Ponte da Lavandeira / Ponte Romana / Ponte de D. João V / Cruzeiro da Ponte Lavandeira
| IPA.00011798 |
Portugal, Guarda, Celorico da Beira, União das freguesias de Celorico (São Pedro e Santa Maria) e Vila Boa do Mondego |
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Arquitectura infraestrutural e arquitectura religiosa, moderna e barroca. Ponte de arco, com tabuleiro em cavalete, assente em três arcos de volta perfeita, com pilares protegidos por talhamares. O tabuleiro tem pavimento em lajeado de granito. O cruzeiro é barroco, assente em embasamento e plataforma quadrangulares, onde assente dupla ordem de plintos e cruz latina. Na ponte, estabelecia-se o entroncamento de duas importantes vias romanas, a que ligava Viseu a Celorico e a que ligava Braga a Mérida, tendo, nos topos, um cruzeiro e uma pedra de armas reais. A ponte possui talhamares a proteger os pilares, a jusante e montante, e mantém o pavimento em lajeado de granito. O cruzeiro possui duas ordens de plintos, o inferior emoldurado, com a face principal tripartida e ornada, enquadrando um nicho de "alminhas". O segundo plinto é galbado e ornado por elementos decorativos característicos do período barroco joanino, como volutas e elementos fitomórficos. |
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Número IPA Antigo: PT020903160081 |
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Registo visualizado 391 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte pedonal / rodoviária Tipo arco
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Descrição
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PONTE de tabuleiro em cavalete medianamente pronunciado, com estrutura em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, assente em três arcos de volta perfeita, o central de grandes dimensões, assentes em pilares protegidos por talhamares prismáticos, a jusante e montante. No intradorso dos arcos, no arranque da abóbada, existem cavidades talhadas que serviram de suporte a baldoeiros de armação das cambotas. O tabuleiro está pavimentado em lajeado de granito, com uma faixa larga, protegido porguardas altas e estreitas em cantaria aparelhada. No extremo S. da ponte, à esquerda, um marco monolítico com as armas reais portuguesas, com escudo cuja terça de terno é rematada em vértice e coroa real aberta (ou estilizada), aparecendo, na parte inferior, elemento epigrafado, talvez uma data ilegível. Na rampa lançada no extremo oposto, a N., um CRUZEIRO assente em embasamento de alvenaria granítica, sobrelevado do solo cerca de 60 cm., onde assenta uma plataforma de planta rectangular com dois degraus e um soco baixo, em cantaria, onde se apoia a face posterior do cruzeiro. Sobre a plataforma, surgem duas ordens de plintos, o inferior paralelepipédico, moldurado, tendo a face central tripartida por frisos lisos, com o centro marcado por nicho de volta perfeita, flanqueado por volutas; o plinto superior é de perfil convexo, ornado por volutas, com decoração vegetalista na reserva frontal e definida superiormente por cornija. Sobre estes, uma cruz latina, de secção quadrangular, face guarnecida a friso rectilíneo e reserva interior inteiramente preenchida com folhagens. |
Acessos
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EM, a cerca de 1 Km, a NO. de Celorico |
Protecção
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Em vias de classificação |
Enquadramento
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Rural, isolado, implantado num vale florestado com margens rebordadas por fragas graníticas dispersas. A ponte está lançada sobre o Rio Mondego, a NO. de Celorico da Beira, cercada de outeiros com saliências rochosas e matos. A montante, distinguem-se edificações escassas e arruinadas, maioritariamente azenhas. Na desembocadura N. da ponte ergue-se um imponente cruzeiro. Nas imediações, a cerca de 600 m. para SE., encontra-se um troço de Estrada Romana, classificado (v. PT020903160011). A cerca de 2,5 Km., a N., situa-se a Necrópole de São Gens (v. PT020903060055). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: ponte |
Utilização Actual
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Transportes: ponte |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Mateus do Couto (1652). MESTRE DE OBRA: António Domingues (1652). |
Cronologia
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Séc. 01 a 04 - provável edificação de uma ponte no local *1; séc. 16 - construção da denominada Ponte Nova, a montante desta; 1652, 25 Janeiro - contrato com António Domingues, de Cortiço, por 250$000, para construção de uma ponte, com pilares em pedra e o restante em madeira, conforme planos de Mateus do Couto, no lugar na Lavandeira *2; séc. 18, primeira metade - obras de remodelação da ponte por ordem de D. João V; 1808 - travessia da ponte pelas tropas francesas na 2.ª Invasão Napoleónica; 1965 - 115 pedras das guardas da ponte foram deitadas ao rio, levantando protestos na imprensa; 1993 - prospecção arqueológica na zona envolvente; 1994 / 2001 / 2002 - levantamento arqueológico; 1998, 30 setembro - proposta de abertura do processo de classificação pela DRCoimbra; Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 2003, 31 março - o IPPAR comunica à Câmara Municipal de Celorico da Beira que foi determinada a abertura do processo de eventual classificação da Ponte da Lavandeira; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública; 2018, 08 outubro - publicação do anúncio de abertura de novo procedimento de classificação da ponte e cruzeiro, em Anúncio n.º 170/2018, DR, 2.ª série, n.º 193/2018. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante com aparelho regular em cantaria. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito. |
Bibliografia
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VITERBO, Sousa, Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses, vol. 1, Lisboa, 1922; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1924; OLIVEIRA, Manuel Ramos de, Celorico da Beira e o seu Concelho, Celorico da Beira, 1939; Quem Salva a Ponte Romana sobre o Mondego em Celorico da Beira?, Diário de Coimbra, 10/05/1965; Ponte Romana muito Danificada, DiárioPopular, 30/04/1965 (com fotografia) e 15/05/1965; Guia de Portugal - Beira Baixa e Beira Alta, 2.ª ed., vol. 3, tomo II, Lisboa, 1994, p. 957; www.novaguarda.pt, 08 Agosto 2006; Ecosfera, www.ecosfera.publico.pt, 08 Agosto 2006; www.ipa.min-cultura.pt, 08 Agosto 2006. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DMC (Ordem de serviço 2943 de 18 de Maio de 1965; Informação Interna 528, de 1 de Julho de 1971); DGA/TT: Chancelaria de D. João IV; CMCB (Câmara Municipal de Celorico da Beira): Actas de Sessão de Câmara (Acta n.º09/2003 de 21 de Abril, ponto XIV); Equipa de Arqueologia Municipal (EAM): Relatório do Trabalho de Campo do Levantamento Arqueológico (1994) |
Intervenção Realizada
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Nada a assinalar. |
Observações
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*1 - é tradição designar esta ponte por "Ponte Romana", apesar da que existe ser de período posterior. A hipótese é corroborada pelo facto da ponte estar próxima e na cota de trânsito de um troço de estrada romana e ainda porque, ao tempo de D. João III, no séc. 16, se ter construído uma ponte dita "Ponte Nova", a montante desta; a necessidade de se construir uma nova ponte no séc. 16, talvez se tenha devido ao facto da ponte primitiva da Lavandeira estar em mau estado. *2 - apesar de existir um documento de contrato na Chancelaria de D. João IV, citado por VITERBO (p. 557), não há prova da construção da referida ponte "com pilares de pedra e o mais de madeira"; é, contudo, possível que a obra tenha sido executada inteiramente em pedra ou que a mesma tenha sido reconstruída no seu estado actual no reinado de D. João V, o que lhe confere outra das denominações conhecidas. |
Autor e Data
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Sérgio Gorjão 2006 |
Actualização
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