Capela de São João Baptista / Capela do Castelo

IPA.00022909
Portugal, Portalegre, Nisa, União das freguesias de Arez e Amieira do Tejo
 
Arquitectura religiosa, renascentista. Capela de castelo, localizada na liça e embebida na sua barbacã, de nave única, rectangular, alçados simples, remates em empena nos lados menores. Portal principal de cantaria almodadada, segundo os cânones renascentistas. No interior impera a harmonia geométrica da renascença, com a cobertura em abóbada de canhão dividida em 12 caixotões decorados por esgrafitos de grutescos.
Número IPA Antigo: PT041212020036
 
Registo visualizado 132 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, simples, regular, de nave única. Volume simples com cobertura homogénea em telhado de duas águas de abas curvas. Alçados de alvenaria mista de pedra e tijolo, rebocadas e caiadas. Fachada principal a E., embebida na barbacã; de pano único, com remate em empena e beirado; portal de cantaria, de volta perfeita sobre pilastras munidas de bases e capitéis; arco e pilastras almofadados; soleira de cantaria; sobre a verga tabela quadragular pétrea tendo relevados ao centro a Cruz de malta ladeada por duas rosetas e em baixo a inscrição "Joanes est nomen eius. 1566". Fachadas laterais de pano único e remate recto; na fachada esquerda, rasga-se, à direita, porta simples; na fachada direita, janela reentrante, em capialço; é visível embasamento de dois degraus. Fachada posterior de pano único, cego, com remate em empena. INTERIOR: pavimento de tijoleira artesanal e cobertura em abóbada de canhão sobre sanca envolvendo os alçados laterais e E.; a abóbada apresenta repartição em caixotões, definidos por molduras salientes, formando 4 tramos, cada com 3 caixotões, totalizando 12; estes apresentam-se decorados com esgrafitos, a branco sob fundo cinza, com motivos de grutescos. Alçados de pano único, rebocados e caiados; no alçado da entrada, arco de cantaria, de três pontos, enquadrando o vão da porta. Do lado da Epístola, junto à entrada, pia de água benta, de mármore; no extremo esquerdo, junto ao alçado O., rasga-se porta travessa. Do lado do Evangelho, sensivelmente fronteira à porta travessa, janela de capialço. Altar-mor sobre plataforma, capeada a tijoleira artesanal, acedida por dois degraus; mesa de altar rectrangular de alvenaria rebocada e caiada; retábulo-mor de madeira pintada fingindo mármores coloridos; apresenta planta recta e 3 eixos; sotobanco rectangular, de alvenaria rebocada e caiada; banco tripartido; corpo com nicho central, de volta perfeita, concheado; 4 colunas compósitas, definem os painéis rectangulares laterais; apresentam fustes pintados fingindo mármore vermelho, capitéis e bases dourados; descarregam nos 4 pedestais que dividem o sotobanco e sustentam entablamento com cornija aprsentando ressalto reentrante ao centro.

Acessos

Praça de Nun' Alvares. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,508063; long.: -7,815974

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de Amieira (v. PT041212020003)

Enquadramento

Urbano, intramuros, na liça do Castelo (v. PT041212020003), adossada ao paramento interior E. da barbacã e junto à sua entrada principal; cabeceira quase adossada à torre S.do Castelo, Torre de São João; acesso por escadaria de pedra, de dois lances de escadas, de 10 degraus, no exterior da barbacã, abrindo para a Praça de Nun' Álvares.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 14 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 14, meados - construção ou reconstrução do castelo da Amieira e reabilitação a paço pelo Prior da Ordem do Hospital, D. Frei Alvaro Gonçalves Pereira; séc. 14 - provável construção duma primitiva capela de São João; 1556 - construção ou reconstrução da capela de São João; 1846 - instalação do cemitério da aldeia; 1937 - construção do novo cemitério da vila; 1948 - 1949 - obras de recuperação e de reconstrução pela DGEMN incluindo restauro do retábulo-mor com provável execução da pintura de marmoreados do mesmo então inexistente segundo fotografia de 1949; recuperação da abóbada com execução de esgrafitos segundo vestígios existentes; 1952 - infiltrações pluviais através da cobertura degradam os esgrafitos da abóbada; 1192, 01 Junho - afectação do imóvel ao IPPAR, por Decreto-Lei n.º 106F/92; 1994, 02 Novembro - reforço desta afectação, por Despacho conjunto dos Secretários de Estado da Cultura e das Finanças, publicado em Diário da República, n.º 253; 2004, Agosto - análise termográfica da parede da fachada principal revelando alguns descolamentos de revestimento devido a humidades; 2007, 29 Março - extinção do IPPAR, deixando o imóvel de estar afecto áquela instituição.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Alvenaria irregular de pedra e cal, rebocada e caiada; pedra em molduras de vãos; cerâmica de fabrico artesanal nos pavimentos; telha na cobertura.

Bibliografia

KEIL, Luís, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Portalegre, Lisboa, 1943; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1946; DGEMN, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 61, Lisboa, Setembro de 1950; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; FIGUEIREDO, José Francisco, Monografia da Notável Vila de Nisa, Sintra, 1956; SOUSA, Tude Martins de e RASQUILHO, Francisco Vieira, Amieira do antigo Priorado do Crato, Lisboa, 1982; MOURA, José Dinis da Graça Mota e, Memória Histórica da Notável Vila de Nisa, Lisboa, 1982; IPPAR, Castelo de Amieira do Tejo - Guia (desdobrável), Lisboa, IPPAR, s.d.; LNEC, Aplicação da análise termográfica em edifícios antigos na Amieira do Tejo e em Viana do Alentejo (Projecto FCTnº POCTI/ECM/46323/2002), Lisboa, LNEC, 2004.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

DGEMN: 1948 - execução do esgrafito da abóbada segundo vestígios existentes; 1948 - 1949 - caiações exteriores e interiores; construção e assentamento portas em casquinha incluindo ferragens; apeamento resto do frontal do altar, construção das peças em falta e reconstrução de um novo incluindo madeira, pintura e conserto do altar; demolição de jazigos encostados à capela, existentes no antigo cemitério; 1952, c. de - recuperação telhados; consolidação da abóbada; consolidação e restauro esgrafitos; consolidação do altar; reconstrução dos pavimentos; 1961 - obras de reconstrução do telhado; reparação da porta travessa; 1979 - caiações; pintura porta da capela e sacristia; 1985 - reparação de telhados; IPPAR: 2005 - obras de restauro e conservação na cobertura e esgrafito (em curso).

Observações

Autor e Data

Rosário Gordalina 2005

Actualização

 
 
 
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