Igreja Paroquial de Curvos / Igreja de São Cláudio

IPA.00000029
Portugal, Braga, Esposende, União das freguesias de Palmeira de Faro e Curvos
 
Arquitectura religiosa, revivalista. Igreja paroquial de planta longitudinal com três naves de cronologia díspar e torres sineiras e sacristias adossadas lateralmente. Fachada principal definida por pilastras com frontão curvo, flanqueada pelas torres sineiras. Empenas rematadas por cruzes sobre acrotérios. Portal de verga recta encimado por janelão rectangular coroado por frontão triangular. Decoração interior com azulejos, retábulos de talha policroma e vitrais nas janelas. Segue a tipologia da Igreja Matriz da sede do concelho, setecentista. Igreja de planimetria adulterada dado o acrescento das naves laterais. Enquanto que a torre da esquerda surge sensivelmente recuada em relação à fachada, a do lado direito, réplica da primeira, surge à face. Os azulejos colocados recentemente no interior reproduzem temas de cronologias diferentes, pois os de ponta de diamante são típicos do maneirismo e os de albarradas ladeando o arco triunfal são típicos do barroco da chamada produção joanina e não evidenciam boa articulação com os elementos arquitectónicos.
Número IPA Antigo: PT010306040013
 
Registo visualizado 699 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta, orientada a O., com nave central e capela-mor rectangulares adossadas em eixo, torres quadrangulares, naves laterais e sacristias rectangulares adossados lateralmente. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas e uma águas. Alçados percorridos por embasamento avançado e cornijas, com cruz sobre acrotério nas empenas. Fachada principal, flanqueada pelas torres sineiras, com pilastras nos cunhais sobrepujadas por urnas e terminada em frontão curvo, cujo tímpano definido por pilastras, ladeadas por aletas, alberga em nicho de arco pleno a imagem do padroeiro, em pedra, com a data de 1904 gravada na base, coroado por pináculos laterais e cruz sobre acrotério ao centro. Portal de verga recta com cornija, encimado por janelão rectangular coroado por frontão triangular com a data de 1874 gravada. Torres sineiras semelhantes, com acesso exterior, delimitadas por cunhais de cantaria e três níveis marcados por cornijas, tendo o superior quatro sineiras em arco de volta inteira. Remate em balaustrada com gárgulas de canhão nos ângulos e pináculos sobre os cunhais e cobertura em coruchéu com pináculo. Alçados laterais semelhantes, rasgados por porta ladeada por dois janelões na nave e janelão na capela-mor. Alçado posterior com duas janelas rectangulares, sobrepostas, na capela-mor e janelão rectangular nas sacristias. Interior com lambril de azulejos azuis brancos e amarelos em ponta de diamante *1, coro-alto sobre três arcos abatidos, apoiados em colunas de pedra, com balaustrada de madeira, porta de acesso à direita e janelão rectangular com vitral representando o padroeiro; sub-coro com para-vento ao centro, ladeado por duas pias de água benta em granito, e um vão em arco pleno à esquerda. Colateralmente duas naves laterais, separadas da central por dois arcos abatidos assentes em colunas de pedra, duas portas de acesso ladeadas por quatro janelões rectangulares com vitrais *2, duas portas de ligação às sacristias e quatro retábulos de talha policroma. Pavimento em soalho com passeio central em granito polido e tecto de perfil curvo, de placa de cimento forrado com castanho, decorado no centro com a imagem de São Cláudio e nos quatro cantos as imagens dos evangelistas. Precede o arco-triunfal um estrado em pedra com três degraus e mesa de altar em pedra. Arco triunfal de arco pleno sobre pilastras, encimado por sanefa de talha policroma, ladeado por duas mísulas com imagens de São Cláudio à esquerda e Nossa Senhora de Fátima à direita. Capela-mor com paredes forradas a azulejos policromos, duas portas de acesso às sacristias e um janelão rectangular com vitral à direita. Altar-mor com retábulo de talha policroma, inscrito em vão de arco pleno, com trono eucarístico enquadrado por dois pares de colunas compósitas ladeados por duas mísulas com as imagens de São Sebastião e Santo António. Pavimento em granito e tecto de estuque, de perfil curvo, assente em cornija de pedra.

Acessos

Lugar da Igreja

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Rural, numa plataforma, na periferia da aldeia, ao lado do cemitério e enquadrada a S. e SO. pelo Salão Paroquial e Capela de Nosso Senhor dos Passos. Possui um adro, murado e empedrado, particularmente alargado para O.. Do lado E. a plataforma está definida por um possante muro com escadaria de acesso à igreja.

Descrição Complementar

Os retábulos das naves laterais são dedicados a Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus, os do lado do Evangelho, e a Nossa Senhora e às Almas do Purgatório, os do lado da Epístola.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1220 - Nas Inquirições de D. Afonso II esta localidade aparece referenciada como "Sancto Croio de Curvos", na terra de Neiva, e a sua igreja como padroado régio; 1367 - D. Fernando dá a Gonçalo Velho, em pagamento, a sua terra de Curvos, do almoxarifado de Ponte de Lima; 1410 - D. João I doou ao conde de Barcelos o padroado das igrejas do julgado do Neiva onde se incluia a de Curvos; 1434 - por provisão do Arcebispo de Braga, D. Fernando Guerra, com consentimento do conde de Barcelos, o padroado da igreja de Curvos foi anexado à igreja matriz de Barcelos; 1751 - referência à Igreja Paroquial dedicada a São Cláudio e ao seu pároco, vigário da apresentação da Colegiada de Barcelos; 1874 - construção da igreja actual; 1904 - provável intervenção na igreja; 1991 / 1994 - remodelação da igreja com construção de uma segunda torre e alargamento para três naves; 1994 - inauguração da Igreja actual, por D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo Primaz.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Granito na estrutura do monumento, nas pias de água benta e pavimento da capela-mor; azulejos nas paredes; madeira nas portas e tecto das naves, retábulos e balaustrada do coro; cobertura exterior em telha; grades de ferro nas janelas.

Bibliografia

CARDOSO, Pe. Luís, Dicionário Geográfico, vol. 2, 1751, p. 776; MACHADO, Manuel Ayres Falcão, Esposende: Monografia do Concelho, Esposende, 1951, pp. 41 - 42; ABREU, Pe. Armindo Patrão de, Curvos - Esposende. Esboço para a sua história, Curvos, 1994; VvAa, Esposende - A Terra e o Homem, Paços de Ferreira, 1998, pp. 68 - 69.

Documentação Gráfica

DGEMN, DSID

Documentação Fotográfica

DGEMN, DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Comissão Fabriqueira: 1991 / 1994 - demolição das fachadas laterais da nave para ampliação para três naves; construção de uma segunda torre, simétrica à antiga existente do lado esquerdo. Substituição do tecto por placa de cimento forrado com madeira de castanho e decoração de seis janelões com vitrais. Automatização dos sinos. Deslocação da pia baptismal do vão do sub-coro para junto da mesa de altar, do lado direito.

Observações

*1 - Os azulejos provêm da Fábrica Viúva Lamego, de Lisboa; *2 - A decoração dos vitrais simboliza os quatro elementos constitutivos da vida - terra, água, fogo e ar.

Autor e Data

João Santos / António Dinis 1998

Actualização

 
 
 
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