|
Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Residencial unifamiliar Quinta
|
Descrição
|
A quinta é parcialmente murada e o acesso é feito a E. por um conjunto maneirista em que o portão de ferro é envolto por uma fachada de arenito calcário com um frontão brasonado e três pináculos que o encimam. Ao lado esquerdo do portão existe uma janela gradeada e ornamentada também em arenito calcário. Antecedendo este conjunto está um largo com uma fonte situada em frente ao portão. Transpondo o muro surge um terreiro amplo com um relvado ao centro, em que a fachada da casa principal (v. PT031111040076) está em frente e do lado esquerdo a casa de apoio ficando à direita, para lá de um murete com namoradeiras, o acesso à mata e ao jardim, que se estende em frente à fachada N.. Este jardim é constituído por quatro terraços estando o primeiro praticamente todo ocupado por um grande tanque de forma irregular e recortada em semicírculos e meios quadrados com baços adjacentes. O segundo patamar, muito estreito, é composto por muretes de alvenaria com alegres e floreiras embutidas e namoradeiras de onde se pode observar o terceiro patamar, o mais longo. Este tem um tanque octogonal ao centro e é definido por canteiros de buxo talhado preenchidos com espécies maioritariamente exóticas. O último terraço amplo e com cinco palmeiras termina num muro de suporte com alegretes e namoradeiras sobre a mata. Por uma grande escadaria é possível descer deste patamar até à mata, mais declivosa que se divide em duas zonas, uma de Eucaliptal e outra de mata mista, com espécies autóctones ou exóticas bem adaptadas. Atravessando a ponte de cimento que existe sobre a linha de água o caminho inverte dando início a uma subida, por entre Plátanos, Freixos e outras árvores bem conformadas, até ao terreiro da entrada. Já próximo da casa surgem diversas peças de água e uma pequena zona de horta por baixo do que resta de um antigo laranjal. |
Acessos
|
EN 250, Serra da Carregueira Lugar de Venda Seca, a 3 Km. de Belas, na estrada para Meleças. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,790248; long.: -9,264624 |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 |
Enquadramento
|
A quinta situa-se na encosta Sudeste da Serra da Carregueira dobrando para Sudeste da encosta do Monte do Bom Jardim. Entre estas duas elevações a quinta é atravessada pelo rio Jamor. No caminho de acesso ao portão da quinta existe um cruzeiro dedicado a Senhora do Cabo de onde se avistava o cabo de Espichel, vista hoje dificultada por causa das construções imobiliárias. |
Descrição Complementar
|
"A nobre quinta do Bom Jardim, de que hoje he Senhor Thome de Sousa, Conde de Redondo: tem bom Palácio com hum largo terreyro e consta de pomares de fruta de espinho, vinhas, hortas, com muytas árvores de fruta de toda a casta, que regam dezasete fontes de cristalinas águas." (COSTA, 1712:51); "Se já não basteassem tantos e tão bons atributos, esta região é também conhecida, há muito, pela sua riqueza mineralógica, contendo mármores de grande qualidade e pedras preciosas cuja extracção se efectuou nu local da Serra da Carregueira denominado por Minas de Suimo." (CASTEL-BRANCO, 1992: 111). |
Utilização Inicial
|
Residencial: quinta |
Utilização Actual
|
Residencial: quinta |
Propriedade
|
Privada: pessoa singular |
Afectação
|
Sem afetação |
Época Construção
|
Séc. 16 / 17 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido. |
Cronologia
|
1580 - primeiras referências à quinta pertencente a D. Martim Afonso de Sousa, primeiro governador da Índia; 1587 -a quinta é adquirida por D. Diogo de Sousa passando de quinta agrícola a quinta de recreio; 1835 - a quinta passa a ser utilizada com residência permanente; 1888 - realização do primeiro desafio de futebol de Portugal, no terreiro da entrada. |
Dados Técnicos
|
A água utilizada na quinta provém de uma mina existente dentro da propriedade. Existem outras minas fora dos limites da propriedade mas que secam por falta de manutenção. O grande tanque do jardim armazena água abastecendo por gravidade a rega e ornamentação dos patamares a cota inferior. Os grandes desníveis de terreno da quinta são controlados por muros de suporte. |
Materiais
|
Material vegetal: Freixo (Fraxinus angustifolia), Plátano (Platanus hybrida), Castanheiro (Castanea sativa), Árvore-do-incenso (Pittosporo undulatum), Carvalho (Quercus faginea); Eucalipto (Eucaliptus globulus); Pinheiro manso (Pinus pinea); Magnólia (Magnolia grandiflora), Árvore-do-fumo (Cotinus coggirya). Inertes: pedra local: calcário, arenito calcário. |
Bibliografia
|
STOOP, Anne, Quintas e palácios nos arredores de Lisboa, Civilização, Porto, 1986; CARITA, Hélder e CARDOSO, Homem, Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal, Circulo de Leitores, 1990; BRANCO, Cristina, Jardins com História, INAPA, Lisboa 2002. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
Proprietário |
Intervenção Realizada
|
Eng. Fernando Luís de Sousa Coutinho - importantes beneficiações na quinta, principalmente a nível do sistema de rega. |
Observações
|
As sondagens nas minas de Suimo terão tido início com os romanos extraindo ouro e pedras preciosas, entre as quais: jacintos, ametistas, esmeraldas e granadas. Com D. Dinis procedem-se a nova explorações dominadas pela coroa até ao sec 16; No terreiro da entrada teve lugar o primeiro desafio de futebol do País, como está inscrito da placa ali colocada pela Federação Portuguesa de Futebol. A casa tem uma capela com azulejos pintados do sec 16 no interior; também na capela existe uma rara representação escultórica da Última Ceia. |
Autor e Data
|
Pereira de Lima 2004 |
Actualização
|
|
|
|