Igreja Paroquial de Recardães / Igreja de São Miguel

IPA.00023517
Portugal, Aveiro, Águeda, União das freguesias de Recardães e Espinhel
 
Arquitectura religiosa, maneirista e novecentista. Igreja paroquial de planta longitudinal com uma nave, capela-mor, anexo adossado à fachada lateral esquerda e torre sineira adossada ao topo da cabeceira. Fachada principal com remate em empena contracurvada encimada por cruz com vãos rasgados em eixo composto por portal de verga recta ladeado por pilastras e rematado por entablamento da ordem toscana sobrepujado por frontão contracurvado interrompido por nicho semicircular abrigando imagem do orago rematado por entablamento de inspiração dórica de onde partem fragmentos de frontão a ladear cruz. À altura do nicho rasgam-se duas janelas de verga recta. Fachadas rebocadas circunscritas por cunhais apilastrados firmadas por pináculos na nave, capela-mor e torre sineira e remate em cornija e beiral na nave, capela-mor e anexo e cornija na torre sineira esta última com cobertura em coruchéu piramidal. Fachadas rasgadas por janelas em capialço molduradas, confrontantes na nave ao nível do coro-alto e na capela-mor, janelas de verga recta assentes em cornija e óculos circulares no anexo e no corpo do prolongamento deste, porta de verga recta a que se acede por escadas no corpo da nave (lado esquerdo) e porta travessa de verga recta na nave (lado direito). Adossada à fachada posterior torre sineira triangular composta de dois registos divididos por cornija, rasgada no primeiro registo por porta de verga recta e no segundo registo rasgada em todas as faces por ventanas molduradas em arco de volta perfeita.
Número IPA Antigo: PT020101150094
 
Registo visualizado 418 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal com uma nave e capela-mor mais baixa e estreita, torre sineira adossada ao topo da cabeceira e escadas e anexo com corpo no prolongamento na face E. adossados à fachada lateral esquerda. Volumes articulados com cobertura diferenciada em telhados de duas águas na nave e capela-mor, três águas no anexo e no corpo que o prolonga e em coruchéu piramidal rematado por pináculo na torre sineira. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, circunscritas por cunhais, em cantaria de pedra calcária, em forma de pilastras toscanas firmados por pináculos na nave, capela-mor e torre sineira, percorridas por embasamento em cantaria e rematadas em cornija e beiral na nave, capela-mor e anexo e cornija na torre sineira. Remate do topo da nave em empena com cruz latina sobre soco no vértice e em empena contracurvada encimada em posição centralizada por cruz latina sobre soco na fachada principal. Fachadas rasgadas por janelas em capialço com moldura em cantaria confrontantes na nave à altura do coro-alto e capela-mor e janelas de verga recta assentes em cornija e óculos circulares no anexo e prolongamento deste. Fachada principal virada a O. rasgada por vãos em eixo composto por portal de verga recta moldurado a que se tem acesso por um degrau ladeado por pilastras almofadadas rematado por entablamento da ordem toscana sobrepujado por frontão contracurvado, apresentando pináculos triangulares com bolbo no topo, nas extremidades, sendo interrompido em posição centralizada por nicho semicircular com cobertura em abóbada de concha assente em cornija com elemento decorativo no fecho do arco, abrigando imagem do orago, ladeado por pilastras almofadadas e rematado por entablamento de inspiração dórica com triglifos de onde partem fragmentos de frontão em forma de voluta a ladear cruz latina sobre soco. Remate do nicho ladeado por aletas. À altura do nicho rasgam-se duas janelas de verga recta molduradas protegidas por caixilho de ferro com vidro colorido. Visíveis, à esquerda, recuados, corpo das escadas de acesso ao coro-alto e corpo do anexo rasgado por porta de verga recta moldurada a que se tem acesso por dois degraus e duas janelas molduradas protegidas por caixilho de madeira com vidro e gradeamento em ferro. Fachada lateral esquerda virada a N. rasgada por porta de verga recta moldurada a que se tem acesso por escadas em cimento e janela no corpo da nave e quatro janelas divididas por pilares no corpo do anexo. Corpo da capela-mor possui duas janelas. Fachada lateral direita virada a S. rasgada por três janelas e porta travessa moldurada, a que se tem acesso por um degrau, no corpo da nave surgindo duas janelas e abertura rectilínea no corpo da capela-mor. Adossada à fachada posterior torre sineira triangular composta de dois registos divididos por cornija, rasgada no primeiro registo da face SE. por porta de verga recta moldurada a que se tem acesso por cinco degraus encimada por pequena abertura e fresta rectilíneas e na face NE. por duas pequenas frestas rectilíneas. No segundo registo rasgada em todas as faces por ventanas molduradas em arco de volta perfeita apresentando relógio sob a ventana da face SE. e gárgula em cantaria sob a da face NE. Cobertura em coruchéu piramidal revestido nos ângulos por azulejos sevilhanos *1 de relevo e padrão policromado apresentado face SE dividida por friso e com cruz decorativa no mesmo material. Visível à direita, recuado, corpo do anexo rasgado por dois óculos circulares protegidos por caixilho de madeira com vidro e gradeamento de ferro e corpo do prolongamento deste rasgado por duas janelas divididas por pilares.

Acessos

Na Rua principal que atravessa Recardães passando pelo Largo do Cruzeiro e pela Escola Primária

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, inserido em núcleo habitacional com vasto largo pavimentado e ajardinado delimitado por muro em cantaria e portão em ferro forjado face à fachada principal. A N. terreno em terra batida e a E. cemitério. Fachada S. virada para a estrada principal e parque de estacionamento. A cerca de 50 metros para O. a Escola Primária de Recardães (v. PT020101150096) e a cerca de 60 metros para SO. o Cruzeiro (v. PT020101150095).

Descrição Complementar

AZULEJOS: a revestir os ângulos da cobertura da torre sineira e a decorar uma das faces, azulejos sevilhanos de relevo e padrão policromado (séc. 16).

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Aveiro)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

981 - Fernando Sandines e sua mulher Dona Elvira doam um terço da vila de Recardães ao Mosteiro de Lorvão; 982 - referência num documento a nova doação de Recardães e Belhe, com os aglomerados; 1017 - metade de Recardães pertencia a Pelágio Gonçalves; 1018 - num documento aparece referido que o presbitério de Zalama declarara que edificara a igreja de são Miguel; 1050 - Dom Gonçalo Viegas e sua mulher Dona Flamula doam metade da vila e da igreja que lhes veio por herança; 1054 - Recemundo Maurelis, filho de Maurele e Baselissa, doa a herdade que possuía na vila de Recardães ao Mosteiro da Vacariça; 1056 - numa carta de venda de uma herdade Fronilo e os seus filhos Cid Guterre e Ermesenda vendem ao Mosteiro da Vacariça a herdade que possuíam em Recardães e numa outra carta de venda Ermesenda e as suas filhas Godda e Elldora vendem a herdade que tinham em Recardães a meias com o seu irmão Cid ao Mosteiro da Vacariça; 1085 - Recemondus prolix maurele et baselissa doa os bens que possui entre o Vouga e o Águeda e metade dos bens que possui entre o Douro e o Vouga ao Mosteiro da Vacariça; 1111 - documento de doação em que Pelagius Pelaiz e a sua irmã Leuville doam a Dom Maurício, bispo de Coimbra, um talhão de vinha em Recardães; 1150 - Dom Afonso Henriques doa Recardães aos Templários; 1170 - Dom Afonso Henriques ao conceder à Sé de Coimbra Carta de Couto de Barrô e Aguada também se refere a Recardães; 1209 / 1229 - referência a São Miguel de Recardães no rol das igrejas do episcopado de Coimbra; 1220 - a Inquirição de Dom Afonso II regista esta povoação; 1294 - Dom Afonso Sanches, filho de Dom Dinis, é feito senhor e comendador de Recardães; 1313 - com a queda dos Templários Recardães volta a fazer parte dos bens da coroa; 1319 - Recardães foi comenda da Ordem de Cristo e da casa de Aveiro; 1320 - na Inquirição de terra de Vouga surgem vários registos; 1328 - na Inquirição das cavalarias do termo do Vouga aparece registo de Recardães; 1369 - com Segadães, doada a Dom Álvaro Pires de Castro (irmão de Dona Inês de Castro) com o cível e crime; 1430 - do rol das propriedades que o Convento de Santa Cruz de Coimbra tinha em Aveiro registam-se casais arrendados em Recardães; 1447 - Recardães aparece mencionada na carta de Dom Afonso V que confirma doações de Dom João I e de Dom Duarte ao Infante Dom Pedro; 1495 - regista-se o nome da povoação de Recardães no testamento de Dom João II a seu filho Dom Jorge; 1514, 6 de Novembro de - doação por carta régia a Luís da Silveira, conde da Sortelha conforme havia sido prometido, pelo seu casamento, a sua mulher Dona Beatriz de Noronha; 1516, 20 de Março de - concedido foral por Dom Manuel; séc. 16 - restauro da igreja primitiva com pedra de arenito cinzento-azulado e execução dos azulejos que revestem parte da cobertura da torre sineira; séc. 17 - extinção da varonia da casa da Sortelha por morte de Dom Álvaro da Silveira passando Recardães, Segadães e Brunhido à casa de Aveiro; 1709, 16 de Julho de - lançamento da primeira pedra da reconstrução da igreja; séc. 18, princípios - execução do retábulo-mor e do púlpito; séc. 21 - construção do anexo adossado à fachada lateral esquerda.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Calcário, telha, madeira, azulejos, ferro.

Bibliografia

Águeda. Passado e Presente, Rumo ao Futuro, Paredes, 2001; ARROTEIA, Jorge, NEVES, Amaro, SEMEDO, Enio, Aveiro - do Vouga ao Buçaco, Lisboa, 1989; AZEVEDO, José Correia de, Inventário Artístico de Portugal. Beiras, Algés, s.d.; Dicionário Enciclopédico das Freguesias, vol. 2, Minhoterra, s.d.; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Aveiro. Zona sul, VI, Lisboa, 1959; Guia de Portugal. Beira.I - Beira Litoral, Lisboa, 1993; LADEIRA, Francisco Dias, O município de Águeda, Águeda, s.d.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Séc. 21 - construção do anexo adossado à fachada lateral esquerda.

Observações

*1 - A. Nogueira Gonçalves, na obra citada na bibliografia, refere que podem ser um aproveitamento de um frontal de altar de uma igreja mais antiga.

Autor e Data

Ana Lemos 2004

Actualização

 
 
 
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