Casa da Família Charters / Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira

IPA.00011198
Portugal, Leiria, Leiria, União das freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes
 
Arquitectura residencial, setecentista. Casa senhorial de planta retangular composta, de fachada imponente. O andar nobre, com um ritmo de vãos uniforme, desenvolve-se por um friso ressaltado que acentua a horizontalidade do edifício.
Número IPA Antigo: PT021009120087
 
Registo visualizado 120 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Casa abastada  

Descrição

Planta longitudinal, composta, massa disposta horizontalmente, cobertura em telhados diferenciados de 2, 3 e 4 águas, caleiras e tubos de queda em zinco pintado a verde. Edifício composto por 2 corpos com fachada principal voltada a NO.. Dois pisos, com excepção do Passo. Embasamento em pedra de igual feição à dos cunhais e à das pilastras que dividem os 4 panos. Moldura de pedra em toda a extensão da fachada, dividindo o piso 1 do piso 2. O corpo da esquerda, correspondente à actual biblioteca municipal, apresenta no primeiro piso um portão com madeira pintada de verde, com bandeira (Com vidro e gradeamento), moldura em cantaria trabalhada e arco em forme de asa de cesto; sobre este portal, correspondente ao 2.º piso, existe uma varanda com gradeamento de ferro forjado que se estende para a fachada lateral esquerda; à direita do portão existe um outro com as mesmas características, mas sem bandeira; segue-se uma janela rectangular com moldura em cantaria simples encimada por uma cornija, com caixilharia em madeira e vidro simples; seguem-se duas portas, sendo uma a entrada para a biblioteca, com porta dupla em madeira com vidros e gradeamento em ferro fundido (n.º 6). À direita desta porta, na direcção do canto superior direito, existe uma placa em latão gravado, identificativa da função do espaço. Seguem-se mais três portas, sendo que as duas últimas, n.º 7 A e B, foram transformadas em janelas semelhantes às anteriores, mantendo-se a cantaria lisa das ombreiras visível. Segue-se um janelo em cantaria lisa, caixilharia em madeira e grade de ferro forjado. À direita abre-se um portão semelhante aos anteriores e 2 janelos. No piso 2 temos 10 janelas de sacada com varandins em ferro fundido, pintados a verde, encimados por 2 pinhas, também em ferro; as janelas têm moldura em cantaria, secção rectangular, caixilharia em madeira, bem como as portadas interiores, as janelas são encimadas por uma cornija saliente. No topo da fachada um entablamento de pedra e telha. O segundo corpo, ligeiramente mais elevado do que o primeiro, inicia-se, à esquerda, n.º 7 D, com um passo. Tem portal de madeira pintada de vermelho em arco pleno, assente num entablamento existente nas ombreiras; estas estão assentes num embasamento, mais baixo do que o da restante fachada. Uma moldura rectangular dá a volta à cantaria da porta, sendo ligeiramente mais avançada do que esta; o entablamento existente nas ombreiras é continuado no exterior da moldura, à mesma altura, até encontrar, em ambos os lados, o fim do pano, numa pilastra. Sobre a porta e entablamento emerge um frontão interrompido, terminando em volutas e ladeado por 2 pináculos; ao centro do frontão um campo onde se destaca a representação de um coração e acima, uma cruz. Toda a cantaria está pintada de amarelo. No pano seguinte, onde todas as aberturas são de secção rectangular e molduras em cantaria lisa, tem no primeiro piso, uma porta de madeira pintada de vermelho; segue-se uma janela com caixilharia em madeira e gradeamento em ferro forjado seguida de uma porta de madeira, pintada de vermelho (porta principal de acesso à pousada), tendo à esquerda duas placas em acrílico, identificativas da função. O segundo piso apresenta 4 janelas de sacada com caixilharia em madeira, portadas de madeira interiores, com varandim em ferro forjado, pintado a vermelho e encimados por duas bolas em vidro verde. O pano à direita caracteriza-se por ter cantaria lisa em aberturas de secção rectangular. No 1.º piso rasgam-se 4 janelas, 2 com caixilharia em madeira e vidro simples, e outras duas, as da direita, com caixilharia em PVC, todas com guarda em ferro forjado, pintado de verde. Segue-se uma porta dupla em madeira com vidros e gradeamento em ferro fundido; à direita abre-se outro portão com portas em madeira pintada de verde a que se segue uma janela com caixilharia em madeira, com gradeamento em ferro forjado. Existe depois um portão com caixilharia em alumínio e totalmente em vidro, com gradeamento de ferro forjado; por fim uma janela com caixilharia em madeira, com gradeamento em ferro forjado. O segundo piso apresenta 5 janelas de sacada com caixilharia em madeira, portadas de madeira interiores, com varandim em ferro forjado, pintado a vermelho e encimados por duas bolas em vidro verde. Um único e pequeno pano voltado a SE, delimitado por duas pilastras e com embasamento semelhante ao da fachada principal, apresenta 2 degraus que dão acesso à porta de entrada para a ala correspondente ao Centro de Diagnóstico (CEDILE), de madeira pintada a verde, com bandeira em ferro fundido onde figuram as letras "CA", moldura em cantaria lisa nas ombreiras e recortada no lintel. Placa de latão gravado identifica a função. A fachada lateral direita apresenta no 1.º piso um portão em madeira pintada a verde, ladeado à esquerda por 3 janelas com gradeamento em ferro forjado e à direita por 3 janelos igualmente com grades de ferro forjado; no 2.º piso rasgam-se 6 janelas com caixilharia de madeira e vidro simples, moldura em cantaria simples; 2 candeeiros de iluminação pública, caleira e tubos de queda de zinco pintado de verde. A fachada posterior, no seu lado esquerdo não é visível devido ao facto do edifício estar adossado a outros edifícios; a parte central e toda a restante em direcção à direita corresponde à Biblioteca Municipal. Um muro com gradeamento de ferro limita um pátio, cujo acesso do exterior se faz através de um portão em ferro, ladeado de 2 pilares de pedra encimados por candeeiros de iluminação. INTERIOR: Entrando pela porta n.º 7, actual entrada da Biblioteca Municipal de Leiria, chega-se a um átrio da recepção onde uma galeria existe em toda a volta deste assente em colunas quadradas de metal. Do lado esquerdo uma porta abre para as salas de exposições; ao lado da entrada para estas salas uma escada sobe para \a galeria (3. piso). Após o átrio, em frente, um porta abre para uma sala de atendimento/empréstimos da qual se acede ao jardim N., sito à esquerda do edifício; a seguir à sala de atendimento chega-se às salas de leitura para adultos, a maior das quais com galeria cujas aberturas estão voltadas para o pátio a nascente; Seguindo à direita do átrio de entrada um corredor segue para a sala polivalente e audiovisuais; do lado esquerdo deste corredor abrem-se portas para um pátio interior com galeria alpendrada. No 3. piso apresenta, à direita, vários gabinetes dos serviços internos, seguidos dos quais está a sala de leitura infantil, uma sala do conto que dão acesso a 2 terraços laterais. À esquerda da escada que chega ao 3. piso temos um bar que dá para a varanda do canto esquerdo edifício; ao lado deste bar há a biblioteca de Afonso Lopes Vieira e uma sala de conferências. Entrando pela porta n.º 12, correspondente à actual entrada para o Centro de Diagnóstico por Imagem de Leiria, subindo uma escada chega-se a um patamar à direita do qual se encontra um espaço reservado a telefonista e uma entrada que abre para uma sala com balcão de atendimento ao público, nesta sala o tecto apresenta estuque trabalhado bem como existe uma porta que dá para o corredor que é em madeira trabalhada, com bandeira seca também trabalhada. Estando no átrio principal, voltando-se à esquerda acede-se a uma sala de espera para o público, a, maior da casa, cujos tectos em estuque se apresentam ricamente decorados, uma porta nesta sala dá também acesso ao corredor que acede às salas de exame e diagnóstico inerentes aos serviços: vários espaços com tectos falsos se seguem até chegar a uma escada que liga o 2. piso ao 1.º. Entrando pela fachada lateral direita, acede-se a várias divisões de serviços semelhantes, bem como a uma sala de espera para o público.

Acessos

Largo Cândido dos Reis, n.º 3 a 12; Rua Gomes Freira, n.º 10; Ria Coronel Artur de Paiva; Rua Grão Vasco. WGS84 (graus decimais) lat: 39.743674 long:-8.810230

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de Leiria (v. PT021009120002) / Igreja de São Pedro (v. PT021009120001)

Enquadramento

Urbano, adossado, voltado para vasto terreiro, tendo à frente o antigo solar da do Barão do Salgueiro (v. PT021009120086) e a Casa dos Ataídes (v. PT021009120067).

Descrição Complementar

ESTUQUE: friso em estuque rendilhado, composição de motivos florais e intrumento musical (lira); paralela e ligada ao friso, na parte interior, uma moldura em estuque trabalhado, composição em trança; outra moldura semelhante ladeia 4 medalhões que apresentam figuras de músicos e outros jovens em actividades de lazer, situados um cada canto do tecto; a ligá-los uma moldura em forma de corda; no parte central do tecto, 4 figuras em relevo, algumas das quais correspondendo a anjos.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Cultural e recreativa: biblioteca / Saúde: centro de saúde / Comercial e turística: pousada da juventude / Política e administrativa: sede de associação / Comercial: estabelecimento de restauração

Propriedade

Pública: municipal / Pública: estatal / Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1920 - parte do edifício foi arrendada ao Bispo D. José Alves Correia da Silva, novo prelado da Diocese de Leiria, após sua restauração, que se mudou para a sua residência provisória em 5 de Agosto; também nela funcionaram o Externato de D. Dinis e o Grémio Agrícola; 1995, 04 setembro - o edifício surge proposto como Valor Concelhio pelo PDM de Leiria, DR n.º 204; 1997 - inauguração da Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira; 2001 - 2002 - instalação do Centro de Diagnóstico por Imagem de Leiria no lado direito do edifício.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Pedra: calcário, alvenaria; Cerâmica: telha de canudo; ladrilho cerâmico; Vidro: simples, vidro colorido (clarabóia átrio da Biblioteca); Estuque: simples e trabalhado; Metal: zinco pintado, alumínio, ferro forjado e fundido, latão gravado (placas identificativas de função dos vários corpos do edifício); Prod. Sintéticos: PVC, acrílico.

Bibliografia

AAVV (Coord. Prof. Arq.º Manuel Cabral TELES), Plano de Pormenor, Salvaguarda e Reabilitação do Centro Histórico da Cidade de Leiria. Fichas de Caracterização dos Lotes, conjunto 3, quarteirão 44, lotes 1 e 2, (policopiado), Porto, Julho 2001; ALMEIDA, Pe. José Fernandes de, O Seminário de Leiria. Achegas para a sua História, Leiria, Gráfica de Leiria, 1987, p. 123; COSTA, Lucília Verdelho da, Leiria, col. "Cidades e Vilas de Portugal", n.º 4, Lisboa, Editorial Presença, 1989, p. 50; MARGARIDO, Ana Paula, Leiria. História e morfologia urbana, Leiria, ed. Câmara Municipal de Leiria, 1988, p. 66; SEQUEIRA, Gustavo de Matos - "Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Leiria", Vol. V, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1955, p. 70.

Documentação Gráfica

CMLeiria: Departamento de Planeamento e Reabilitação Urbana

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CMLeiria: Departamento de Obras Públicas

Intervenção Realizada

CMLeiria: Séc. 20, finais da década de 90 - remodelação do lado esquerdo do edifício para adaptação ao novos usos (Biblioteca Municipal); 2000 / 2001 - remodelação do lado direito do edifício para adaptação a novos usos (CEDILE).

Observações

*1. O "(...) Largo do Almirante Cândido dos Reis, vulgarmente chamado "Terreiro". Em 1657, Terreiro das Camarinhas; em 1809 simplesmente Terreiro, em 18/12/1877, Largo de D. Maria Pia; e em 10/10/1910, Largo Almirante Cândido dos Reis (...)" [Almeida, 1987: 123]; *2."(...) José Charters de Azevedo, engenheiro activo no primeiro quartel deste século [20], era parente do visconde de S. Sebastião, Luís Henrique Charters de Azevedo, que desempenhou o cargo de governador civil de Leiria.(...)" [COSTA, 1989: 50].

Autor e Data

Isabel Brás e Jaqueline Pereira 2002

Actualização

 
 
 
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