e da Raposeira (a SO.); a S. avista-se o Aqueduto da Amoreira (v. PT041207030008) e o Convento de São Francisco (v. PT041207030041) e para SE. o Núcleo intramuros de Elvas (v. PT041207010029).

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: a legenda gravada em caracteres romanos, encontra-se repartida por três das quatro faces do plinto, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, de SE. para NO.; algumas das letras encontram-se inclusas dentro de outras (um "O" dentro de um "D" ou de um "C", por exemplo) ou acopladas entre si (a haste direita do "H" ou do "M" comungando com a haste do "E", por exemplo). Transcrição: "NO ANNO DE 1659, REINANDO EM PORTUGAL DOM ADONSO O SEXTO, EM TERÇA FEIRA QUATORZE DIAS DE JANEIRO DO MESMO ANO, DOM ANTONIO LUIS DE MENEZES, MARQUÊS DE MARIALVA, CAPITÃO GERAL DESTA PROVINCIA D'ALENTEJO, INTRODUZIU SOCORRO NA PRAÇA E CIDADE D'ELVAS, QUE ESTAVA SITIADA POR DOM LUIS DE HARO, CAPITÃO GERAL DE ESTREMA (na face SE.) DURA, PRIMEIRO MINISTRO DEL REI FELIPE O QUARTO, ATACANDO, ROMPENDO, DESMANTELANDO E GANHANDO A CIRCUNVALAÇÃO INIMIGA, ARTILHARIA, BAGAGENS, MUNIÇÕES E SECRETARIA E TOMANDO MUITOS CABOS E PRISIONEIROS, ESTA MEMÓRIA SE PÔS PARA QUE OS MORTAIS DEÊM GRAÇAS AO SENHOR DOS EXÉRCITOS E VITÓRIAS, ROGUEM PELAS ALMAS (na face NE.) DOS QUE SE ACHARAM E DERAM AS SUAS VIDAS EM TÃO SINGULAR E PROFIADA BATALHA QUE DUROU DAS NOVE HORAS DA MANHÃ ATÉ SE CERRAR A NOITE (na face NO.). Lápide na face SO.: "1659 - 1959 / OS PORTUGUESES / DE HOJE / NÃO ESQUECEM / OS SEUS HEROIS". *1

Utilização Inicial

Comemorativa: monumento comemorativo

Utilização Actual

Comemorativa: monumento comemorativo

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Câmara Municipal de Elvas, auto de cessão de 09 Novembro 1943

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1658, Outubro - o exército castelhano, formado por 14.000 homens de infantaria e 5.000 de cavalaria e 19 peças de artilharia, comandado por D. Luís de Haro reune na fronteira do Caia e coloca cerco à Praça de Elvas; na sequência do assédio, que já durava há três meses, o Conde de Cantanhede, D. António Luís de Meneses, é encarregue de organizar a defesa da cidade, reunindo tropas em Estremoz; para o efeito é obrigado a recrutamentos em Viseu e na ilha da Madeira e a recorrer às guarnições de Arronches, Borba, Campo Maior, Juromenha, Monforte e Vila Viçosa, conseguindo um exército com 8.000 homens de infantaria e 2.900 de cavalaria e aionda 7 peças de artilharia; por sua vez o Conde de Vila Flor, D. Sancho Manuel de Vilhena, assume as funções de Mestre-de-campo-general; 1659, Janeiro - tendo ficado acordado que o ataque às linhas de Elvas se faria pelo sítio conhecido por Murtais, o exército português sai de Estremoz e marcha sobre a praça de Elvas, cercada pelos castelhanos, indo ocupar as Colinas da Assomada; 1659, 14 de Janeiro - pelas 8h da manhã, e beneficiando do denso nevoeiro, as tropas portuguesas dão início ao ataque, tendo lugar a 1ª grande Batalha da Restauração, durante a qual o exército português logra romper as linhas de cerco inimigas, desbaratando os sitiantes, aos quais inflige severas baixas, deixando estes para trás toda a artilharia, depósito de munições e mantimentos, bem como os pertences de D. Luís de Haro, incluindo toda a secretaria com importantíssima documentação; 1659 - edificação do padrão, mandado erguer por D. Afonso VI, assinalando a vitória portuguesa na batalha da linha de Elvas; 1830 - construção do caminho municipal para Barbacena passando pelo Padrão; 1934 - o Padrão é avaliado, não incluído o valor histórico e arqueológico, em 2.500$00; 1939, fevereiro - data do Tombo do Padrão, avaliado em 1.500$00 e estando em regular estado de conservação *2; 30 março - data do auto de entrega do Padrão ao Ministério das Finanças, em conjunto com os prédios militares de Campo Maior; neste mesmo ano elabora-se ante-projecto de construção de uma praça junto ao monumento por ocasião das comemorações de 1940; 1946 - a zona de proteção do Padrão pertence aos herdeiros de António Joaquim Sequeira (TXT.00602657); 1959 - colocação de lápide alusiva aos 300 anos da batalha; 2007, 19 fevereiro - Despacho de abertura de classificação do Terreiro da Batalha das Linhas de Elvas; 2008, 23 abril - parecer do Conselho Consultivo do IGESPAR, a propor a classificação do Terreiro da Batalha das Linhas de Elvas como Monumento Nacional; 2009, 07 janeiro - parecer do Conselho Consultivo do IGESPAR, a propor a classificação do Terreiro da Batalha das Linhas de Elvas como Monumento Nacional; parecer do Conselho Consultivo do IGESPAR favorável à demarcação de uma Zona Especial de Proteção doTerreiro da Batalha das Linhas de Elvas; 21 dezembro - Despacho da Ministra da Cultura a homologar a classificação do Terreiro da Batalha das Linhas de Elvas como Monumento Nacional; 2012, 04 abril - publicação do projeto de decisção relativo à classificação como Monumento Nacional do conjunto e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção, em Anúncio n.º 7456/2012, DR, 2.ª série, n.º 68.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Mármore branco de Estremoz

Bibliografia

ALMADA, Vitorino, Elementos para un dicionário de Geographia e História Portuguesa - Concelho d'Elvas, Elvas, 1888; PROENÇA, Raul, Elvas in Guia de Portugal, Lisboa, 1927; KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Vol. 1, Lisboa, 1943; MOREIRA, Bastos, "Monumentos de Evocação Militar", Jornal do Exército, Maio 1979.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA, DGEMN:DSID; Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo dos Prédios Militares: PM 101/Elvas - Padrão das Linhas de Elvas

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN/DSARH-010/087-0081, 0118, 0119, 0120, 0121, 0122, DGEMN: DSID (DGEMN:DSID-001/012-1749); Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo dos Prédios Militares: PM 101/Elvas - Padrão das Linhas de Elvas

Intervenção Realizada

DGEMN: 1940 - limpeza e reparação do Padrão das Linhas de Elvas.

Observações

*1- Segundo Bastos Moreira: "Esta memória se pôs para que os mortais dêem peças ao Senhor dos Exercitos e vitórias; roguem pelas almas dos que acharem e deram as vidas em tão singular e porfiada batalha, que durou desde nove horas da manhã até se cerrar a noite". *2 - O Padrão é descrito como Monumento em forma de coluna de cantaria, sobre pedestal e degraus, e encimado por uma coroa; comemora a batalha das Linhas de Elvas, conforme inscrição que tem no pedestal. Falta-lhe a cruz que encimava a coroa e tem atualmente uma grade de ferro assente num degrau.

Autor e Data

Rosário Gordalina 1991 / Rosário Gordalina 2009

Actualização

Rosário Gordalina 2009
 
 
 
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