Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Segura

IPA.00002520
Portugal, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, União das freguesias de Zebreira e Segura
 
Arquitetura religiosa, manuelina. Igreja quinhentista longitudinal, de influência mendicante, com 3 naves, divididas em 2 tramos, por arcadas de volta perfeita, assentes em colunas com plinto. Iluminação feita por pequenas frestas. Cobertura em tecto de vigamento de madeira. Frontaria em pedra marca a nave central, com pórtico composto por arco de volta perfeita, encimado por entablamento coroado por gablete. Campanário proeminente no lado direito da fachada. Coro-alto sobre a entrada. Retábulo de talha em estilo nacional. Naves divididas em 2 tramos. Coro-alto sobre as 3 naves, dando origem a 3 espaços individualizados, comunicantes através de 2 pequenas portas. Nave principal marcada exteriormente por frontaria de pedra, onde s emistura a linguagem clássica das colunas e entablamento com o gablete goticizante. Campanário proeminente.
Número IPA Antigo: PT020505150021
 
Registo visualizado 417 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Misericórdia

Descrição

Planta longitudinal simples, com 3 naves escalonadas e capela-mor de reduzidas dimensões e mais estreita, com disposição horizontal de volumes. Tem adossados a sacristia e anexo. Coberturas diferenciadas, de 2 águas na nave, que se prolonga a 1 sobre a sacristia e anexo. Massas com disposição horizontal. Espaços interno e externo coincidentes. Totalidade das fachadas rebocadas e pintadas a branco com soco pintado a cinzento. Fachada principal orientada a NO., onde surge frontaria em pedra com aparelho almofadado, definindo a nave central. É constituída por 2 colunas adossadas à parede, rematadas por urnas, que enquadram gablete, onde se rasga pequena fresta, sobre entablamento com inscrição *1. Esta estrutura enquadra um portal com pequenas jambas e impostas salientes, que sustentam arco de volta perfeita, e onde se inscreve 1 porta de 2 folhas. Remate em empena angular e cornija na nave. Frontaria ladeada por pequeno campanário com sineira do lado direito, reentrante em relação ao nível da fachada, e pequeno cruzeiro do lado esquerdo. No volume do anexo, 1 porta de 2 folhas com moldura rectilínea. Fachada NE. com 1 janela, 1 postigo e 1 porta de molduras rectilíneas em cantaria. Remate em beiral. Fachada SE. cega com remate em empena angular. Fachada SO. com 1 janela de rampa, e, rematada por beiral. Interior de 3 naves com 2 tramos definidos por 3 colunas toscanas, 2 adossadas e 1 solta onde descarregam 2 arcos torais de volta perfeita; piso em lajeado de granito e tecto de vigamento de madeira tripartido na nave central e com a pendente do telhado nas naves laterais. Coro-alto em madeira a toda a largura da igreja, com acesso através de escadas laterais, adossadas à parede do lado da Epístola. Pequena fresta constitui o único foco de iluminação da igreja. Do lado do Evangelho, na nave lateral, púlpito com guarda em lajeado de granito cujo acesso é efectuado pelo interior da sacristia. Janela com moldura rectilínea cega. Altar-mor, a que se acede por quatro degraus, em talha dourada. No piso do lado da Epístola e junto ao altar-mor, existe uma lápide tumular, com a inscrição "AQUI JAS COSTANÇA DE PAIVA MOLHER / DE DIOGVO DA SILVA" *2.

Acessos

Rua da Misericórdia

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado e no limite do aglomerado urbano. Próximo localiza-se o terreno do "Cemitério Velho" e a Capela de São Sebastião. Implanta-se em superfície plana, confinando com campos de cultivo nas fachadas SE. e SO, e com as vias de comunicação nas demais, dando origem a um pequeno adro, junto à fachada principal, com muro que separa dos campos de cultivo e se adossa à fachada do monumento. Junto à fachada principal, no lado esquerdo, cruzeiro sobre alto plinto, com a inscrição: "DOS / AFON / SO PO / S EST / A CRV / S 1637".

Descrição Complementar

Retábulo de talha dourada na capela-mor, do séc. 17, composto por tribuna central, emoldurada por 2 colunas espiraladas e pilastras decoradas com acantos, de onde arrancam 3 arquivoltas, tendo no centro o escudo português. Na tribuna, a imagem do crucificado, ladeado por 2 mísulas. No sino, a inscrição: "FOI FEITO ESTE SINO EM SENDO ANDADOR JOÃO CRESPO".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Funerária: capela mortuária

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

CARPINTEIROS: Domingos Barrocas (1888); Paulo Lopes (1899). PEDREIROS: Aleixo dos Santos (1899).

Cronologia

Séc.16 - edificação é anterior a 1600, sendo provável o prolongamento dos trabalhos pelo séc.17; 1616, 22 Abril - sepultamento de Catalina Luís na igreja; 1637 - data numa cruz existente no lado direito, mandada colocar por Domingos Afonso; 1640 - 1656 - construção de uma muralha em volta da vila, ficando a igreja no exterior da mesma; 1758 - referida nas Memórias Paroquiais como estando fora das muralhas e não possuindo privilégios especiais; 1800 - a Misericórdia vendeu todos os bens que possuía, convertendo-os em títulos; 1875 - conserto da porta por $240; 1887 - Inventário dos Bens, constando um cálice de prata, que ainda existia em 1945, uma patena, desaparecida antes de 1917, um par de galhetas de estanho, 2 Crucificados de madeira, uma cruz para os funerais, 15 cruzes para a Via Sacra, 13 opas negras, uma opa roxa do porvedor, 3 varas de provedor, 2 amitos, 2 alvas, 3 casulas de damasco (branca, encarnada e roxa), 2 bolsas de corporais, 5 véus de cálice, 5 toalhas, 2 frontais de damasco, 2 cobertas de chita, 4 castiçais de madeira, 2 tocheiros, um sino, uma campainha e 2 missais; 1888 - obras na sacristia, com execução de porta e janela, pelo carpinteiro Domingos Barrocas, por 10$500; 1894 - feitura de um compromisso; o edifício foi caiado por 1$500; 1895 - aprovação do compromisso pelo Governador Civil de Castelo Branco; 1899 - feitura de novo forro e pavimento da sacristia, pelo carpinteiro Paulo Lopes, por 20$000; a obra de pedraria esteve a cargo de Aleixo dos Santos; 1900 - último enterramento no cemitério junto à igreja; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública.

Dados Técnicos

Estrutura mista e estrutura autoportante.

Materiais

Pedra granítica, reboco, madeira, telha de meia cana.

Bibliografia

ANDRADE, Mário Marques, Subsídios para a monografia de Segura: aldeia raiana das mais pitorescas, Tomar, 1988; OLIVEIRA, Manuel, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Lisboa, 1990; PROENÇA, Raúl, Guia de Portugal - Beira Baixa e Beira Alta, vol. II - tomo II, Lisboa, 1994.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1875 - conserto da porta por $240; 1894 - o edifício foi caiado por 1$500; 1969 - restauro da igreja tendo a DGEMN prestado colaboração; CMIAN: 1989 - recuperação do altar-mor; 1990 - colocação de piso em lajeado de granito no interior; SCMS: 1994 / 1995 - colocação de altar de celebração em pedra.

Observações

*1 - "VIDE PLAGAM. CORDIS. TVI. ET / ORAS. HIC. EXAVDIERIS. IN. CAELO", ou seja: "Vê a chaga do teu coração e orando aqui, serás ouvido no céu"; *2 - por cima do altar-mor, no tecto, existia pintado um retrato, que a população dizia ser da instituidora, D. Constança de Paiva.

Autor e Data

Luís Castro 1998

Actualização

 
 
 
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