Escola Adães Bermudes
| IPA.00016126 |
| Portugal, Leiria, Alvaiázere, Alvaiázere |
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| Arquitectura educativa, do séc. 20. Escola primária do projecto-tipo Adães Bermudes, de uma sala e uma residência, de planta rectangular composta por três volumes escalonados, o lateral esquerdo mais alto e de dois pisos, destinado à residência do professor, o central com sala de aula e o lateral direito, com vestíbulo e o alpendre e instalações sanitárias adossados à fachada posterior. O edifício é rasgado por vãos em arco abatido, com moldura na verga, em tijolo e pedra de fecho fingida e saliente. O corpo lateral esquerdo, com dois registos separados por friso, é rasgado no inferior por porta de verga abatida, ladeada por duas frestas e o superior com janela de peito. A sala de aula possui três amplas janelas em arco abatido que permitem a iluminação unilateral daquele espaço de estudo. O corpo lateral direito termina em empena de cornija truncada por sineira de uma ventana, rectangular, com sino. |
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| Número IPA Antigo: PT021002020027 |
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| Registo visualizado 418 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Educativo Escola Escola primária Tipo Adães Bermudes
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Descrição
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| Planta rectangular, em L, composta por dois corpos, à esquerda de dois pisos e à direita de um só piso. Volumes articulados por justaposição, com desenvolvimento horizontal, contrastando com o verticalismo do lateral esquerdo; na fachada posterior adossa-se um corpo rectangular, de um piso, dispostos perpendicularmente ao corpo direito; coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas no lateral esquerdo, de três no prolongamento do corpo da direita, e de duas águas os restantes. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com remates em beiral duplo. Fachada principal desenvolvida, assimetricamente, em três panos, os laterais levemente salientes, rasgada por vãos em arco abatido, de aduelas calçadas, simples, em tijolo, e molduras de cantaria enquadrando apenas a zona da bandeira e pedra de fecho saliente. O pano lateral direito, terminado em empena de friso e cornija truncada por sineira de uma ventana, rectangular com sino, rematada por pequeno telheiro de quatro águas com beiral saliente e pináculos cerâmicos nos ângulos, é rasgado pelo portal principal, em arco abatido, de moldura igual às descritas e de fecho decorado; sobre a porta uma cartela em cantaria, emoldurada com a inscrição "ESCOLA PRIMÁRIA". O pano central é rasgado por três amplas janelas com bandeira e o lateral esquerdo, de dois pisos separados por friso de cantaria, possui no piso inferior porta ladeada por duas frestas e, no superior, janela de desenho semelhante aos restantes vãos. Fachada lateral direita, rebocada, aberta por pequenos vãos. Fachada lateral esquerda cega nos dois pisos, apresenta, junto do friso separador dos pisos, uma cartela em azulejo policromo, azul e amarelo sobre fundo branco, a identificação toponímica da localidade "ALVAIAZERE". Fachada posterior formando pátio, com pavimento em paralelepípedos, e possuindo três panos, assimétricos, tendo ao centro o primitivo recreio coberto. Do lado da via pública remate em empena simples. INTERIOR: não observado (encontra-se em obras)
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Acessos
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| Rua Conselheiro Furtado dos Santos |
Protecção
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| Inexistente |
Enquadramento
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| Urbano, destacado. Implanta-se no início da Vila de Alvaiázere, à beira da estrada que a atravessa; disposta em gaveto, é rodeada por edifícios descaracterizadores da envolvente. A fachada lateral esquerda é fechada por portão em ferro, assente em dois pilares. |
Descrição Complementar
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| O portão de acesso ao pátio, é rematado por uma Lira, como identificando a ocupação do espaço como Academia de Música. As portas têm pequenas portadas com protecção em ferro, decoradas. |
Utilização Inicial
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| Educativa: escola primária |
Utilização Actual
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| Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa |
Propriedade
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| Pública: municipal |
Afectação
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| Sem afetação |
Época Construção
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| Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITETO: Arnaldo Redondo Adães Bermudes (autor do projeto-tipo). |
Cronologia
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| 1897 - Congresso Pedagógico de Lisboa argumenta que perante o analfabetismo de 4, 5% da população portuguesa, a inversão de tal situação deveria começar pela construção de escolas; refere a urgente dotação de edifícios apropriados a todas as povoações com escolas primárias num período de 5 anos, seguindo um plano de construção estudado por uma comissão de engenheiros, que o Governo delegou à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses; a equipa era constituída por Augusto Simões de Carvalho, Severino da Fonseca Monteiro, Polycarpo José da Costa Lima, António Teixeira Júdice e Joaquim Renato Baptista; 1898, 3 Janeiro - assembleia extraordinária aprova o projectos de edifícios destinados a escola primária, elaborado pela Associação dos Engenheiros Civis Portugueses; no texto, reconhecia a necessidade de difusão da instrução e a influência que a disposição adaptada nos edifícios escolares exercia no desenvolvimento físico, intelectual e moral das populações; 10 janeiro - entrada no Ministério das Obras Públicas dos programas do Concurso para apresentação de projectos de edifícios destinados a escolas de instrução primária e o respectivo relatório; 2 março - abertura oficial do concurso público por anúncio no Diário de Governo, estipulando-se um prazo de 6 meses para admissão dos projectos concorrentes; os trabalhos teriam de ser entregues na 1ª Repartição da Direcção-Geral de Instrução Pública; era obrigatório o uso de pseudónimos; estipulavam-se 3 prémios de mérito relativo para os projectos que satisfizessem todas as condições do concurso e tivessem sido aprovados com mérito absoluto: 750$000, 450$000 e 300$000, respectivamente *1; 31 outubro - júri aprova projecto do Arq. Arnaldo Redondo Adães Bermudes, sob o pseudónimo Fiat Lux, que fora o único candidato *2; 10 Novembro - homologação do parecer técnico, pelo Ministro do Reino e confirmação da atribuição do 1º prémio; 23 novembro - Adães Bermudes é oficialmente nomeado delegado por Lisboa à Exposição Universal de Paris e convidado por Ressano Garcia a apresentar o projecto dos edifícios escolares como concorrente; 9 Dezembro - Direcção-Geral de Instrução Pública expediu circular aos governadores civis de todos os distritos em que se perguntava: "quantas e quaes são, as escolas primárias officiaes do distrito que não têm casa propria; quaes as escolas que, na conveniente distribuição dos edificios escolares, devem ser preferidas, e com que auxílio poderá o governo contar da parte das corporações administrativas ou dos particulares para a diminuição dos seus encargos na construção dos edifícios"; 1900 - Adães Bermudes obtém a medalha de ouro da Secção Escolar na Exposição Universal de Paris; 1902, 18 dezembro - assinatura de contrato de empréstimo de 245 rs. para auxílio da Direcção-Geral de Instrução Pública na diminuição dos encargos na construção das escolas; séc.20, inícios - construção da escola de Alvaiázere; 2005 (?) - Cedido pela CMA à Filarmónica de Santa Cecília. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Bibliografia
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| BEJA, Filomena, SERRA, Júlia, MACHÁS, Estella, SALDANHA, Isabel, Muitos Anos de Escolas, Edifícios para o ensino infantil e primário até 1941, Lisboa, 1987 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID; CMA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| CMA: 2005 - obras gerais de recuperação e remodelação (em curso) |
Observações
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| *1 - O programa preliminar do projecto estabelecia que: deveriam ser apresentadas peças desenhadas à escala 1/100, memória descritiva e justificativa, medição e orçamentos; era apresentada uma listagem de áreas que contemplava um vestiário, uma ou mais salas de aula, pátio com recreio coberto, habitação do professor e instalações sanitárias; requeria-se dimensões para o máximo de 50 alunos por sala, na razão de 1,25 m2 por aluno, sendo o pé direito de 4 m. a 4,5 m.; os pavimentos, de madeira, teriam de ser elevados de 1,5 m. acima do terreno exterior; quanto à iluminação natural, excluíram-se as entradas de luz pelo tecto e exigiam-se janelas rectangulares; considerando-se a hipótese de escolas mistas, tornaram-se obrigatoriamente independentes as salas de aulas, os sanitários e as habitações dos professores e as entradas e vestíbulos; nas condições especiais do programa determinava-se que os projectos considerassem 3 tipos diferentes de edifícios: escolas com 1 sala, para 50 alunos, e habitação para um professor (só rapazes ou só raparigas); escolas com 2 salas para 100 alunos (só para rapazes ou só raparigas) com habitação para professor e ajudante; escolas mistas, com 2 salas, para 100 alunos, com duas habitações para os professores e ajudantes respectivos; como limite para a base orçamental dos edifícios indicava-se 40$000 rs / aluno, especificando-se que a este preço correspondiam alicerces a 1,50 m. de profundidade; recomendava-se pela primeira vez que cada tipo de edifício viesse a ser construído de acordo com as técnicas e materiais próprias de cada zona do país, considerando-se 7 regiões: Minho e Douro, Trás-os-Montes, Beiras, Estremadura, Alentejo, Algarve, Ilhas Adjacentes. *2 - O seu projecto tinha as seguintes características: salas de aula térreas, abrindo 3 grandes janelas para a fachada principal assegurando boa entrada de luz natural e arejamento suficiente; sanitários bem articulados com a sala, sendo possível o seu acesso circulando pelo recreio coberto; o vestíbulo (nalguns casos adaptado e com utilização diferente) permitia que se organizasse uma zona para cuidados de higiene dos alunos (desparasitação, etc.); casa do professor desenvolvida em 2 pisos e sótão, com entradas e janelas sempre sobre a fachada principal; nas escolas com 2 salas, a habitação ocupava a parte central do conjunto; o projecto não incluía desenhos de mobiliário escolar, que seria providenciado pelas Câmaras Municipais. O edifício continua em obras para instalação da Academia de Música Santa Cecília. |
Autor e Data
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| Cecília Matias 2008 |
Actualização
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