Convento das Bernardas / Igreja do Convento de São Bernardo / Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade de Tavira

IPA.00015692
Portugal, Faro, Tavira, União das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago)
 
Convento cisterciense feminino, de fundação manuelina, com igreja composta por nave, transepto e capela-mor, com entrada tranversal a norte, claustro e três alas, seguindo o esquema cistersiense de organização dos espaços, tendo no 1º piso a cozinha, refeitório e calefactório e no 2º as celas. Portal principal manuelino, posteriormente ampliado em altura por fogaréus barrocos encimando a estrutura, constituindo a marca mais antiga da construção, sendo contemporâneo da campanha construtiva original. Igreja e alas conventuais barrocas. Único convento da Ordem de Cister no Sul do País no qual a importância da água está bem presente na proximidade em relação ao rio, porventura adaptando uma antiga linha de água de que hoje não restam vestígios, possui enorme impacto na paisagem de Tavira, tendo sido o maior convento da cidade. A transformação do conjunto conventual em fábrica de moagem levou à subsversão dos antigos interiores, em benefício de um claro utilitarismo dos espaços e dos recursos; a casa dos antigos proprietários da fábrica apresenta elementos de tradição construtiva eclética, como as pinturas do hall de entrada e o capitel em gesso a imitar mármore, com outros decorrentes da tradição arquitectónica algarvia, como a platibanda que separa os dois registos dos alçados exteriores da ala poente; conserva-se ainda muita maquinaria e elementos industriais, assim como a alta chaminé de tijolo, verdadeira marca de industrialização na região; a casa dos antigos proprietários da fábrica apresenta interessantes elementos ecléticos e tradicionais.
Número IPA Antigo: PT050814060013
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de Cister - Cistercienses

Descrição

Planta composta pela igreja, de planta rectangular com nave única, transepto e capela-mor, e pelas dependências conventuais. Volumes articulados, massas dispostas na vertical com cobertura diferenciada em telhados de 2 águas na igreja e dependências conventuais, em cúpula na capela-mor. IGREJA: fachada principal a N. com a marcação de antigos telhados de construções demolidas; é composta por três corpos claramente definidos em altura; a O. o corpo mais alto, de três registos, o inferior cego e os restantes rasgados por dois janelões cada, de arco abatido moldurado; corpo intermédio, correspondente à nave e transepto, organizado em dois registos; no inferior o portal em arco de volta perfeita assente em três arquivoltas, de bases prismáticas de pé-estrelado, fustes cilíndricos e capitéis decorados com elementos vegetalistas; nos extremos do arco, sobrepondo-se à última arquivolta, duas colunas que se prolongam em altura até à altura do arco exterior, suprimindo os saiméis da última arquivolta; o conjunto é encimado por cinco fogaréus dispostos verticalmente sobre uma mesma linha horizontal de arcos contracurvados invertidos, faltando o fogaréu central, sobre o qual existe lápide quadrangular com inscrição praticamente ilegível, datada de 1676; a ladear o portal pequena janela de arco abatido; no segundo registo rasga-se janelão de arco abatido, semelhante aos janelões do corpo anterior; a E. o corpo correspondente à capela-mor, retraído em relação ao prolongamento natural do alçado da igreja; compõe-se de dois pisos, o primeiro com delimitação de cunhais com telhado assente em cornija desenvolvida, vendo-se o arranque da cúpula; o segundo, rectangular, ocupando parcialmente a capela-mor e a ala E. do convento, transversal em relação à igreja, com telhado de duas águas e em terraço, contendo uma caixa de água de forma cúbica. Fachada O. adossada ao barracão da antiga fábrica. Fachada S. (que daria para o claustro) organizada em três corpos; corpo O. com separação de registos efectuada pelas antigas linhas onde assentavam os suportes do tecto do claustro; no registo inferior duas portas de arco recto, simétricas; no segundo registo porta axial, de arco abatido; no terceiro registo duas janelas de arco abatido, axialmente dispostas em relação às portas do primeiro piso; corpo intermédio organizado em dois registos, com grande rombo ao centro prolongando-se pelos dois pisos; duas portas de arco abatido davam para o claustro, no espaço entre o rombo e a ala E. do claustro; corpo E., correspondente ao alçado S. da capela-mor, organizado em dois registos, em cota mais baixa em relação ao piso do claustro; primeiro piso com porta de arco abatido que dá para S., para uma zona posteriormente ocupada pela fábrica com fossas, ladeada por uma janela quadrangular entaipada; segundo registo,cego separado do primeiro através de uma linha de telhado já inexistente. Fachada posterior de um registo, delimitada por fortes cunhais; é rasgada por arco central quadrangular e remata em empena circular moldurada ocultando parte da estrutura da cúpula. INTERIOR: nave com dois andares separados por placas de madeira, correspondendo aos dois níveis de maquinaria da antiga fábrica; capela-mor aprsentando três níveis de património industrial com escadaria férrea de acesso aos pisos superiores. CONVENTO: conserva-se integralmente a ala O. e parcialmente as alas E. e S.. Alas organizadas em estruturas autónomas de dois pisos; ala E., virada para o antigo claustro, dividida em dois panos e dois registos; no primeiro pano, inferiormente, amplo arco abatido rasgado harmonicamente ao eixo do pano, dando acesso ao interior; superiormente três janelas simétricas, harmonicamente abertas no alçado, de arco ligeiramente abatido, estando a primeira ( mais a N. ) entaipada; segundo pano, mais a S., de dois registos, o inferior rasgado por dois arcos aleatoriamente abertos no alçado, sendo o primeiro recto, de acesso ao interior, o segundo abatido, ocupado com maquinaria; segundo registo com três janelas de perfil idêntico às anteriores, duas entaipadas. A zona do antigo claustro apresenta vestígios de pavimento em calçada portuguesa, sem indicações das antigas proporções, com três palmeiras a S. e uma fonte; entrada principal da cerca a S. da antiga igreja, através de arco abatido com portão de ferro; a S. o antigo laboratório, espaço heterogéneo composto por diversas dependências assimétricas e duas grandes zonas da antiga fábrica a N., ocupando o ângulo NO. do Convento e adossando-se à fachada principal da igreja; estas zonas compõem-se de dois grandes corpos, uma torre NO., único corpo que se eleva a três registos, com focos de iluminação para os dois alçados do exterior, e um barracão de dois andares, com telhado de duas águas entre a torre e o alçado principal da igreja; comunicação entre a entrada principal na cerca e o claustro através de passadiço em arco abatido a nível do primeiro registo da ala O. dos antigos dormitórios; imediatamente a N. da antiga casa dos proprietários; a partir deste passadiço acede-se tanto a esta antiga casa, como às dependências a O. da igreja. A casa dos antigos proprietários ocupa o primeiro piso da ala O.; o alçado E. separa-se do segundo registo por uma platibanda de arquitectura tradicional, com marcação de cornijas sobrepostas horizontalmente e elementos decorativos vegetalistas entrelaçados; alçado O. composto por várias portas e janelas quadrangulares simples, igualmente sobrepujadas por platibanda, mas mais simples que no alçado oposto. Atrás da cabeceira da igreja, chaminé de dupla secção quadrangular cintada por gradeamento de ferro, integralmente em tijolo. INTERIOR: no convento, duas amplas salas com tecto em cimento, com escadaria de madeira de acesso ao segundo piso, igualmente composto por duas salas. Ala S., dividida com tabiques, balcões e espaços para armazém. A ala O., a maior que ainda se conserva de todo o conjunto, compõe-se de dois registos; o primeiro correspondente à casa dos antigos proprietários; o segundo integralmente rasgado por janelas, de um lado e outro, de feição quadrangular com moldura em cantaria e lintel desenvolvido superiormente, totalmente entaipadas. A casa dos antigos proprietários organiza-se a partir de átrio central, a que se acede a um corredor longitudinal em relação ao desenvolvimento da ala, siuando-se a S. as dependências privadas e a N. as divisões utilitárias, culminando com o acesso de serviço pelo passadiço; hall de entrada quadrangular com paredes policromadadas em grandes caixotões moldurados e tecto trabalhado também estuque, com medalhão central de onde parte uma decoração semelhante à das paredes; corredor estreito com bandeiras dos arcos das portas decoradas com vidros policromados; a sala ocupa duas dependências com um arco recto arredondado nos extremos definido por pilastras; o quarto ocupa o extremo S. da casa, e contém uma coluna com capitel de perfil jónico suportando o arco da suite; tecto trabalhado em estuque.

Acessos

Rua dos Mártires da República e Rua da Atalaia (entrada lateral N.)

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, planície ribeirinha, isolado, implantado no antigo Campo da Atalaia, uma zona a S. da cidade e excêntrica ao núcleo histórico, em zona de transição para o sapal da margem direita do Rio Gilão. Terreno em ligeiro declive O. - E., baixando paulatinamente desde a zona da cerca O. até à ala E. do claustro, e depois em acentuado declive para E., indo praticamente até à cota do sapal. Espaço monacal protegido a toda a volta por uma cerca que define um rectângulo regular. Fachada principal virada para a R. da Atalaia pela qual passa, após a construção da Ponte dos Descobrimentos, uma significativa parte do tráfego automóvel; após o convento, a rua termina numa rotunda com o Hotel Vilagalé Tavira II a N. e o recente Mercado Municipal a S.. Fachada O. virada para a Atalaia, até há poucos anos uma área sem construções, mas actualmente em progressiva urbanização, com prédios de três e quatro andares; o lado S. da cerca confronta já com alguns desses prédios. A secção E. da cerca confina directamente com a zona de sapal, a uma cota mais baixa que a da generalidade do Convento.

Descrição Complementar

Diversa maquinaria dispersa pelo conjunto, não apenas dentro da igreja ( onde se concentra o maior núcleo ), mas também pelas alas, em especial a ala E., com integração de maquinaria nos alçados ( uma grande roldana no alçado E. ) e no interior.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19 / 20 / 21

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Hugo Transmontano (projecto de conversão em Condomínio Privado), Eduardo Souto de Moura (projeto de reabilitação); ORGANEIRO: António Xavier Machado e Cerveira.

Cronologia

Séc. 15, reinado de D. João II - intenção de construção de um convento para freiras de São Bernardo numa das alas do Hospital de Tavira; D. João II teria como objectivo aconstrução de uma casa religiosa não a cisterciense ( FRANCO, 1992 ) e Fernando Calapez Corrêa assegura que para este fim chegaram-se mesmo a fazer obras numa das alas do Hospital ( CORRÊA, 1991, p.13 ); 1492, 12 de Abril - Doação de D. João II ao Convento de água da fonte da Atalaia para rega; 1495, 16 de Dezembro - Carta régia de D. Manuel a ordenar a fundação do Convento e onde se refere a intenção anterior do reinado de D. João II; 1498, 13 de Dezembro - carta régia de D. Manuel em favor de D. Brites Pacheco, ordenando que se lhe prestasse toda a ajuda necessária para a construção do Convento; 1509 - Fundação do Convento, por iniciativa de D. Manuel, em memória do fim do cerco muçulmano a Arzila, e de D. Brites Pacheco, natural e moradora em Tavira; 1509-1530 - continuação das obras a cargo de Fernão Coutinho; 1526, 12 de Junho - Carta de D. João III confirmando uma antiga doação de D. João II sobre a água da fonte da Atalaia; 1527 - Primeira abadessa do Convento, D. Branca Coutinha da Silva, irmã do Bispo do Algarve; 1528 - Conclusão das obras, graças à acção do bispo de Silves, D. Fernando Coutinho; 1529, Março - Ordem régia aos almotacés de Tavira para que as monjas bernardas fossem servidas com a maior prontidão no açougue da cidade; 1530 - entrega do edifício às freiras pelo Bispo de Silves; 1533, 12 de Novembro - Alvará régio dando uma tença e uma herdade ao Convento de Tavira devido à venda de um galeão do bispo do Algarve ao rei; 1536, 26 de Janeiro - Ordem régia de D. João III ao juíz da cidade para que as dívidas do Convento fossem como dívidas reais; 1537, 23 de Março - D. João III permite ao Convento a compra de uns moinhos que pertenceram a Baltazar de Sequeira e que se situavam no sapal; 1540 - Compra de uma grande propriedade por 40$000 réis, que pertencera a Gaspar da Costa, morador em Ceuta; 1541 - Confirmação da ordem de 1536; 1552 - Confirmação das ordens régias de 1536 e de 1541; 1553 - Morte de D. Branca Coutinha da Silva, sucedendo-lhe no cargo de abadessa sua irmã, D. Maria da Silva, até 1574; 1547, Agosto - Monjas cistercienses visitam o Convento de São Francisco de Tavira, em cumprimento de uma promessa da abadessa, facto que levou D. João III a mandar investigar o caso pelo corregedor da Comarca, Diogo Gastão; 1567, 26 de Outubro - Autonomização da Congressão cistercience portuguesa; 1568, 4 de Fevereiro - D. Sebastião confirma aos conventos cistercienses os antigos privilégios e liberdades doados por D. João III; 1570, 27 de Junho - D. Sebastião reafirma a condição das dívidas do Convento como se fossem dívidas reais; 1574 - Data da inscrição dos túmulos das duas irmãs abadessas, colocado do lado de dentro do coro e protegido por uma grade de ferro; 1593 - Morte da última abadessa perpétua do Convento, D. Antónia de Mello, passando o cargo a ser elegível por períodos de triénios; Séc. 16, finais - depois de graves contenciosos entre as freiras e alguns prelados, o bispo do Algarve, D. Fernando Martins Mascarenhas tomou a seu cargo a posse do convento pondo termo ao clima de desordem; 1600, 10 de Maio - D. Fernando Martins Mascarenhas relata ao núncio apostólico a forma como acabou com as desavenças no convento, "o qual louvou muito o zêlo, prudência e boa ordem com que o Bispo havia procedido" ( VASCONCELOS, 1989, p.223 ); Séc. 17, inícios - construção do Convento dos frades capuchos de Nossa Senhora da Piedade, defronte do Convento das Bernardas; é a partir desta data que nasce a lenda de um túnel secreto que punha em contacto as duas comunidades religiosas, uma feminina, outra masculina *1; 1676 - Inscrição a encimar o portal lateral da igreja; de acordo com Carla Maria Fernandes, é provável que nesta data se tenha reestruturado o portal, como parece deduzir-se pela inexistência dos primeiros saiméis da última arquivolta e pela solução das colunas que ladeiam o portal e terminam nos fogaréus barrocos ( FERNANDES, 1994, p.56 ); 1734 - Após um grave contencioso entre o Bispo D. José Pereira de Lacerda e o Padre Henrique de Carvalho, provincial da Companhia de Jesus, ficam as freiras bernardas obrigadas a apresentarem-se ao Bispo antes de iniciarem as tarefas de novos cargos; 1755 - Danos provocados pelo terramoto, numa escala ainda desconhecida; Séc. 18, segunda metade - importantes obras de reconstrução; 1787, 5 de Abril - Mesa da Misericórdia de Tavira deliberou que a Procissão de Quinta Feira Santa nunca mais passe diante do Convento das Bernardas, uma vez que no ano anterior, "ao entrar a dita procissão na igreja do Convento de São Bernardo, as freiras mandaram calar os padres que na procissão cantavam a ladaínha, não vieram à portaria receber a procissão, nem cumpriram o ritual" ( VASCONCELOS, 1989, p.224 ); 1789 - execução do órgão por António Xavier Machado e Cerveira, o seu n.º 24; 1808 - Pilhagem das tropas francesas, que rendeu 22 arráteis e 4 onças de prata ( FRANCO, 1992, p.92 ); 1812 - primeira referência a um arrendamento da horta das freiras, que se situava anexa ao convento, entre o sapal e a cerca que dava para o campo da Atalaia; 1823 - Muitos bens das Bernardas de Tavira foram "desonerados do pagamento foral, sobretudo os moinhos de cereais" ( CHAGAS, 2000, p.12 ); 1836, 8 de Fevereiro - Governo ordena que as freiras bernardas de Tavira se reunam ao Convento de Faro, com suas rendas; 1836, 27 de Abril - nova portaria governamental ordena que a reunião das religiosas do Algarve se faça no Convento de Nossa Senhora da Piedade de Tavira, "por ser mais espaçoso" ( VASCONCELOS, 1989, p.224 ); 1836, 25 de Maio - consumada a reunião das religiosas Bernardas do Algarve; 1858 - Referem-se 61 celas; 1862 - extinção do convento e nacionalização dos seus bens, sendo abadessa a franciscana Clara de Assis, que passou a auferir uma renda anual de 20$000 réis; 1864, 28 de Novembro - os paramentos e vasos sagrados do Convento são levados para a Igreja de São Pedro de Faro ( v. 0805040039 ); outros bens foram dispersos pelo Hospital do Espírito Santo de Tavira ( v. 0814060035), pelo Arquivo Municipal, pelas Igrejas de Santo António ( v. 0814060030 e 0814060033 ) e de São Francisco ( v. 0814060027 ) de Tavira e ainda pelo Museu Paroquial de Moncarapacho, estando o órgão na Igreja Paroquial de Boliqueime; 1863 - incêndio que destruiu parte do convento; 1865 - Mapa intitulado "Esboço da planta do pavimento superior do Mosteiro de S. Bernardo - Tavira", no Arquivo Histórico-Militar de Lisboa; 1866 - Venda do antigo convento a José Maria de Lemos; transferência do órgão para a Igreja Paroquial de Boliqueime; 1869 - morte da última freira, "numa casa da rua de S. Sebastião" ( CHAGAS, 2000, p.12 ); 1888, Setembro - Albrecht Haupt visita o Convento e descreve-o do seguinte modo: "apenas se conserva ainda parcialmente o claustro de dois registos com as suas colunas octogonais de capitéis de nós" ( HAUPT ); este autor desenhou uma coluna e um arco do claustro; 1890 - Instalação da Fábrica de Moagem e Massas a Vapor; 1920 - Venda da fábrica a J. A. Pacheco; 1939 - Câmara Municipal cede ao proprietário o terreno entre o Convento e a estrada, onde depois se construiram vários edifícios adossados que ladeiam o portal manuelino; 1968 - Fim da laboração na fábrica, tendo alguns funcionários sido transferidos para uma fábrica idêntica em Faro; 2000, 02 junho - Despacho de abertura do processo de classificação; 2001 - a Câmara municipal aprova projecto de recuperação e valorização; 2002, inícios - demolição das múltiplas construções adossadas à fachada N., como a antiga sede do Clube de Ciclismo de Tavira, uma padaria e uma barbearia; 2009, 23 outubro - o processo de classificação caduca nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n. 206, publicado nesta data.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria rebocada e caiada; telha de canudo; vidro; ferro; madeira; mármore; cantarias; gesso

Bibliografia

ANICA, Arnaldo Casimiro, Tavira e seu termo. Memorando histórico, vol. 1, Tavira, Câmara Municipal de Tavira, 1993; AZEVEDO, Correia de, Algarve monumental, Trofa, Sólivros de Portugal, 1977; CHAGAS, Ofir, "O Convento das Bernardas de Tavira. IV", Jornal do Sotavento, ano X, nº 218, 6-10-2000, pp. 9 e 12; COCHERIL, Dom Maur, Routier des Abayes Cisterciennes du Portugal, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian, Centre Culturel Portugais, 1986; CORRÊA, Fernando Calapez, O Convento cisterciense de Tavira. Nossa Senhora da Piedade, Faro, Secretaria de Estado da Cultura. Delegação Regional do Algarve, 1991; FERNANDES, Carla Maria, "Inventário dos pórticos manuelinos no concelho de Tavira" in Tavira do Neolítico ao Século XX - Actas das II Jornadas de História de Tavira, Tavira, Clube de Tavira, 1994, pp. 51-65; FOLGAGO, Deolinda, "O Sagrado e o Profano num diálogo patrimonial. Reflexão inicial sobre instalações fabris em conjuntos monásticos", Património. Estudos, nº 2, Lisboa, IPPAR, 2002, pp. 104-108; FRANCO, Armando da Costa, "A degradação do património conventual de Tavira após 1834" in Actas das I Jornadas de História de Tavira, Tavira, Clube de Tavira, 1992, pp. 89-95; 1995 GOMES, Saúl António, Visitações a Mosteiros Cistercienses em Portugal nos Séculos XV e XVI, Lisboa, 1998; HAUPT, Albrecht, A arquitectura da Renascença em Portugal (1888), republ. Lisboa, 1986; GUSMÃO, Artur Nobre de, "Os mosteiros de Cister na época moderna", Lusíada, vol. III, nº 10, Porto, 1957; LAMEIRA, Francisco, Roteiro das igrejas de Tavira, Faro, 1996; LEROUX, Gérard, "Cister em Portugal, breve relance da história da Ordem - III", O Dia, 23 Setembro, 1984; MOURA, Eduardo Souto de, Convento das Bernardas. Lisboa: Uzinabooks, 2013 (não consultado); NEVES, Carlos José Jacinto Fernandes, Mosteiro de São Bernardo em Tavira. Proposta de recuperação e valorização arquitectónica, 3 vols., Évora, Dissertação de Mestrado em Recuperação do Património Arquitectónico e Paisagístico; ROSA, José António Pinheiro e, Tesouros artísticos do Algarve, Faro, Secretaria de Estado da Cultura, 1990; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; VASCONCELOS, Damião Augusto de Brito, Notícias históricas de Tavira. 1242/1840 (1937), apresentação e notas de Arnaldo Casimiro Anica, Tavira, Câmara Municipal de Tavira, 1989.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMTavira

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID; CMT

Documentação Administrativa

CMTavira; IPPAR; IAN/TT

Intervenção Realizada

Proprietário: 1920, a partir de - construção de habitação privada para o proprietário, que dotou a ala S. de uma nova espacialidade; construção de dependências em betão armado; demolição do claustro e da ala central do claustro; demolição da torre sineira; substituição do telhado e construção de telheiros em chapa de zinco; construção de dois pavimentos de madeira no interior da igreja; armazém de betão adossado à parte poente da ala E. do Convento; abertura de novas janelas e adulteração de fachadas; construção da chaminé em tijolo; construção de uma fiada de habitações paralelas à ala poente; lajes de betão armado ( NEVES, 1993, vol. I, pp.43-44); 1939, a partir de - construção de diversos edifícios a ladear o portal manuelino adossados à fachada N. do convento; Proprietário: 2002 - desobstrução total de interiores das alas monacais e da igreja; demolição dos edifícios que ladeavam o portal manuelino.

Observações

1 - Segundo Arnaldo Casimiro Anica, existe, de facto, "uma sanja subterrânea que segue do poço do Convento de freiras para o lado do Convento dos Capuchos e outra que sai da nora situada junto deste último na direcção daquela. Porém, qualquer das referidas sanjas não vai além de poucos metros" ( ANICA, 1993, p.77 ).

Autor e Data

Francisco Lameira 1997 / Paulo Fernandes 2002

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