Colégio de Santo António da Estrela / Governo Civil de Coimbra

IPA.00017559
Portugal, Coimbra, Coimbra, União das freguesias de Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu)
 
Arquitectura educativa, maneirista e barroca e arquitectura residencial, novecentista. Antigo colégio religioso, compreendendo vários pisos devido ao declive do terreno, de planta rectangular simples, desenvolvida em torno de um claustro quadrangular, com o piso inferior marcado por arcadas de volta perfeita, em torno do qual se dispunham as dependências típicas de um convento capucho (portaria, sacrisita, Via Sacra, capelas, refeitório, cozinha, "De Profundis", dormitório, enfermaria, adega) a que acresciam as salas de aula. O edifício foi transformado, no séc. 20, numa vivenda unifamiliar do tipo "Casa Portuguesa", desenvolvida por Raul Lino, composto por vários corpos e evoluindo em dois e quatro pisos, alguns rectangulares e outro formando um L, com capela particular, construída neste período.
Número IPA Antigo: PT020603020163
 
Registo visualizado 445 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Educativo  Colégio religioso    

Descrição

Núcleo construído com quatro corpos dispostos em cotas diferentes: na cota superior, o gabinete do Governador Civil (corpo principal) que na extremidade O. está sobre parte do torreão da antiga muralha, junto ao qual a N., separada por um pátio, surge a capela; na cota intermédia, situa-se a cisterna, escadas de acesso aos terraços superiores e, umas ruínas, provavelmente correspondentes à antiga fábrica das massas; em cota inferior, o corpo da secretaria. CORPO PRINCIPAL de planta irregular em L invertido, com alpendre em L num dos extremos e torre quadrangular no topo O., de disposição horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas no edifício, a duas no alpendre e coruchéu octogonal na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, ladeadas por cunhais perpianhos em cantaria rusticada, coroados por pináculos piramidais, e rematadas por friso e cornija. Fachada principal virada a S., com dois pisos definidos por friso de cantaria, antecedida por alpendre composto por duas alas em L, fechando por pequeno pano de muro, vazado por arcos de volta perfeita com fecho em cunha, assentes exteriormente em pilares toscanos e interiormente em colunas também toscanas, com cobertura de madeira almofadada e pavimento em lajes de cantaria, possuindo, na zona central, um espaço ajardinado*1, onde se situa o poço-cisterna, assente em plataforma de cantaria de calcário, onde assenta o poço facetado e galbado, com tampa de madeira e envolvido por armação de ferro forjado pintado de preto, ornado por volutas, onde se dependurava a corda. O primeiro piso é rasgado por cinco vãos, sendo três do lado esquerdo, salientes, em arco de volta perfeita assente em colunas toscanas, correspondendo os outros dois da direita ao portal de verga recta, com moldura rusticada e remate em cornija e a uma janela rectilínea de moldura simples; no segundo piso, surgem quatro janelas idênticas à anterior, sobrepujadas por cornija. Fachada lateral esquerda virada a SO., composta pelas duas hastes do L, formando ângulo recto, de dois pisos divididos por friso de cantaria com as paredes percorridas por azulejo de padrão 2x2, de bicromia azul e amarelo sobre fundo branco formando silhar; o corpo do lado direito é rasgado por duas janelas em arco de volta perfeita com o fecho saliente. O segundo piso apresenta três janelas rectilíneas com molduras simples e cornija. A face virada a S., possui, no primeiro piso, uma galeria de cinco arcadas de volta perfeita suportadas por pilares rusticados, a do extremo esquerdo parcialmente entaipada e protegida por vidraças, protegendo duas portas de verga recta e um janelão, tendo ainda uma porta em lagarto do elevador, localizado à esquerda, o qual acede ao corpo da secretaria. No segundo piso, com varanda protegida por guarda em alvenaria rebocada e em tijolo, para a qual abrem duas portas de verga recta encimadas por cornija e o corpo da torre no registo superior é aberto nas três faces por três janelas em arco de volta perfeita, com moldura rusticada e pedra de fecho saliente rodeada por volutas. A O., uma pérgula triangular sobre parte da antiga muralha antecede a torre que, a N., é rasgada no primeiro registo por uma janela em arco abatido. Fachada lateral direita, virada a E., de dois pisos divididos por friso de cantaria e percorrida por embasamento do mesmo material, rasgada por sete vãos rectilíneos e molduras simples em cada piso, os do inferior gradeados, sendo a do extremo esquerdo de menores dimensões, e no superior, o terceiro vão a contar da esquerda é também menor; a fachada prolonga-se para o lado direito por pano de muro cego. A fachada posterior divide-se em três panos, sendo o da esquerda mais avançado e de dois pisos, rasgado por vãos rectilíneos e com moldura rusticada, o primeiro com porta e uma janela jacente, surgindo, no segundo, duas janelas; o pano central apresenta três pisos, o primeiro com um portão em arco abatido, protegido por porta metálica de duas folhas, surgindo, em cada um dos pisos superiores, duas janelas rectilíneas; os segundo e o terceiro pisos, este reentrante, são divididos por uma cornija sobreposta por beiral. INTERIOR com organização dos espaços coincidente nos dois pisos, tendo, na ala SE., as divisões dispostas ao longo de corredores, com tectos planos de madeira, alguns espaços com azulejo de padronagem policroma formando silhar; os corredores comunicam entre si por escadas de cantaria com guarda de madeira balaustrada; na ala NO., as divisões distribuem-se sequencialmente, intercomunicantes e abrindo também para o exterior através de portas ou janelas; neste, destacam-se duas divisões, ambas com pavimento em tacos de madeira, a Sala de Jantar situada na torre, com azulejos figurativos nas paredes, policromos e envolvidos por moldura fitomórfica, representado cenas de trabalho rural, lareira em cantaria e um tecto octogonal de caixotões em madeira; Sala do Protocolo com as paredes revestidas por um lambril de madeira almofadada e uma lareira em mármore rosa. A CAPELA, situada junto à fachada posterior, é de planta longitudinal simples de nave única e disposição horizontal com cobertura em telhado de três águas, tendo a fachada lateral direita adossada ao edifício da Junta de Freguesia de Almedina. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, pintado de amarelo, ladeadas por cunhais perpianhos também pintados de amarelo e rematadas por cornija com beiral sendo a S. finalizados por duas urnas. Fachada principal em empena assente em cornija sobre os cunhais, com cruz pétrea no vértice; é rasgada por portal em arco em asa de cesto assente e flanqueado por pilastras rematadas por pináculos bolbosos, tendo ao centro espaldar recortado e com enrolamentos, onde surge o emblema da congregação de Nossa Senhora da Conceição, cercada do cordão franciscano sobrepujando o escudo português, encimado por frontão de lanços, com cruz em trevo e com pequeno frontão triangular no centro do tímpano. A fachada lateral esquerda, virada a S., é rasgada por janela rectangular em capialço, tendo, adossada, uma armação metálica que serve de garagem. Fachada posterior em empena, rasgada por uma janela rectangular. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com as paredes revestidas por painéis de azulejos monócromos de azul cobalto sobre fundo branco, de composição figurativa com temática religiosa de episódios da vida de São Francisco de Assis, pavimento lajeado e cobertura de madeira em masseira com caixotões; o portal encontra-se protegido por guarda vento de madeira com portas laterais e a parte superior central envidraçada; na parede testeira, retábulo de talha dourada e policroma, tendo ao centro uma janela com vitral. CISTERNA, surge em cota intermédia, com planta em polígono irregular, de disposição horizontal, com cobertura em terraço recoberta por jardim, com fachadas rebocadas e pintadas de amarelo, a principal virada a O., percorrida por embasamento saliente com escadas de acesso revestidas com azulejo de padrão em bicromia amarela e verde sobre fundo branco, formando silhar (todas as escadas de acesso aos vários terraços têm este tipo de azulejo); os muros apresentam, a meio, um segundo ressalto, rasgado por vãos, correspondentes a uma porta e duas janelas; a fachada virada a S. é mais estreita e cega. INTERIOR formado por dois compartimentos com cobertura em abóbada de berço, sendo o da direita o reservatório da água. À esquerda deste corpo surge a parede saliente correspondente ao elevador com dois janelões curvos em eixo. Num plano mais avançado, destaca-se a "Torre de Belcouce" triangular, com paredes cegas, em alvenaria de pedra, tendo, alguns dos silhares, sobretudo os dos cunhais, siglas de canteiro; adossado à face N., as escadas de acesso a alguns vestígios, possivelmente da antiga fábrica de massas, situados sob o pátio existente entre a capela e o corpo principal, rasgados por três vãos em arco de volta perfeita; a N., adossadas à parede da Junta de Freguesia, subsistem ruínas de três pequenos compartimentos em alvenaria de tijolo, já sem cobertura. A SECRETARIA é composta por um corpo de planta rectangular irregular, de disposição horizontal e cobertura em terraço com lajetas de betão e godo, de dois pisos e com três das fachadas adossadas, a lateral esquerda a construções comerciais e as lateral direita e posterior ao morro em que se encostam. Fachada principal, virada a O, rebocada e pintada de amarelo, percorrida por embasamento saliente, escalonado, a acompanhar o desnível do terreno, rematado por cornija e platibanda, evoluindo em dois e três registos e divide-se em nove panos, delimitados por pilastras pouco salientes rematadas, acima da platibanda, por floreiras; os dois panos das extremidades são mais estreitos, o da esquerda compõe-se por três registos, sendo o inferior rasgado por uma porta rectangular em ferro forjado e os superiores por duas janelas em eixo, também rectangulares, o da direita, com dois registos, tendo, no inferior porta rectangular e no superior uma pequena janela quadrangular; os seis panos intermédios do lado direito têm doze janelas em eixo de tamanho diferenciado de três folhas, com molduras salientes, as do piso inferior jacentes (correspondentes a instalações do Banco Montepio Geral), e as do superior quadrangulares; o pano intermédio do lado esquerdo tem, no piso inferior, o acesso às instalações do banco, por uma porta rasgada a toda a largura do pano sobreposta por um gradeamento metálico transversa e no superior abrem-se duas janelas quadrangulares geminadas. INTERIOR com dois acessos, a partir das extremidades, servindo o da direita ao gabinete de atendimento ao público feito por escadas ladeadas por silhar de azulejos de figura avulsa; o acesso da esquerda (reservado), tem, no piso inferior, um vestíbulo que antecede à direita, um corredor de acesso ao elevador e as escadas de ligação ao piso superior, onde as dependências se distribuem à direita de um corredor.

Acessos

Couraça da Estrela

Protecção

Incluído na Zona de Protecção da Junta de Freguesia de Almedina (v. PT020603020036)

Enquadramento

Urbano, isolado, sobre parte da antiga muralha da cidade incluindo a Torre de Belcouce. Implanta-se na colina situada na margem direita do Mondego, com vista panorâmica sobre o rio e mancha urbana da margem esquerda, acompanhando o desnível do terreno e com frentes para a Rua da Estrela (serviços do Gabinete do Governador Civil e capela) e Rua Couraça da Estrela (entrada principal, secretaria e parte de serviços do Monte Pio Geral). Está adossado a N. pela Capela à Junta de Freguesia de Almedina / Igreja do Antigo Colégio de Santo António da Estrela. O corpo principal possui um pequeno jardim no lado esquerdo, fechado por muro em cantaria de aparelho rusticado, encimado por gradeamento de ferro, com portão flanqueado por pilastras encimadas por vasos e protegido por grades de ferro pintadas de preto. Tem ainda na sua área envolvente a E., a Casa dos Alpoins (v. PT020603020157) e a NE. a Casa da Nau (v. PT020603020029).

Descrição Complementar

O muro que circunda a SE., a entrada do corpo principal, é revestido por azulejo enxaquetado compósito de policromia, verde, amarelo e azul cobalto*2. No interior, algumas salas, escadas de acesso e corredores apresentam azulejos de composição figurativa, vegetalista e de padrão, sendo os do vestíbulo e das escadas de acesso reservado à secretaria, de fabrico industrial de composição figurativa em forma de silhar; policromia: azul cobalto, castanho e amarelo; representando cenas bucólicas com pares românticos, com guarnição de elementos arquitectónicos em "trompe l`oeil", atlantes, volutas, concheados, festões, marmoreados fingidos e a inscrição do local de fabrico no friso inferior "Fábrica-Aleluia, Aveiro"; no corpo principal as escadas de acesso ao segundo piso e corredores têm silhares de azulejo de padrão, de bicromia azul e amarela sobre fundo branco; na sala do protocolo tem uma lareira em mármore rosa de linhas direitas com características neoclássicas, colocada estrategicamente na parede comunicante com a sala de jantar onde também tem uma lareira em cantaria polida, de pilastras e arquitrave com volutas; nesta sala as paredes são revestidas, na parte inferior, por painéis de azulejos, policromos, com verdes, amarelos, castanhos e azuis, representando cenas de trabalho rural. Na capela, retábulo de talha dourada policromada de azul, verde e beje, formando marmoreados fingidos, de planta recta e três eixos, definidos por quatro colunas de fuste liso e decorado com concheados e acantos dourados, de capitéis coríntios assentes em plintos paralelepipédicos com acantos nos ângulos. No eixo central, janelão enquadrado por moldura dourada, sob o qual surge uma mísula com imagem de vulto; os eixos laterais possuem mísulas com imaginária. O remate forma um falso frontão que se adapta à cobertura, com cornija. No tímpano surge espaldar recortado tendo ao centro um cálice. O altar é em forma de urna e apresenta, no frontal, cartela contracurvaconcheada, encimado por sacrário embutido incaracterístico.

Utilização Inicial

Educativa: colégio religioso

Utilização Actual

Política e administrativa: coverno vivil / Serviços: banco

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Frei Francisco de Jesus Maria (1715-1725). Raúl Lino (1923). PINTURA DE AZULEJO: Fábrica Aleluia.

Cronologia

Séc. 13 - talvez tenha aqui existido o palácio das filhas de D. Sancho I; 1537, 25 Outubro - a Câmara concede a Diogo de Castilho uns terrenos em Almedina, para construção de casas; com a transferência da Universidade para Coimbra e havendo falta de instalações para funcionamento de todas as aulas, o Reitor da Universidade D. Garcia de Almeida, deixou funcionar no seu palácio da Estrela, as faculdades jurídica e médica, onde estiveram até final do ano lectivo; séc. 16, década 40 - incêndio no imóvel; séc. 17 - provável construção de outro palácio ou casas no local; séc. 18 - as casas pertenciam a D. Martinho de Mascarenhas; 1705, 24 Abril - nascimento da Real Província da Conceição *2, por Breve de Clemente XI; D. Pedro II envereda esforços para conseguir um edifício para a fundação de um colégio para a nova Província; 1707, 17 Janeiro - perante a morte de D. Pedro II, o seu filho, D. João V, emitiu um alvará de fundação do Colégio, instalado no palácio da Rua das Fangas, pertencente a D. Martinho de Mascarenhas, marquês de Gouveia; o edifício, que incluía um torreão do troço da muralha de Belcouce, foi doado pelo fidalgo, ficando a coroa encarregue de sustentá-lo, com a dádiva anual de 70$000; 20 Agosto - início do funcionamento do Colégio, com direitos semelhantes ao de Santo António da Pedreira, da Província Capucha de Santo António; 1715, 29 Maio - lançamento da primeira pedra, lançada por D. António de Vasconcelos e Sousa; o projecto terá sido da autoria de Frei Francisco de Jesus Maria, natural de Vila Real; 1725 - conclusão da construção do núcleo colegial; 1750 - é concedido ao colégio as águas "perdidas" dos chafarizes da feira e do largo da Sé Velha, devendo estas ser canalizadas para um novo chafariz a construir junto do colégio, "ficando os seus sobejos a correr para uso dos colegiais"; 1752, 26 Agosto - o colégio passa a integrar o núcleo da Universidade de Coimbra, por pedido de Frei António das Chagas dirigido a D. José; 1778, 10 de Junho - a Câmara mandou demolir o arco romano que ainda subsistia a sul do colégio (VASCOCELOS, António, 1938); 1834 - extinção do colégio; 1834, 26 de Maio - Auto de Designação que ordena aos religiosos que ainda se mantinham no extinto colégio, o abandonem de imediato; 1835, 7 de Janeiro - no extinto Colégio da Estrela é procedida à venda e arrematação do resto dos seus bens móveis (Maço dos Diferentes Colégios, Inventário dos bens móveis e de raiz do Colégio de Santo António da Estrela, Edital para os Autos, fol. 57); 30 de Maio - pedido da Câmara municipal para que o edifício do extinto colégio e sua igreja fosse retirado da lista dos edifícios destinados à venda, alegando ser necessário para ali instalar a prisão; 1836, 19 Janeiro - solicitação da zona colegial pela Câmara Municipal, para instalação da cadeia; 2 Setembro - o edifício é excluído da lista dos bens destinados à venda , mas nunca chegou a ser prisão, passando pouco tempo depois para propriedade particular; 1838, 28 Fevereiro - é reiterado o pedido da Câmara Municipal para instalação da cadeia; 1863, Fevereiro e Março - a Sociedade o Raio que se tinha organizado como Loja Maçónica celebrava ali as suas sessões clandestinas, em Outubro instalou lá a loja maçónica "Liberdade", e a imprensa periódica do mesmo nome (VASCONCELOS, António de, 1938); 1866 - Doutor Manoel Bernardo de Sousa Enes, Professor da Universidade, arrendou o edifício do extinto colégio, onde instalou o Colégio de Educação e Ensino Secundário da Estrela; 1874, depois - o edifício principal foi ocupado por uma fábrica de massas; 1879 - 1883 - António de Vasconcelos enquanto estudante, habitou uma dependência deste edifício situada aproximadamente, onde hoje se encontra o alpendre a S.; 1923 - Raúl Lino fez o projecto para um hotel neste local do extinto colégio que nunca chegou a ser construído; 1924, 24 Novembro - foi comprado pelo Dr. Ângelo Rodrigues da Fonseca; 1925 - projecto do arquitecto Raúl Lino, para casa de habitação do Dr. Ângelo Rodrigues da Fonseca, médico e professor da Universidade de Coimbra; aplicação do portal do convento à entrada de uma capela particular, que passou a servir o culto da casa; 1952 - parte do edifício é arrendado ao Governo Civil de Coimbra; 1961 - parte do edifício foi arrendado ao Governo Civil; 1961 - renovação do contrato ao Governo Civil, que passou a passar a ocupar o segundo piso, alvo de obras profundas pela DGEMN.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de calcário, rebocada e pintada; modinaturas, pavimentos, pilastras, poço, escadas em cantaria de calcário; pavimentos e coberturas em madeira; grades e estrutura do poço em ferro; silhares de azulejo; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

NATIVIDADE, Frei Manoel e ROZA, Frei João de Santa, Estatutos da Província da Conceyção no Reyno de Portugal, Coimbra, Officina Luiz Seco Ferreira, MDCCXXXV (1735); JOSÉ, Frei Pedro de Jesus Maria, Chronica da Santa, e Real Provincia da Immaculada Conceição de Portugal da mais estreita e regular Observancia do Serafim Chagado S. Francisco, 2.ª ed., 2 vols., Lisboa, Officina de Miguel Manescal da Costa, MDCCLX (1760); LUÍS, Frei António de São, Mestre de ceremonias, que ensina o rito Romano e Serafico aos religiosos da Reformada, e Real Província da Conceição no Reino de Portugal, exposto em duas unicas classes, 3.ª ed. acrescentada, Lisboa, Officina de Simão Thaddeo Ferreira, MDCCLXXXIX (1789); CAMPOS, Ayres de, Índices e Sumários, fasc. II, Coimbra, 1869; CORREIA, Vergílio, GONÇALVES, Nogueira, Inventário Artístico de Portugal - Cidade de Coimbra, Vol. III, Lisboa, 1947; ALMEIDA, Fortunato de, História da Igreja em Portugal, vols. I e II, Porto, Livraria Civilização Editora, 1968; ARAÚJO, António de Sousa (Frei), Antoninhos da Conceição - dicionário de capuchos franciscanos, Braga, Editorial Franciscana, 1996; Revelar Coimbra, Coimbra, Museu Machado de Castro, 27 de Junho a 16 de Setembro de 2001; www.gov-civil.pt, 28 de Agosto 2003; Passado ao Espelho - Máquinas e imagens das vésperas e primórdios da Photographia, Coimbra, Museu da Física da Universidade de Coimbra, 9 de Janeiro - 10 de Fevereiro de 2006; FIGUEIREDO, Ana Paula Valente, Os Conventos Franciscanos da Real Província da Conceição - análise histórica, tipológica, artística e iconográfica, [tese de doutoramento], 3 vols., Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMC; CMC; BPMP: Crónica da Provincia da Conceição, 1737, FA - 69; AUC: Colégios e Conventos vários, Cota provisória - D-V

Intervenção Realizada

DGEMN: 1966 - reparação e beneficiação do ascensor que liga os dois corpos do edifício, substituição integral da instalação eléctrica de manobras, reparação e beneficiação do quadro eléctrico de comando do ascensor, reparação das 4 rodas do desvio existentes, aplicação de 3 novas fechaduras nos patamares, afinação e lubrificação geral; 1969 - reparação e beneficiação do ascensor, trabalhos complementares, modificação e beneficiação do quadro eléctrico de comando, substituição das 2 portas existentes na cabine do elevador por novas portas tipo lagarto, reparação da cabine de madeira do ascensor; 1978 - reparação do ascensor, substituição do limitador de velocidade, substituição do cabo de aço, reparação do pára-quedas, substituição das peças de fixação dos cabos de suspensão; 2000 / 2001 - obras de beneficiação do elevador, substituição dos componentes do sistema mantendo apenas a cabina original; DGEMN, Governo Civil de Coimbra: 2001 - obras de beneficiação, picagem de rebocos exteriores e respectivas pinturas e beneficiação da cobertura; DGEMN: 2002 / 2003 - obras de conservação, substituição da cobertura em fibrocimento que cobria a zona dos serviços administrativos, impermeabilização do pavimento e seu recobrimento com lajetas de betão e godo, reconstrução das escadas de ligação ao terraço e das escadas de acesso à cisterna, construção de um novo sistema eléctrico nos sótãos e substituição dos quadros eléctricos; Governo Civil de Coimbra: 2003 - substituição da caixilharia dos vãos da secretaria, restauro da pintura original do tecto do Gabinete do Governador Civil e renovação da instalação sanitária; DGEMN: apoio técnico; Governo Civil, comparticipação financeira: 2004 - substituição integral dos caixilhos do sala da biblioteca no primeiro piso, e construção da rampa de acesso ao andar inferior do edifício principal, para pessoas de mobilidade reduzida.

Observações

*1 - possivelmente é parte de um claustro do antigo Colégio de Santo António da Estrela, o qual era quadrangular e se encontrava ornado por onze telas a representar vários santos; o acesso fazia-se através da portaria, assinalafa por uma sineta dependurada de uma cadeira de ferro, que tinha no interior a imagem de São Francisco em pedra a receber os estigmas, com resplendor de metal branco; na sacristia, ao lado da igreja, surgia um arcaz encimado por espaldar com nicho central, com as imagens de vulto de uma Sagrada Família, enquadrados por dois querubins e um Deus Pai; lateralmente, dois painéis representando Santo António e São Francisco, surgindo, nas ilhargas, dois santos, não identificado, mas que poderiam constituir, como é usual, São Boaventura e São Luís Bispo; no local, surgia, ainda, uma cruz marchetada a madre pérola, tendo na base um Cristo morto, esculpido em cera, rodeado por alguns santos, representando, certamente, uma Deposição no túmulo; sobre o arcaz, dois tocheiros de madeira, pintados de branco e dourado. Na sacristia, uma sineta que chamava para a missa e marcava os passos litúrgicos, bem como três espelhos. Na claustro, surgia uma capela com estrutura retabular, onde se encontrava uma tela com Nossa Senhora da Conceição, tendo, sobre a banqueta, quatro castiçais de madeira, um Crucificado pequeno e dois anjos tocheiros; surgiam, ainda, um painel com figuras esculpidas, um tocheiro, um candeeiro das Trevas e duas estantes e um segundo espaço de culto dedicado a Nossa Senhora da Piedade, com a imagem do orago, flanqueada por dois Agnus Dei esculpidos em madeira, tendo, sobre o altar, dois castiçais de estanho. O refeitório tinha cinco tábuas de castanho a servir de mesas e uma pintura a representar a "Última Ceia". Ainda no piso inferior, a adega, com uma pia de pedra, que sustentava doze alqueires de azeite e outra pequena, que servia de salgadeira. O dormitório, num dos pisos superiores, possuía um nicho envidraçado com a imagem de Nossa Senhora do Patrocínio, com manto de seda, sustentando um Menino; na enfermaria, existia um retábulo de talha dourado, contendo uma Senhora dos Remédios pintada sobre vidro, tendo, sobre a banqueta, um Crucificado de madeira; o conjunto era flanqueado por duas gravuras. No Colégio existia uma campainha que marvaca o ritmo das aulas.

Autor e Data

Cecília Matias 2003 / Margarida Silva 2004 / Paula Figueiredo 2009

Actualização

 
 
 
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