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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Agrícola e florestal Quinta
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Descrição
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Trata-se de um edifício de planta rectangular, de 2 / 3 pisos e pequena torre quadrangular, detentor de volumetria bastante irregular, pela existência de múltiplos corpos a diferentes alturas. Adossada à fachada S. uma escadaria de duplo lanço permite o acesso ao 2º piso, com patamar coberto por alpendre apoiado em 4 colunas de cantaria, onde se situa a porta principal, aberta (tal como as 2 janelas de peito que a ladeiam) em muro inteiramente revestido a azulejos setecentistas azuis e brancos. Sob este alpendre, ao nível do piso térreo, e nos muros de suporte da escada, observa-se um revestimento azulejar de painéis historiados, ostentando as efígies dos fundadores da quinta e emolduramentos polícromos rocaille. O edifício é circundado por um extenso jardim. No interior merecem menção os lambris de azulejos setecentistas que se observam em algumas salas. A capela ostenta igualmente um significativo revestimento azulejar de temática sacra (figurações dos santos padroeiros dos fundadores da quinta). A O. da casa situa-se a área reservada à vinha e no extremo a adega; a S. uma pequena área de terreno baldio; a N. os escritórios, bem como as cavalariças. |
Acessos
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Avenida de D. José I (antiga EN11). WGS84 (graus decimais) lat.: 38,694325, long.: -9,329650 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B. n.º 42 de 19 fevereiro 2002 / ZEP, Portaria n.º 402/2010, DR, 2.ª série, n.º 114 de 15 junho 2010 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado por muros. A propriedade forma um extenso polígono irregular completamente murado, em cujo interior, parcialmente oculta pela vegetação, se situa a casa da quinta. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Agrícola e florestal: quinta |
Utilização Actual
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Agrícola e florestal: quinta |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Jacinto Isidoro de Sousa (1770, atr.) |
Cronologia
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1770 - o arquitecto Jacinto Isidoro de Sousa procede à aquisição de terrenos e à edificação da casa da quinta; 1794 - Joaquina Teodora de Sousa, viúva de Jacinto Isidoro de Sousa, vende a propriedade a José de Almeida Vasconcelos Soveral de Carvalho da Maia Soares de Albergaria, 1º barão de Moçâmedes e 1º visconde da Lapa e, nesta data, governador da praça de Cascais, que procede à plantação das vinhas e inicia a exploração vinícola da propriedade; a propriedade fica então igualmente conhecida pela designação de Quinta da Lapa; por morte do barão e visconde (ocorrida depois de 1805), a propriedade passa para o seu filho segundogénito, Manuel de Almeida Vasconcelos Soveral de Carvalho da Maia Soares de Albergaria, 2º barão de Moçâmedes, 2º visconde e 1º conde da Lapa; 1832 - por morte do conde, ocorrida neste ano, herda a propriedade o seu filho único Manuel Francisco das Misericórdias Manuel de Almeida Vasconcelos Soveral de Carvalho da Maia Soares de Albergaria; séc. 19, meado - após os danos causados pela filoxera procede-se à replantação da vinha, constroem-se 8 lagares e restaura-se a adega; 1868 - a casa era habitada sazonalmente pela família dos condes da Lapa; 1915 - aquisição da quinta por Baltasar Freire Cabral, da família dos condes de Cabral, a D. Luísa de Almeida Vasconcelos, herdeira dos condes da Lapa; a quinta passa para os filhos de Baltasar Freire Cabral, Francisco e José Cabral, atravessando a propriedade agrícola uma fase de declínio; Década de 80 - a quinta é propriedade de Raul Ferreira & Filho, Lda.; 1987 - apresentação à Câmara Municipal de Cascais, de um projecto de loteamento dos terrenos da quinta pelos seus proprietários; 1992 - discussão pública do estudo de impacto ambiental sobre o projecto da Junta Autónoma das Estradas de ligação entre a autoestrada A5 e a Estrada Marginal, implicando o atravessamento da propriedade; 1998, 13 abril - proposta de classificação da CMCascais; 1990, 09 maio - parecer favorável à classificação como Imóvel de Interesse Público, pelo Conselho Consultivo do IPPAR, que dá um parecer sobre a definição da Zona Especial de Proteção; 16 maio - Despacho de homologação da classificação do Secretário de Estado da Cultura e fixação da Zona Especial de Proteção; 1997, 08 janeiro - nova proposta de Zona Especial de Proteção pela DRLisboa; 19 novembro - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pelo Ministro da Cultura; 2007, 27 março - proposta de reformulação da Zona Especial de Proteção pela DRLisboa; 16 maio - parecer favorável do parecer do Conselho Consultivo do IPPAR; 2008, 28 janeiro - Despacho de homologação da nova Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque pintado, azulejos. |
Bibliografia
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LENCASTRE, D. José Coutinho de, Passeio de Lisboa a Cascais, Lisboa, 1868; LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. II, Lisboa, 1874; COSTA, Américo, Dicionário Corográfico de Portugal Continental e Insular, Vol. IX, Lisboa, 1947; SIMÕES, João Miguel dos Santos, Azulejaria em Portugal no Século XVIII, Lisboa, 1979; STOOP, Anne De, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Barcelos, 1986; DIAS, Rodrigo A. R., A Quinta de Recreio dos Marqueses de Pombal. Oeiras, Oeiras, 1987; Quinta do Barão Constitui Menor Região Demarcada, in Primeiro de Janeiro, Porto, 24.08.1987; Urbanização Ameaça Vinho de Carcavelos. Dizem Vereadores do P.C.P. de Cascais, in Diário de Notícias, Lisboa, 15.10.1987; SILVA, Raquel Henriques da, A Arquitectura de Veraneio em S. João do Estoril, Parede e Carcavelos - 1830-1930, in Arquivo de Cascais, nº 7, Cascais, 1988; MORAIS, Prazeres do Céu, O Vinho de Carcavelos. Abordagem Histórico-Geográfica, in Arquivo de Cascais, nº 9, Cascais, 1990; PRUDÊNCIO, Isabel Maria, Carcavelos. Uma Abordagem Antropológica do Espaço Vivido, Cascais, 1992; PALMA, Adolfo, Carcavelos Sem Vinho Nem Feira, in Público, Lisboa, 21.09.1992 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1- DOF:..conjunto constituído pelo solar, jardins e adega. |
Autor e Data
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Paula Noé 1990 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 |
Actualização
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