Capela de Nossa Senhora da Assunção / Igreja Paroquial de Oriola / Igreja de Nossa Senhora da Assunção

IPA.00014002
Portugal, Évora, Portel, União das freguesias de São Bartolomeu do Outeiro e Oriola
 
Arquitectura religiosa, manuelina, barroca. Ermida transformada em igreja paroquial de planta longitudinal, com nave e capela-mor rectangular com cobertura interior da nave em abóbadas de cruzaria com bocetes e mísulas manuelinos; pináculos cónicos decorados de sabor manuelino ritmando as fachadas contrafortadas. Altares de talha barroca e rococó. Pinturas do baixo-coro e da capela-mor neoclássicas, de inspiração pompeiana. O retábulo-mor é trabalho de ensambladores de Évora e púlpito segue o modelo do da Igreja do Espírito Santo de Portel. O nártex sobreposto de campanário e os contrafortes diagonais na frontaria e testeira; o arco triunfal, os bocetes e mísulas e os pináculos manuelinos.
Número IPA Antigo: PT040709040004
 
Registo visualizado 568 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, composta por nártex, nave, capela-mor, sacristia e dependência lateral a N.; coincidência exterior - interior. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal com cobertura diferenciada em terraço no nártex, telhado de duas águas na nave e capela-mor, de uma água na sacristia e na dependência lateral. Fachada principal orientada, com exonártex de dois registos; no inferior rasga-se arco em asa de cesto, flanqueado por pilares apilastrados; remate em cornija moldurada; sobre o arco e solidário com a sua chave, as insígnias da Ordem de Malta em estuque; no registo superior, flanqueado pelo prolongamento dos pilares rematados de pináculos cónicos, frontão de volutas, com enrolamentos e cartela de estuque, vazado ao centro por sineira e rematado por volutas e catavento em ferro; estuques, cornija, e perfil da sineira pintado a azul claro. Lateralmente o nartex é rasgado por arcos de volta perfeita, encontrando-se o da banda S. entaipado e com porta de comunicação para o terraço; cobertura em abóbada de nervuras descarregando em pequenas mísulas de granito angulares relevadas e com bocete, de granito, encordoado, decorado com motivos vegetalistas; pavimento em tijoleira. A frontaria do templo é flanqueada por contrafortes diagonais e rasgada por portal em arco abatido, com molduras de cantaria. Fachada N. de dois corpos adossados à nave, o 1º rasgado por pequena janela gradeada, o segundo, mais avançado, correspondente à Sacristia, rasgado ao centro por porta moldurada em arco abatido com acesso por 2 degraus ladeada por duas frestas de capialço. Fachada S. de 4 panos definidos por contrafortes; no 1º, correspondente ao nartex, escadaria de acesso ao terraço e campanário; o 2º rasgado por janela de capialço; no 3º janela idêntica e porta de acesso à nave de verga recta; adossado à face E. do 2º contraforte composição de alvenaria rebocada e caiada constituída por murete rasgado de nicho em arco de volta perfeita e rematado por pináculos piramidais. Fachada E. de pano único, flanqueado por contrafortes diagonais e remate em empena, ao qual se adossa o corpo da cabeceira mais baixo com remate em empena assimétrica. Alçados da nave rematados em cornija e beirado ritmados por gárgulas e pináculos cónicos moldurados na continuidade dos contrafortes; alçados da cabeceira, sacristia e anexo com remates em cornija e beirado. INTERIOR: espaço diferenciado entre a nave, de planta rectangular, dividida em três tramos e a capela-mor, de planta quadrada; cobertura da nave em abóbada de cruzaria de ogivas descansando as nervuras em mísulas embebidas na parede; bocetes e mísulas de granito ricamente decorados com motivos vários, como lóbulos, entrançados ou encordoados, e uma máscara humana. Na nave o 1º tramo é ocupado pelo coro-alto em arco abatido sobre pilastras pintadas; balaustrada em madeira; iluminação por óculo e janelas em capialço; inferiormente o espaço do coro-baixo é decorado com pintura com festões e gregas; do lado do Evangelho abre-se arco de volta perfeita de acesso ao baptistério. Na nave, do lado da Epístola, pia de água benta de granito, com incisões circulares, embebida na parede, à esquerda da porta; no segundo tramo, porta, e, no segundo registo, nos três tramos, frestas de capialço; do lado do Evangelho, pia baptismal com base em forma de coluna, púlpito de mármore azul almofadado com porta de acesso em arco abatido com molduras de granito. Retábulos colaterais dispostos na diagonal, de talha dourada com banquetas de alvenaria; o do lado do Evangelho, designado de Nossa Senhora da Conceição, com colunas salomónicas decoradas com parras e uvas, nicho em arco de volta perfeita, entablamento e frontão ornamentado, com pintura representando a Assunção da Virgem *2; o do lado da Epístola, consagrado às Almas Santas, em talha dourada policromada, com dossel festivo, entablamento e frontão ornamentado com volutas, com pintura a óleo sobre madeira representando Nossa Senhora do Carmo salvando as Almas do Purgatório. Arco triunfal de granito em volta perfeita, com colunelos embebidos assentes em bases compostas decoradas. Capela-mor com cobertura em abóbada de aresta; no alçado N. porta de acesso à sacristia; retábulo-mor em talha dourada e marmoreada, composto por quatro colunas salomónicas ornamentadas com grinaldas, entablamento e frontão ornamentado por volutas e, numa cartela em forma de vieira, a cruz comendatária da Ordem de São João de Jerusalém; parte superior dos alçados N. e S. e abóbada decorados com pintura representando os atributos do Santíssimo Sacramento; no pavimento sepultura com inscrição. Sacristia com cobertura em abóbada de aresta viva; porta virada a O., de acesso ao Baptistério; acesso ao púlpito a S. e escadaria para o corpo de acesso ao coro-alto, no alçado O.. Pavimentos de madeira.

Acessos

Herdade das Torres (antiga Herdade da Represa), EN 364, de Portel para Oriola, a c. de 300m de Oriola desvio para S., por caminho vicinal, em direcção a Nossa Senhora da Assunção

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n. º 249, DR, 2.ª série, n.º 79 de 23 abril 2013

Enquadramento

Rural, destacado, planície, em suave pendente para a Ribeira de Oriola, junto à bacia da Barragem do Divor; a E. construção em ruínas adossada. Na envolvente foi detectado um povoado romano considerável. Várias oliveiras e árvores de porte nas imediações.

Descrição Complementar

Inscrição sepultura capela-mor: "S.ª / DOS RR. dos PP./ REYTORES DES / TA MATRIZ / DE BENALVER / GE DA VILA DA O / RIOLLA A / QVAL MANDOV FAZER O / P.e M.el LOPPES / MIRA N. al DE V.a / ALVA M.e EM ARTES / PELLA VNV. de EV.a / R.tor DA MESMA IGR.a / 1763 /".

Utilização Inicial

Religiosa: ermida

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Évora)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 12 / 16 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 9 - 10 - ábaco embutido no contraforte junto à escada de acesso ao terraço e campanário, denunciando a remota existência do templo; 1270, c. - fundação da igreja medieval; foi doada por D. Dinis, como comenda, à Ordem da Trindade, representada pelo Convento dos Trinos de Santarém; 1282 - Dom Dinis concede de Carta de Foral a Oriola, então chamada de Benalverge ou Bomalbergue; 1516 - Dom Manuel reforma o foral de Oriola; Séc.16, início - construção da igreja actual, em substituição da anterior; pia baptismal; 1543 - a igreja é visitada pelo bispo Cardeal-Infante Dom Afonso, que mandou fazer o sino antigo, armários para paramentos e castiçais, colocar vidraças nas frestas; ofereceu-lhe ainda dois frontais de pano da Índia para os altares colaterais; séc.18 - construção do campanário e respectivas escadas de acesso, com o consequente entaipamento do arco do nártex; construção do nicho em alvenaria no contraforte do alçado S.; construção do púlpito e dos altares em talha; pinturas murais do baixo-coro a cargo financeiro da Irmandade do Santíssimo Sacramento;1760, c. de - retábulo colateral do lado da Epístola; Séc. 19 - queda da abóbada da capela-mor, em cruzaria de ogivas; pinturas alçados e abóbada da capela-mor a cargo financeiro da Irmandade do Santíssimo Sacramento; 1836 - o concelho de Oriola é extinto e anexa a sua propriedade ao de Portel; 1862 - construção do coro e escadas de acesso; 1867 - restauro imagem de São Luís do altar colateral do lado da Epístola; 1871 - as mesas dos altares são refeitas e pintadas com tinta de água; 1976, 27 outubro - Proposta de classificação pela Comissão da Carta Arqueológica do Património; 1977, 01 abril - Parecer da Junta Nacional de Educação propor classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público; 1977, 18 abril - Despacho de Homologação de classificação como IIP, pelo Secretário de Estado da Investigação Científica; 1994 - existia ainda, no alçado da escadaria de acesso ao terraço e campanário, embutido na caixa murária, um ábaco visigótico de friso denticulado já desaparecido em 1999; 1999, c. de - a igreja é roubada tendo a imaginária que sobreviveu transitado para outro local bem como os ferros forjados de suspensão das lâmpadas sobre os altares, com figuras do bestiário estilizadas, e outras peças de ourivesaria entre as quais o sacrário e uma cruz processional; no retábulo colateral do lado do Evangelho encontravam-se a imagem de São Miguel Arcanjo pesando as Almas, em madeira do séc.17, as de São João Baptista e de São Pedro, nas mísulas laterais, em madeira estofada, do séc.18, e a de São Luís na banqueta; nas mísulas laterais do retábulo-mor encontravam-se as imagens de São Sebastião do séc. 17 e de Santo António do séc. 18, ambas em madeira; 2008, 29 julho - Proposta de desclassificação pela DRCAlentejo; 2009, 03 março - Parecer do Conselho Consultivo do IGESPAR a propor que se mantenha o processo para IIP; 2009, 06 novembro - Proposta da DRCAlentejo para a classificação como IIP e de ZEP; 2010, 11 fevereiro - proposta de classificação e de ZEP devolvida à DRCAlentejo por despacho do Diretor do IGESPAR, para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23 outubro 2009; 2010, 15 março - nova proposta da DRCAlentejo 2011, 23 fevereiro - Parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a classificação como MIP - Monumento de Interesse Municipal e favorável à ZEP; 2011, 31 de outubro - publicado no DR, 2.ª série, n.º 209, o Anúncio n.º 15782/2011 de Projeto de Decisão relativo à classificação como MIP - Monumento de Interesse Municipal e fixação da respetiva ZEP.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Alvenaria de pedra, rebocada e caiada; granito, mármore, madeira, tijoleira cerâmica

Bibliografia

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, Lisboa, SNBA, vol. 9, 1978; Inventário do Património do Concelho de Portel, 1992.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMP: Oficina do Património

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; CMP: Oficina do Património ( levantamento planimétrico da envolvente )

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1992 - caiação e restauro geral.

Observações

*1 - DOF....Capela de Nossa Senhora da Assunção e conteúdo; *2 - No altar de Nossa Senhora da Conceição venerava-se a imagem da Virgem da Conceição, em madeira estofada da segunda metade do século 17 que substituída pela pintura da Assunção da Virgem proveniente do altar-mor; neste a primitiva imagem da titular foi substituída por uma outra, de roca, posterior a 1718.

Autor e Data

Manuel Branco e Castro Nunes 1994 / Paula Amendoeira 1999

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login