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Edifício e estrutura Edifício Extração, produção e transformação Moagem
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Descrição
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Planta longitudinal, composta; volumes articulados com cobertura em telhado e em terraço, adaptando-se à inclinação do terreno. A estrutura edificada, de 2 pisos, assenta num maciço de cantaria e de alvenaria de pedra, reforçado por 3 contrafortes, nos alçados virados ao leito da ribeira, a S. e a E.; a fachada S. é vazada por arco redondo no piso térreo, por janela de verga golpeada, outrora mainelada, abrindo para terraço; a fachada E. é rasgada a nível do piso superior por janela com o mesmo recorte, partida a meio por colunelo em mármore; na fachada N. uma janela idêntica; no ângulo formado pelas fachadas S. e O. um vão entaipado, assinalado por arco rebaixado sobre pilastras. INTERIOR: no piso térreo, várias divisões intercomunicantes, com arcos de suporte do piso superior, onde funcionaram os armazéns e a zona de moagem. No piso superior a zona residencial construída por 3 divisões intercomunicantes, rasgadas por janelas geminadas nos alçados S., E. e N.; nichos contínuos rasgam as paredes; uma imponente lareira no local da antiga cozinha. |
Acessos
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R. General Humberto Delgado. WGS84: 39º23'10.41''N.; 8º39'28.74''O. |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, ribeirinho. Implanta-se na margem direita da ribeira do Alviela ou de Pernes, atravessado por ponte (v. PT031416140155), nas proximidades de outros moinhos hidráulicos, a jusante da queda do Alviela na ribeira de Pernes. Do lado oposto da ponte, na margem esquerda do rio e junto à estrada do Livramento a Fonte da Ribeira (v. PT031416140156).
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Descrição Complementar
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Um registo azulejar azul e branco, representando a janela mainelada e tendo registado no arco superior "Minho Manuelino" e num dos lumes um poema de Luís de Camões. |
Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: moagem |
Utilização Actual
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Política e administrativa: sede de fundação |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 15 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1165 - D. Afonso Henriques doa a Gualdim Pais e à Ordem dos Templários 8 moinhos situados no Alviela, em 2 açudes o de Trouvede e o de Alviela, bem como todos os outros que viessem aí a ser construidos, revertendo metade dos direitos para a Coroa; Séc. 12 -primeiros testemunhos documentais de um núcleo de azenhas de que ainda restam vários exemplares, e dos quais o moinho fazia parte, aproveitando a força motriz da água do Alviela, conduzida por levadas e reservadas em açudes; Séc.15, final - construção do moinho, aproveitando as paredes de uma estrutura mais antiga; 1497 - início da utilização do moinho como residência de lazer do conde de Abrantes; 1559 - D. Francisco de Almeida renuncia ao moinho a favor de D. Maria de Noronha; Séc. 18, finais - pelo menos desde esta data, os moinhos dos açudes de Trouvede e Alviela são adaptados a novas funções sendo então instalada uma fábrica de serralharia e limas por Pedro Schiappa Pietra; mais tarde aí funcionará uma fábrica de verrumas, pás e outros instrumentos, oficinas de torneiros e almofaças, moagens de ramas; Séc. 19, inícios - os moinhos de Pernes abastecem de farinha os exércitos de D. Miguel, sendo por isso destruídos a seguir à batalha de Pernes, em 1833; 1907 - o moinho, devoluto, é arrendado a Vicente Flor, ficando a sua exploração a cargo desta família; 1913 - instalada central hidro-electrica de abastecimento da vila; 1968 - é vendido a Manuel Baptista Lopes; 1992, 05 fevereiro - proposta de classificação pela CMSantarém; 1996 - adquirido pela Santa Casa da Misericórdia aos herdeiros de Manuel Baptista Lopes; 1997, 02 dezembro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 1998 (c. de) - a Santa Casa da Misericórdia iniciou obras de recuperação do edifício; 2000 - suspensão das obras pelo IPPAR; 2010, 31 dezembro - proposta da DRCLVTejo para revogação do despacho de abertura; 2009, 23 outubro - o processo de classificação caduca nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, publicado nesta data. |
Dados Técnicos
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Estruturas autoportantes |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra e de tijolo; cobertura em telha cerâmica; mármore nos colunelos. |
Bibliografia
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GIL, Maria Olimpia, Engenhos de Moagem no Séc.16 (Técnicas e Estruturas) in Do Tempo e da História, Vol.I, Lisboa, 1965; CUSTÓDIO, Jorge, Os Moinhos de Pernes - Memória descritiva, (texto policopiado), Santarém, 1991; COTRIM, Maria João, Pernes recupera lendário moinho manuelino, Diário de Noticias, 29 de Maio de 1992. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/GSRP |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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SCMP: 1998 (c. de) - consolidação das paredes exteriores; recuperação e manutenção da muralha do logradouro, junto ao rio Alviela; limpeza, pavimentação e ajardinamento do logradouro; 2005 - continuação das obras gerais de restauro e manutenção, tratamento da envolvente. |
Observações
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Funcionamento do moinho: a água, conduzida pela levada, passava por baixo de uma ponte e entrava, do lado N., por 2 seteiras que a injectavam nos rodizios de madeira; no piso dos engenhos (r/c) uma tremonha continha o cereal e as quelhas levavam-no aos 2 pares de mós. Recentemente foram instalados mecanismos adicionais de moagem no piso superior, visando a adaptação à moagem de ramas, mais económica, além de um motor eléctrico para accionar o moinho durante o verão. |
Autor e Data
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Isabel Mendonça 1997 |
Actualização
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2009 |
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