Palácio dos Sousa Câmara
| IPA.00024846 |
| Portugal, Évora, Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição e São Bartolomeu |
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| Arquitectura residencial, tardo barroca, neoclássica. Casa nobre de planta em U irregular. Fachadas de dois registos, com vãos rasgados regularmente, remate em friso, cornija e beiral, e pilastras nos cunhais. Fachada principal, de grande sobriedade, numa composição de grande simetria e planimetria, com eixo axial definido pelo conjunto pórtico-janela de sacada, tardo barroco, único elemento de destaque, com molduras recortadas de pequenas volutas. Interior com acesso pela fachada principal para vestíbulo que conduz a escadaria monumental com acesso ao segundo piso, complementada por escadarias secundárias, a circulação é garantida por corredores ladeando a escadaria central e pela intercomunicação das salas; os tectos, são essencialmente os típicos tectos de masseira, decorados com pinturas murais que revestem igualmente os alçados da maioria das divisões; nos corredores e vestíbulo predominam as escaiolas que se repetem no salão principal prolongando assim a espacialidade do vestíbulo; nas restantes divisões, nos rodapés predominam os mármores fingidos e nos alçados motivos de carácter naturalista, normalmente confinados ao friso sobre o rodapé, sob a sanca e medalhões dos tectos, conjugados com painéis de corl lisa delimitados por finas molduras vegetalistas, numa linguagem neo-clássica que encontramos plenamente desenvolvida em várias quintas do aro lisboeta, como na Quinta da Francelha (v. PT031107030018); no tecto da caixa das escadas figura São Jorge e o dragão, talvés ainda do séc. 18 mas com repintes posteriores, constituindo-se como única representação de temática religiosa do palácio, exceptuando os pequenos apontamentos da capela-mor alusivos à Paixão de Cristo; ainda no Salão nobre e na chaminé de uma das divisões, figurações heráldicas. Capela inserida no corpo da habitação, ao nível do 2º piso, imediatamente à esquerda do janelão principal; a antiga nave apresenta-se totalmente revestida de pinturas murais, datavéis do 1º quartel do séc. 20, simulando, nos alçados, tecido dourado com motivos vegetalistas estilizados no qula se inserem pequenos quadros com fundos em trompe l'oeil no quasse destaca em cada um pequena figura em trajes regionais; o rodapé segue a mesma tipologia das outras divisões, simulando mármores. |
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| Número IPA Antigo: PT040714050041 |
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| Registo visualizado 175 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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| Planta composta por dois núcleos, evidenciando diferentes etapas construtivas: um corpo principal mais recente, de planta em L, disposto em dois pisos, a que se adossam dois outros corpos, mais antigos: um rectangular, paralelo à fachada N. da ala S., ligeiramente mais baixo, também de dois pisos, outro, também rectangular, estreito, paralelo à fachada E. da ala O., de um piso, em arcada *1. Os corpos organizam-se em torno de jardim e pomar, o primeiro fechado por muro a N. e E.; o pomar, prolongando-se para N. para além da ala O. do corpo principal, fechado por muros a O., E. e N., com acesso por portão a O. e comunicando com o jardim através de arcada aberta no seu muro N.. A O. do muro N. do jardim adossa-se corpo rectangular, disposto na perpendicular onde se encontra corpo de escadas que conduzem ao terraço da arcada. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal com cobertura diferenciada, no corpo principal em telhados de três águas com mansarda individualizada ao centro de cada uma das alas, na aba voltada ao exterior, e com chaminés rectangulares na aba voltada ao jardim; cobertura em terraço sobre o corpo em arcada e de duas águas no corpo adossado à ala S. do corpo principal. Fachadas de alvenaria rebocada e caiada, de pano único, dispostas em dois registos, simetricamente rasgadas de vãos. CORPO PRINCIPAL: embasamento a amarelo ocre, friso do remate e cunhais na mesma cor *2; os cunhais apresentam decorações simples de massa; remates em sanca moldurada e beirado saliente; vãos com molduras de mármore, gradeamentos e varandins de ferro pintado de cor verde garrafa, rótulas e portadas da mesma cor, caixilharias de madeira pintada de branco; as fachadas que abrem para o jardim são caiadas, sem embasamento, com remates simples em cornija e beirado, vãos com molduras de mármore, portada de dois lumes com caixilharias pintadas de branco e gradeamentos de ferro pintado de cor verde, com bolas recortadas, de ferro forjado, nos ângulos. Fachada principal a S., de dois registos definidos por friso de mármore que se prolonga pelos cunhais; eixo central marcado pelo pórtico principal sobreposto de janelão de sacada; o pórtico de mármore apresenta pilastras sobre bases bojudas e frontão contracurvado truncado, tudo envolvido por moldura de mármore rosa desenhando superior e inferiormente volutas e botões sobre a verga definindo incipiente frontão curvo, truncado pela bacia curva da sacada da janela supra; de cada lado do pórtico rasgam-se 4 janelas rectangulares, dispostas na vertical, munidas de gradeamentos férreos, as primeiras do lado O. quase ao nível do pavimento, dado o desnível da rua; as janelas a E. apresentam inferiormente rótulas, ocupando 1/4 dos lumes; no 2º registo rasgam-se axiais janelas de sacada, com vergas rectas rematadas por filete e sobrepostas de friso e cornija, e gradeamentos simples de balaústres; a janela principal, sobre o pórtico, apresenta verga contracurvada, com rosetão no tímpano, sobreposta de pequena cornija saliente; contracurvada; a envolver as ombreiras moldura de volutas semelhante à do pórtico; sobre as portadas pequena bandeira também de caixilhos; remate em entablamento com friso pintado de amarelo; nos vértices, no remate dos cunhais, invertem-se as cores, branco na zona do friso e amarelo na cornija; os cunhais apilastrados apresentam plintos salientes, que se elevam à altura do embasamento, e bases caiadas; as pilastras definem-se em dois registos pela cornija de mármore da fachada; inferiormente apresentam decoração em esgrafito de um rectângulo vertical com os lados menores concâvos, e dois botões de massa; superiormente estípites esgrafitadas, meios botões com palmeta na base e decoração lanceolada ao nível da arquitrave. Fachada lateral O. semelhante diferenciando-se apenas pelo tipo de vãos: inferiormente frestas intercaladas de portas segundo esquema a (fresta) - b (porta) -a-a-b-a-a-a; as frestas, rectangulares dispostas na horizontal e munidas de grades, rasgam-se ao nível da cornija que define os dois registos; as portas de vergas rectas possuem portadas duplas com ferragens a cinza prateado; superiormente define-se um eixo central através de janelão de sacada de verga e frontão curvos e ombreiras recortadas, portadas munidas de bandeira, e gradeamento de motivos geométricos e corrente central de rosetões a cinza prateado; as restantes janelas, 4 de cada lado, rasgam-se axiais, com vergas rectas sobrepostas de cornija saliente e caixilharias de guilhotina. Adossado ao topo N. da ala O. o portão de acesso ao pomar, com porta de molduras de mármore, de verga em arco abatido com chave saliente, sobreposto de frontão de lanços. Fachada N. da ala O. de pano único com remate em beirado, rasgada superiormente, ao nível do remate, por pequena janela rectangular com molduras de alvenaria; à direita, sensivelmente a meia altura, janela rectangular com molduras de mármore. Fachada E. da ala O. rasgada ao nível do 2º registo por porta axial simples e de cada lado janela rectangular de guilhotina; no registo inferior adossa-se o corpo em arcada. Fachada N. da ala S. adossada. CORPO ADOSSADO A N.: fachada aberta para o jardim de pano único, com remate em cornija e beirado, disposta em dois registos, definidos pelo rasgamento dos vãos: eixo axial definido por janela rectangular de molduras e mármore, sobreposto de janela de verga em arco abatido munida de cornija angular de abas concâvas e molduras de mármore com pequenos recortes; inferiormente, ladeando a janela central, janela rectangular, mais baixa, gradeada; nos extremos, à esquerda janela idêntica e à direita porta comunicando com o corpo em arcada; superiormente rasga-se à esquerda da janela central, duas janelas axiais aos vãos inferiores e a eles idênticas mas desprovidas de grades, e à direita uma outra idêntica, igualmente axial; à esquerda do eixo central, entre os vãos inferiores e os superiores, dois óculos circulares, com molduras de alvenaria, o esquerdo axial ao vão. CORPO EM ARCADA: galeria de 4 tramos, com cobertura em abóbadas de aresta que a E. descarrega em robustos pilares e a O. em mísulas, directamente na fachada E. da ala O. do corpo principal, rasgando-se nesta fachada, no 1º, 3º e 4º tramos (a contar de S.) janela rectangular com molduras de cantaria; a E. as galeria abre para o jardim por arcadas de volta perfeita; é fechada nos seus topos S. e N., respectivamente pela ala S. do corpo principal e com ele comunicando por porta de molduras de mármore; a N. pelo corpo das escadas que conduzem ao terraço e com ele comunicando por porta simples; no último tramo encontra-se poço circular com corpo de alvenaria rebocada e caiada e boca de perfil curvo, capeada a mármore. |
Acessos
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| Praça da República, nº 33, Rua Dr. Couto Jardim (antiga Rua dos Fidalgos), nº 2 - 4 |
Protecção
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| Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados e em vias de classificação do centro histórico de Vila Viçosa (v. PT040714030042) |
Enquadramento
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| Urbano, adossado, destacado em pleno centro histórico, formando gaveto, com fachada principal voltada à Praça da República afrontando o edifício dos Paços Municipais (v. PT040714050037) e acompanhando o desnível do terreno; fachada lateral O. aberta para R. Dr. Couto Jardim; topos E. da fachada S. e N. da fachada O. adossados; nas proximidades, a O. fica a Casa onde habitou António José Pousão (v. PT040714050046). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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| Residencial: casa |
Utilização Actual
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| Residencial: casa |
Propriedade
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| Privada: pessoas singulares |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITECTO: José Francisco de Abreu (Séc. 18) |
Cronologia
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| 1604 - nascimento do futuro desembargador Belchior Rego de Andrade, filho de Inácio do Rego de Andrade e de D. Inocência Cacela, nas casas que se localizavam à esquina da R. dos Fidalgos (e das quais viria a ser proprietário), no local onde se viria a erguer o palácio; 1608 - Inácio do Rego de Andrade, moço de câmara e guarda-roupa de D. Teodósio II, afora à Misericórdia por 10.000 reis as casas da capela de António Carreiro situadas no Lg. de São Bartolomeu, à esquina com a R. dos Fidalgos; 1690, 14 de Março - falecimento em Lisboa de Belchior Rego de Andrade; 1727 - nascimento de José Bernardo de Sousa da Câmara, futuro capitão de cavalos, filho de Xavier de Sousa da Câmara e de D. INácia de Sousa Refoios *2; Séc. 18 - José Bernardo de Sousa da Câmara, visando a construção do seu futuro palácio, compra as cassa de António Carreiro que ficavam na esquina com a R. dos Fidalgos e posteriormente mais dois prédios, por 400.00 reis, sobranceiros aos Paços do Concelho incluindo a moradia que pertenceu ao inquisidor de Évora Luís António Fragoso de Barros; Séc. 18, 3º quartel - construção do palácio sendo seu Arquitecto José Francisco de Abreu; 1752 - 1753 - José Bernardo de Sousa da Câmara é vereador municipal; 1798 - José Bernardo de Sousa da Câmara é reformado do posto de sargento-mor de cavalaria, vindo a falecer pouco tempo depois, deixando os paços a sua sobrinha D. Inácia Xavier Caetano de Aragão; Séc. 19 - escaiolas e pinturas murais dos alçados interiores; 2007, Julho - elaboração da Carta de Risco parcial do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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| ESPANCA, Túlio, Mosteiros de Vila Viçosa, Cadernos de História e Arte Eborense, vol. XXVI, Évora, 1970; IDEM, "Figuras gradas e casario antigo dos arruamentos de vila Viçosa", A Cidade de Évora - Boletim da Comissão Municipal de Turismo, nº 57, Ano XXXI, Janeiro- Dezembro, 1974, pp. 201 - 281. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco |
Documentação Administrativa
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| IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco |
Intervenção Realizada
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Observações
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| *1 - é visível sob o pigmento ocre a antiga cor de resvestimento do embasamento e cunhais, de cor vermelho sinopia; *2 - o primeiro fidalgo da família dos Sousa da Câmara foi Pedro de Sousa de Brito, filho de Cristovão de Brito Pereira e tronco dos Sousas da R. de Santa Luzia; residia na Praça numa residência desaparecida. |
Autor e Data
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| Rosário Gordalina 2007 |
Actualização
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