Palacete dos Morgados Cardoso

IPA.00026221
Portugal, Évora, Borba, Borba (Matriz)
 
Palacete setecentista localizado estratégicamente na esquina de um dos novos quarteirões erguidos durante a renovação urbanística da vila em finais do séc. 18, servindo como orientador e modelador da malha urbana, e nela afirmando a sua monumentalidade numa artéria secundária. Insere-se na tipologia de casa nobre comum em Borba no séc. 18, que genéricamente repete o modelo das habitações de vitivinicultor apalaçada dos séc. 17 e 18, muito comuns na Vila (com dois ou três pisos, destinando-se o térreo a produção e os superiores a habitação), mas desenvolvida paralelamente aos arruamentos e não na sua perpendicular e possuindo frentes urbanas de grande dimensão; apresenta semelhanças com o solar dos fidalgos Sousa Carvalho e Melo (v. IPA.00025335) ao nível da planimetria e da organização da distribuição do espaço. O trabalho dos gradeamentos das sacadas apresenta é segundo Túlio Espanca de influência francesa, estilo Luís XIV. No interior, o hall de entrada, com abóbada de nervuras de inspiração manuelina, dá acesso através de 3 portas a imponente escadaria de mármore; salões nobres com tetos de estuque que substituiram no finais do Séc. 19 os primitivos de masseira; oratório com sacristia com retábulo de invocação a Nossa Senhora do Carmo. Constitui um dos mais aparatosos imóveis da povoação. Fachada principal voltada a rua secundária, com portal principal descentrado. O motivo de molduras em forma de corda presentes no exterior repete-se ao nível do interior. Algumas janelas do piso térreo são falsas, criadas com o propóstito de manter a harmonia da fachada.
Número IPA Antigo: PT040703010031
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta composta por dois corpos, o do palacete de planta rectangular, disposta em três pisos tendo acoplado pátio de planta em U disposto num único piso. Volumes articulados, massa dispostas na vertical, com cobertura diferenciada em telhado para o palácio e em terraço no pátio. Fachada principal de três registso e três corpos definidos por pilastras; remate em cornija saliente; nos cunhais, subsistem os suportes de brasões; simetricamente rasgam-se vãos de verga curva: janelas e portas no piso térreo, janelas de sacada no segundo registo, rematadas por frontões contracurvados, e janelas de peito no terceiro registo; cada um dos corpos apresenta janela de sacada central, mais larga e com um frontão mais imponente; portal principal, descentrado, num dos corpos laterais, apresenta verga recta e cartelas angulares e frontão que se liga directamente à janela de sacada do piso superior, envolvendo um óculo flanqueado por vieiras. INTERIOR: hall de entrada com tecto em abóbada de nervuras; três portas a partir das quais se acede a escadaria de mármore. Salas do andar nobre com tecto de estuque, apresentando o salão principal o escudo pintado dos proprietários do imóvel*1. Pequeno oratório com sacristia.

Acessos

Rua da Cruz; Rua de São Francisco

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 715/2012, DR, 2.ª série, n.º 237 de 07 dezembro 2012

Enquadramento

Urbano, na zona antiga da vila, fazendo gaveto de quarteirão.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Comercial e turística: casa de turismo de habitação

Propriedade

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PINTOR: José da Silva Carvalho

Cronologia

1783 - construção do imóvel pelo morgado Carlos de Castelo Branco, vereador municipal, no âmbito da reestruturação urbanística enquanto elemento ordenador de novos arruamentos, marcando a esquina da Rua da Cruz com a Rua de São Francisco *2; 1815 - João Cardoso Moniz de Castelo Branco, filho do proprietário, é eleito vereador municipal; posteriormente o palacete é transferido para a posse de outras famílias; Séc. 19, finais - substituição nas salas do andar nobre da primitiva cobertura de masseira por estuque (ESPANCA, 1966); 1997, 19 de fevereiro - proposta de classificação pelo IPPAR/DRÉvora; 1997, 24 de fevereiro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 1997, 15 de maio - Proposta de classificação como IIP pelo IPPAR/DRÉvora; 2002, 26 de setembro - Parecer favorável do Conselho Consultivo do IPPAR à classificação como IIP; 2002, 23 outubro - Despacho de homologação de classificação como IIP pelo Ministro da Cultura; 2003, 10 de março - o IPPAR/DRÉvora solicita elementos à CM de Borba para instrução do processo de ZEP; 2006, 20 de setembro - CM de Borba envia ao IPPAR documentação relativa à para instrução do processo de ZEP; 2009, 10 de dezembro - Proposta da DRCAlentejo para a ZEP dos imóveis classificados e em vias de classificação da Vila de Borba; 2010, 11 Fevereiro - devolvida a proposta para a ZEP à DRCAlentejo com despacho do Director do IGESPAR, para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23-10-2009; 2010, 12 de novembro - Nova proposta de ZEP pela DRCAlentejo; 2011, 23 de fevereiro - Parecer favorável relativo à ZEP pela SPAA do Conselho Nacional de Cultura.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Espanca, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Lisboa,1966.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO; * 1 - substituindo uma primitiva pintura de José da Silva Carvalho figurando o Calvário; *2 - o plano de urbanização setecentista visou retirar o centro económico, social e político da vila da apertada malha medieval, com a criação de uma nova praça junto à Igreja Matriz (v. IPA.00025136) e várias artérias tecendo uma malha ortogonal, que integrou plenamente a medieval, entre elas a nova Rua da Cruz e o reordenamento da Rua de São Francisco; a par da edificação do Palácio dos Morgados Cardosos, foram então erguidos os Paços do Concelho (v. IPA.00025136), marcando a Praça Nova e a Rua do Príncipe Real, e o Palacete na Rua Vinte e Cinco de Abril onde posteriormente seria instalado um lagar (v. IPA.00026220), marcando a esquina entre Rua de São Sebastião (então traçada) e a Rua do Príncipe Real.

Autor e Data

Rosário Gordalina 2007

Actualização

 
 
 
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