Bairro Operário dos Ferroviários / Bairro dos Caminhos de Ferro

IPA.00011801
Portugal, Setúbal, Barreiro, União das freguesias de Barreiro e Lavradio
 
Conjunto arquitetónico residencial unifamiliar. Habitação económica de promoção pública estatal (CP, Caminhos de Ferros Portugueses). Bairro de Casas Económicas de pequena dimensão, composto por casas geminadas unifamiliares térreas e de dois pisos, com logradouro no tardoz, e fachada principal orientada para a rua. Distinção entre alçados principais e secundários através do uso de friso mais elaborado a marcar os vãos e a fachada principal.
Número IPA Antigo: PT031504010031
 
Registo visualizado 107 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico   Edifício  Residencial unifamiliar  Habitação económica  Promoção pública estatal  

Descrição

Bairro operário constituído por vinte e três fogos habitacionais de moradias unifamiliares geminadas, inseridas em perímetro rectangular e estruturadas segundo eixos ortogonais. As frentes do quarteirão desenvolvem-se em torno de um largo rectangular com praça oval e rotunda central, situado em frente ao Palácio do Coimbra. Este bairro é delimitado pelas vias paralelas, Avenida da República e Rua do Palácio de Coimbra, e atravessado pelas vias perpendiculares, Rua da Bandeira e Travessa do Palácio de Coimbra. As moradias térreas são geminadas (com excepção de uma), ocupam lotes quadrangulares, com telhados únicos de quatro águas a cobrir dois fogos com volumetria idêntica, cores diferenciadas (brancas com banda ao nível do lambril, friso a unir vãos em verde, creme e azul) e duas variações tipológicas: no total contam-se onze moradias para o "Pessoal Graduado", com a porta principal para o largo, e doze para o "Pessoal Braçal", com a porta de entrada nas traseiras do largo. Todas as habitações são compostas por fachadas simples com alpendres, janelas de peito de duas folhas, porta rematada em arco com janela em losango e escadaria de lanço único.

Acessos

Largo do Palácio de Coimbra

Protecção

Em vias de classificação *1

Enquadramento

Urbano. Núcleo habitacional localizado a S. do centro histórico do Barreiro (v. IPA.00012895), no largo onde se situa o Palácio de Coimbra *2 e área ajardinada, junto às Oficinas Gerais Ferroviárias (v. IPA.00006631) e à Biblioteca Municipal do Barreiro.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1861 - instalação das primeiras Oficinas dos Caminhos de Ferro de S. e SE. e de uma comunidade de ferroviários. Inauguração da linha principal que efectuava a ligação entre o Barreiro e Vendas Novas, numa extensão de 56 Km; 1884 - inauguração da Estação "terminus" ferro-fluvial do Barreiro que iria permitir encurtar a distância, em cerca de 2 Km, que mediava o primitivo terminal dos comboios e o porto (v. 1504010024); 1886 - contavam-se cerca de 500 ferroviários; 1894 - um grupo de operários da C. P. constitui a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do S. e SE.; 1896 - o armazém de consumo da Caixa de Socorros Mútuos dos Caminho de Ferro encontrava-se em funcionamento; 1907 - com a abertura da fábrica da CUF, um extraordinário afluxo de gente dirigiu-se ao Barreiro à procura de trabalho, surgindo o "Bairro da Folha" ou "Bairro da Palmeira". Apesar da abertura do Bairro Operário da C.U.F. (v. 1504010030), o "Bairro da Folha" continuou a crescer e, mais tarde, foi ocupado por habitações para trabalhadores da indústria, nomeadamente ferroviários; 1914 - no dia 21 de Novembro foi criado o Sindicato do Pessoal dos Caminhos de Ferro do S. e SE.; 1922 - foi fundada a Casa dos Ferroviários; 1927 - inauguração, no dia 1 de Janeiro, do Instituto dos Ferroviários do S. e SE., uma obra que visava educar e proteger as crianças órfãs de ferroviários; 1930 - é fundado em Abril o Grupo Desportivo dos Ferroviários (inicialmente Grupo Desportivo das Oficinas Gerais do Barreiro) que incluía diversas actividades desportivas; 1932 - foi fundado o Jornal do Instituto dos Ferroviários do S. e SE., com número único; 1935 - no dia 14 de Julho foram inauguradas as primeiras moradias; presidiu à cerimónia o Ministro das Obras Públicas e Comunicações, o então engenheiro Duarte Pacheco, acompanhado por membros do Concelho de Administração da C. P.. As casas foram edificadas para os diversos escalões do pessoal da C. P., com base no Fundo de Construção e Conservação de Casas para o Pessoal da C. P.. Extinção forçada do Sindicato do Pessoal dos Caminhos de Ferro do S. e SE.; 1958 - foram construídas mais três moradias; 1959 - foi edificada uma frente com dezasseis habitações destinadas ao pessoal ferroviário; 1975 - nacionalização da C.P; 2018, 12 fevereiro - é publicada no DR n.º 30/2018, 2.ª série, a abertura de do procedimento para a classificação do Complexo Ferroviário do Barreiro *1.

Dados Técnicos

Estrutura mista, alvenaria de tijolo, betão armado, reboco de cimento, janelas de madeira de duas folhas e pavimentos com calçada à portuguesa.

Materiais

Betão, calcário, tijolo, telha, ferro forjado e madeira.

Bibliografia

ALVES, Horácio F., A Vila do Barreiro - Ensaio para servir de Subsídio à sua História, Barreiro, 1940; MOTA, Mário, Cartas do Barreiro - Notas e Impressões, Lisboa, 1945; PAIS, Armando da Silva, O Barreiro Antigo e Moderno. As Outras Terras do Concelho, Barreiro, 1963; Idem, O Barreiro Contemporâneo. A Grande e Progressiva Vila Industrial, Vol.1, Barreiro, 1965; Idem, O Barreiro Contemporâneo, Vol. 2, Barreiro, 1969; Idem, O Barreiro Contemporâneo. Factos e Figuras do Barreiro de Várias Épocas, Vol. 3 e Miscelânea, Barreiro, 1971; ALMEIDA, Ana Nunes de, A Fábrica e a Família - Famílias Operárias no Barreiro, Barreiro, 1993; TEIXEIRA, Jorge, O Barreiro que Eu Vi (Crónica - Autobiografia), Barreiro, 1993; JESUS, Carlos Alberto O. (Carló), O Meu Bairro, Barreiro, 1994; BARRACHA, Alexandra e CARMONA, Rosalina, Inventário do Património Imóvel do Concelho do Barreiro, Barreiro, 1999; Acervos Museológicos do Barreiro. Percursos de uma Identidade, Barreiro, 2001; C.M.B., WWW.cm-barreiro.pt, 4 Abril 2002.

Documentação Gráfica

DGEMN: DSID; C.P. (Edifício de Santa Apolónia em Lisboa) - arquivo documental.

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID; C.P. (Edifício de Santa Apolónia em Lisboa) - arquivo fotográfico.

Documentação Administrativa

C.P. (Edifício de Santa Apolónia em Lisboa) - arquivo documental.

Intervenção Realizada

Observações

*1 Abertura do procedimento de classificação conjunta do Complexo Ferroviário do Barreiro, constituído pelos edifícios das Oficinas do Caminho-de-Ferro (Estação Primitiva) (v. IPA.00006631), a Estação Ferroviária e Fluvial do Sul e Sueste, a Rotunda das Máquinas Locomotivas, o Bairro Ferroviário (v. IPA.00011801) e seis locomotivas, um loco-trator, uma automotora e três carruagens, no Barreiro, União das Freguesias do Barreiro e Lavradio, concelho do Barreiro, distrito de Setúbal ; *2 No 1º andar deste palácio, propriedade da C.P., funcionou um Centro de Formação.

Autor e Data

Sara Andrade 2002

Actualização

Anouk Costa 2014
 
 
 
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