Edifício dos Correios, Telégrafos e Telefones, CTT, de Seia

IPA.00016428
Portugal, Guarda, Seia, União das freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros
 
Estação de Correios, CTT, construída no séc. 20, do tipo I, destinada a dois funcionários e com 100 assinantes telefónicos, segundo a definição da Delegação para os novos edifícios dos CTT. É de planta em L, e de dois pisos, tendo, no primeiro, os serviços dos CTT e, no superior, a casa do chefe da estação *1. A sala de atendimento ao público tem acesso através de alpendre aberto, por onde se acede também à casa de habitação, a partir de uma escada de dois lanços. As fachadas são rasgadas por vãos retilíneos, as janelas de peitoril e algumas jacentes, outras longilíneas, com molduras de cantaria, em alguns vãos com molduras partilhadas, sendo mais amplas as que marcam a zona de atendimento ao público e a residência do chefe da estação, sendo as demais rasgadas em zona elevada e de menores dimensões. Fachada principal com pequeno ângulo no lado esquerdo, onde surge alpendre saliente em cantaria, acedido por amplo vão de volta perfeita. Edifício simples, destacando-se pelos volumes geométricos, acentuados pelo retilíneo dos vãos, alguns assumidamente horizontais e outros verticais, em paredes opostas, não constituindo, por isso, grandes contrastes. Na fachada principal, um dos vãos possui pequeno florão estilizado.
Número IPA Antigo: PT020912200202
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comunicações  Estação de correios (CTT)    

Descrição

Planta em L irregular, com alpendre no ângulo esquerdo e volume mais baixo e estreito adossado ao ângulo dos braços do L, de disposição horizontal e com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Edifício de um e dois pisos, com as fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas por cornija de betão e duplo beiral, estando a principal virada a O., formando reentrância em ângulo recto no lado esquerdo, onde surge o alpendre em cantaria de granito saliente da caixa murária e assente em quatro pares de mísulas, rasgado por vão de volta perfeita, que acede à zona protegida, onde se rasgam duas portas de verga recta, uma na face O., que liga à sala de atendimento ao público, e outra na face S., abrindo para as escadas que ligam ao piso superior, iluminadas por fresta moldurada; no lado direito da fachada, rasgam-se vãos em ambos os pisos, todos moldurados a cantaria de granito: no piso inferior, janela rectilínea, encimada por florão estilizado, aparecendo, no lado direito, cinco pequenas janelas rectangulares com molduras comuns; no piso superior, quatro janelas rectangulares com molduras comuns. Fachada lateral esquerda de dois pisos, rasgada por porta de verga recta, duas janelas com moldura comum e vão cego, em arco de volta perfeita; superiormente, duas janelas molduradas e mais três com moldura comum, surgindo, ainda, duas frestas longilíneas, a iluminar o vão da escada, com moldura em granito. Fachada lateral direita formada pelos dois braços do L, surgindo no do lado esquerdo, de apenas um piso, cinco janelas com molduras comuns e, sobre o telhado, enorme chaminé; no braço mais recuado, três janelas de moldura comum no piso inferior e três rectilíneas com moldura de cantaria no superior. No corpo adossado ao ângulo do L, de um piso, janela rectangular jacente, de três folhas e, na face E., duas janelas rectangulares jacentes, molduradas; sobre o corpo adossado, na face E., duas janelas com moldura comum a marcar o segundo piso. Fachada posterior em empena, de dois pisos, com duas janelas jacentes no piso inferior e duas janelas de peitoril quadrado a ladear uma mais pequena, todas molduradas, no superior. INTERIOR com sala de atendimento ao público no lado direito, de planta rectangular e dividida, sensivelmente a meio, por balcão de granito polido, com tecto plano de betão, rebocado e pintado de branco e pavimento em ladrilho cerâmico.

Acessos

Seia, Largo Marques da Silva, com a fachada lateral direita na Rua Pintor Lucas Marrão e a esquerda virada para a Rua Dr. João Saraiva

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado no centro da povoação, num amplo largo, tendo, junto à fachada principal uma das rotundas estruturadoras do trânsito da cidade, para a qual também abre o Edifício da EDP (v. PT020912200206). Na fachada posterior, desenvolve-se jardim com jogos de água e o edifício do Mercado Municipal, encontrando-se, na proximidade, a Casa de Santa Rita / Museu do Brinquedo (v. PT020912200010).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comunicações: estação de correios (CTT)

Utilização Actual

Comunicações: estação de correios (CTT)

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Amílcar Pinto (1943)

Cronologia

1931 - solicitada a aprovação da Administração-Geral de um conjunto de seis projectos-tipo, elaborados pela Direcção dos Serviços de Estudos, Construção e Conservação-CTT; os projectos foram submetidos à apreciação da DGEMN, que achava que a elaboração dos planos eram da sua competência, encarregando um arquitecto de elaborar três estações-tipo: Tipo I, Tipo III e Tipo 3 - região granítica; durante a elaboração destes projectos não existiram quaisquer contactos entre os CTT e a DGEMN, para avaliar quais as reais necessidades dos técnicos daquela instituição; 1932, 22 setembro - Duarte Pacheco refere que é necessário e mais vantajoso construir os edifícios dos CTT, em vez de se proceder a arrendamento, ficando a DGEMN encarregue de elaborar os projectos e ver as necessidades de cada região; foi enviado um inquérito aos Chefes das Secções Electrotécnicas, solicitando informações sobre instalações, pessoal, tráfego e cálculo de necessidades relativas às áreas de serviço; 1933 - segundo um relatório de Couto dos Santos, administrador-geral dos CTT, empossado nesse ano, existiam 665 edifícios dos Correios, de que detinham a propriedade de apenas 92, sendo 28 do Estado, 82 cedidos gratuitamente e 463 arrendados, com o que se despendia anualmente 650.000$00; 1933 - 1934 - numa vistoria, concluiu-se que apenas 16 edifícios se encontravam em bom estado; 1934, 3 Abril - Couto dos Santos exige um inquérito mais detalhado que o de 1932; 16 novembro - Duarte Pacheco reconhece que os projectos-tipo de 1931 não se coadunavam às necessidades reais e criou uma comissão para estudar os futuros projectos, composta por um delegado da Administração-Geral dos CTT, o engenheiro Duarte Calheiros, um delegado da DGEMN, engenheiro Roberto Espregueira Mendes, e o arquitecto Adelino Nunes; 1936, 02 abril - a Comissão elabora o seu relatório final com seis projectos-tipo, considerando o tráfego e pessoal existentes, bem como o seu aumento a curto prazo; previa que se utilizassem estruturas de alvenaria de tijolo ou metal distendido nas divisórias interiores, pavimentos em betão armado, que poderiam ser deslocados se necessário; nesse mesmo ano, os planos foram aprovados pelo Conselho Superior das Obras Públicas; 9 Agosto - Couto dos Santos refere a necessidade de substituir todo o mobiliário das estações; as Oficinas Gerais foram encarregadas de delinear tipos de mobiliário, optando-se por um de linhas simples, em madeira de macacauba, mogno, nogueira, carvalho e castanho; 1937, 03 agosto - publicação da lei n.º 1959, referente ao programa geral de Remodelação Financeira, do Material e Instalações da Administração Geral dos CTT, baseada em vários estudos iniciados em 1932-33, visando o Plano Geral de Construção de Redes Telefónicas e Telegráficas, a cumprir no prazo de 15 anos, Plano Geral de Edificações, no prazo de 5 anos e o Plano de Aquisição de Material, no prazo de 5 anos, para o que foi criada a Delegação dos Novos Edifícios para os CTT *1; 1942 - 1946 - mudança do plano da fachada lateral por ordem do Ministro das Obras Públicas; 1943 - definição da tipologia dos móveis para o interior; 13 março - adjudicação da empreitada; 1946, 28 Maio - inauguração pelo Governador Civil da Guarda, Dr. Roberto Vaz de Oliveira. 2006, 24 agosto - o edifício esteve em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série, n.º 16, tendo caducado, visto o procedimento não ter sido concluído no prazo fixado pelo Artigo 24.º da Lei n.º 107/2001, DR, 1.º série A, n.º 209 de 08 setembro 2001.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Granito nas molduras e alpendre; betão nas cornijas e coberturas; telha nas coberturas exteriores; madeira nas portas e caixilhos das janelas, com vidro simples; pavimento em ladrilho cerâmico.

Bibliografia

A administração geral dos CTT sob a égide do Estado Novo inaugura solenemente o novo edifício de Seia. Lisboa: Bertrand e Irmãos/Ed. Publicidade e Propaganda dos CTT, Maio de 1946 [Pagela comemorativa – Arquivo Fundação para as Comunicação (FPC)]; BÁRTOLO, Carlos Humberto Mateus de Sousa - Desenho de Equipamento no Estado novo: As Estações de Correiro do Plano Geral de Edificações. Porto: s.n., 1998. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado em Design Industrial apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; CARDOSO, Eurico Carlos Esteves Lage - História dos Correios em Portugal em Datas e Ilustrada. Lisboa: Edição de Autor, 2.ª ed., 2001; «Edifício dos Correios – A sua inauguração com a presença do ilustre Chefe do Distrito, representante da Administração geral dos CTT e mais elemento oficial» in A Voz da Serra. Seia: 1 de Junho de 1946, n.º 612, ano XXVII, p. 1; Inquérito à Arquitectura Portuguesa do século XX – Ficha Estação dos CTT de Seia, http://iapxx.arquitect[os.pt/ [consultado a 21 de Maio de 06, 16h40]; Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1950; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1951. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1952; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1953; «Relatório da Comissão para o estudo dos novos edifícios dos CTT» in Revista do Sindicato Nacional de Arquitectos. Lisboa: outubro de 1938, ano 1, n.º 6, p. 168-172.

Documentação Gráfica

Arquivo do serviço de Manutenção Obras e Património Imobiliário dos CTT (MOP/CTT): Tombo da estação dos CTT de Seia

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN/DSID; Arquivo do serviço de Manutenção Obras e Património Imobiliário dos CTT (MOP/CTT: Tombo da estação dos CTT de Seia, Fotografias da Estação dos CTT de Seia, 1978

Documentação Administrativa

DGPC: PT REE-0015/104

Intervenção Realizada

Séc. 20, 2.ª metade - novos rebocos e pintura exterior e restauro das coberturas exteriores; remodelação da sala de atendimento ao público.

Observações

*1 - o Plano de Construções dos Novos Edifícios para os CTT, foi em grande parte, realizado durante o período de subida de preço dos materiais e mão de obra, mercê das circunstâncias devidas à Segunda Guerra Mundial, que veio a prejudicar o andamento previsto do referido plano. *2 - o projecto previa uma sala de público comunicando através de balcão com a sala de manipulação telégrafo-postal, com estantes, bancos, uma cabine telefónica, surgindo na sala de manipulação uma secretária de venda ao público, cacifos, mesa para manipulação de registos, mesa para abertura de malas e correspondência, divisor de correspondência, régua para suspensão de malas, mesa de aparelhos telegráficos, quadro telefónico manual para 50 números; armário arquivo; cofre; instalações sanitárias; receptáculo para correspondência; a residência do chefe da estação, com uma sala comum, 3 quartos, cozinha, despensa, instalações sanitárias; esta estrutura desapareceu com as recentes remodelações.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2003

Actualização

JoseRaimundoNoras (Contribuinte externo) 2018
 
 
 
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