Capela de São Romão

IPA.00001349
Portugal, Guarda, Seia, União das freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros
 
Arquitectura religiosa, maneirista. Capela de planta longitudinal composta por nave e capela-mor mais estreita, com coberturas interiores diferenciadas, em falsa abóbada de berço abatido de madeira, na nave, e de masseira em caixotões na capela-mor, escassamente iluminada por janelas rasgadas nas fachadas laterais da nave e capela-mor e pelos postifos da fachada principal. Esta remata em frontão triangular, vazado por janel, rasgado por portal de verga recta, dintelado e com remate em friso e cornija, flanqueado por postigos resctilíneos. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, rematados por pináculos piramidais, rematadas por friso e cornija, a lateral esquerda rasgada por portal de verga recta, rematado por friso e cornija. Neste lado, existe sineira em arco de volta perfeita. Interior com amplo coro-alto, de madeira, com guarda balaustrada e acesso por escadas no lado do Evangelho, possuindo púlpito no lado oposto, quadrangular e com guarda vazada, com acesso por escadas no lado esquerdo. Arco triunfal de volta perfeita, de acesso à capela-mor, com retábulo de talha dourada do estilo nacional, de planta recta e três eixos definidos por colunas ornadas por pâmpanos. Capela-mor mais antiga que a nave, sendo o núcleo do primitivo templo, sobre o qual surge a sineira, sendo a janela da fachada lateral esquerda ornada por moldura contracurvada e ornada por motivos fitomórficos, executada no séc. 18. Foi acrescentada no séc. 17, com a construção da nave, de que susbsiste a porta travessa e a fachada principal, com portal de verga recta, encimado por lintel, talvez um reaproveitamento do portal medieval, encimado por friso e cornija. O tímpano do frontão foi vazado por janela, o que terá ocorrido no séc. 19, altura em que a nave foi ampliada, como o demonstra a inexistência de cornija interior em parte da construção, para a construção de um amplo coro-alto. Possui arco triunfal revestido a madeira de marmoreados fingidos, formando pilastras, com colunas adossadas, encimadas por fragmentos de frontão e anjos tenentes de vulto, que ladeiam um sanefão de talha típica do barroco final. O retábulo-mor é de três eixos, mas de pouca altura, só lhe permitindo que as colunas interiores se prolonguem em arquivoltas, formando o remate, sendo as zonas laterais rematadas por painéis de florões entalhados.
Número IPA Antigo: PT020912180016
 
Registo visualizado 95 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave e capela-mor ligeiramente mais estreita, de volumes articulados, de disposição horizontal, com cobertura homogénea em telhado de duas águas. Fachadas em alvenaria de granito aparente e com as juntas preenchidas a cimento, excepto a principal, rebocada e pintada de branco, circunscritas por cunhais apilastrados, firmados por pináculos piramidais com bola, e rematadas em friso e cornija. Fachada principal, virada a O., rematado em frontão triangular com cruz latina assente em plinto, no vértice, com o tímpano rasgado por janela gradeada, rasgada por portal de verga recta dintelado, com moldura saliente e encimado por friso e cornija, existindo, entre o lintel e o friso uma fresta de arejamento; o portal está ladeado por duas janelas rectangulares emolduradas e gradeadas. Fachada lateral esquerda, virada a N., com porta travessa de perfil semelhante ao axial, e janela rectangular no corpo da nave, surgindo uma quadrangular no da capela-mor, com moldura e cornija curva, ostentando decoração vegetalista. Sobre o beiral, sineira de volta perfeita, assente em impostas salientes e remate em cornija curva. Fachada lateral direita com janela semelhante à oposta, na nave. Fachada posterior cega, em empena alteada relativamente à cornija, com cruz latina sobre plinto no vértice. INTERIOR rebocado e pintado de branco, percorrido por silhar de azulejos de padrão azul e branco, com cobertura em falsa abóbada de berço abatido de madeira pintada de azul, tendo, ao centro, medalhão circular, contendo um fundo estrelado, onde se inscrevem as inicias "AM" e um cálice, parcialmente assente em cornija pintada de marmoreados fingidos, e possui pavimento em ladrilho cerâmico, vermelho. Coro-alto de madeira, assente num pilar do mesmo material, no lado do Evangelho, com guarda balaustrada e escadas no lado direito, com guarda de madeira pintada de verde. A porta travessa do lado do Evangelho está ladeada por pia de água benta, gomada. No lado da Epístola, púlpito quadrangular, com bacia e mísula em cantaria de calcário, com guarda vazada, pintada de vermelho e dourado, com acesso por escadas no lado esquerdo, com guarda plena de madeira, formando almofadados. Arco triunfal em arco abatido, assente em pilastras de madeira, a que se adossam duas colunas de fuste liso, capitéis coríntios e assentes em plintos paralelpipédicos, encimada por friso, cornija e fragmento de frontão, onde se sentam anjos tenentes, de vulto, tudo pintado de marmoreados fingidos e dourado. Sobre o arco, sanefão em talha dourada, de perfil recortado e com lambrequins vazados. Elevada por um degrau, a capela-mor, com paredes e pavimento semelhantes aos da nave, elevada por um degrau e protegida por teia de madeira, formando balaústres. Cobertura de madeira em masseira, dividida em nove caixotões, com moldura dourada, centrados por florão. Na parede testeira, retábulo de talha dourada, de planta recta e três eixos, definidos por seis colunas torsas, decoradas por pâmpanos, assentes em consolas, e por duas pilastras, que se prolongam em três arquivoltas, as duas exteriores torsas, flanqueadas por apainelados ornados por florões. O eixo central é côncavo, possuindo uma peanha com a imagem do orago e, sobre a banqueta, surge um sacrário com a porta decorada pela cruz da vida. Altar paralelepipédico, decorado por rosetões *1.

Acessos

Rua do Chão de Ferrão

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano, isolado, no centro de um pequeno largo pavimentado a cubos de granito, onde se implanta, no lado esquerdo, um palheiro, que pertencia à família Ferreira da Fonseca, e um forno, que pertencia à família Cabral, de Seia, onde ainda actualmente se cozem o pão de trigo, os biscoitos, as broinhas e os tradicionais bolos doces da Páscoa. É de planta rectangular simples, com cobertura em telhado de duas águas, tendo a fachada principal com acesso alteado relativamente à via pública, com porta de verga recta e remate em empena muito aguda. Junto à fachada principal, fontanário público do tipo centralizado, composto por tanque quadrangular com os ângulos côncavos e plinto central facetado com duas bicas e remate piramidal encimado por esfera, ostentando a data de "1818".

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1138, Dezembro - D. Afonso Henriques confirma a doação da Ermida ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; séc. 17 - provável reconstrução da capela; séc. 18, início - feitura do retábulo-mor; final - colocação do sanefão no arco triunfal; séc. 19 - ampliação da capela e construção do coro-alto.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, parcialmente rebocada e pintada; modinaturas, cunhais, pináculos, sineira, cruzes, pia de água benta e bacia do púlpito em cantaria de granito; portas, coberturas, coro-alto, guarda do púlpito e retábulo-mor de madeira; janelas com vidro simples; pavimento em tijoleira; cobertura em telha; silhares de azulejo industrial.

Bibliografia

FONTES, A. Rocha, Testemunhos para a história de São Romão, Coimbra, 1988.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1987 / 1988 - obras de conservação, colocação de novo pavimento e azulejo; tratamento de rebocos e pinturas; tratamento das madeiras das portas.

Observações

*1 - A capela possuía pia baptismal.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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