Paço Episcopal de Bragança / Museu do Abade de Baçal

IPA.00001054
Portugal, Bragança, Bragança, União das freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo
 
Arquitectura residencial, setecentista e contemporânea. Palácio episcopal de planta rectangular e fachada principal de acentuado desenvolvimento horizontal, de dois pisos e três panos assimétricos, definidos por pilastras toscanas de ordem colossal, o central coroado por brasão familiar interrompendo ao centro a cornija do remate, e ritmada por vãos rectilíneos, abrindo-se no primeiro piso janelas de peitoril e, no andar nobre do pano central, janelas de sacada com guarda em ferro forjado e, nos panos laterais, janelas de peitoril com pano de peito de cantaria. No interior, subsiste do edifício setecentista a escada de acesso ao piso superior, desenvolvida a partir de arco abatido e terminada num outro, a capela com tecto em trompe l'oeil, pintado ao centro com as armas do promotor da construção, e com retábulo rococó e alguns tectos apainelados, entalhados, um deles com brasão pintado. A E. adossa-se ao edifício corpo moderno, com fachada principal aproveitando parte da antiga casa de habitação, mas assumindo formas e materiais inteiramente contemporâneas. Paço episcopal construído em 1734 / 1735 sobre casas da Mitra pré-existentes, com frontaria seguindo a tradição maneirista, de acentuado desenvolvimento horizontal, vincada sobriedade e com ritmo monótono de vãos, cujas armas do bispo promotor, D. João de Sousa Carvalho, surgem na fachada e num dos tectos do andar nobre. Com a transferência da sede do bispado para Bragança, o paço recebeu algumas remodelações interiores entre 1764 e 1770, por D. Frei Aleixo de Miranda Henriques, nomeadamente na capela, com pintura do tecto atribuída a Manuel Caetano Fortuna, pintor dos tectos da igreja de Santa Clara, São Bento e Santa Maria do Castelo, talvez na escadaria e em algumas salas do andar nobre, onde surge o seu brasão, respectivamente, relevado e pintado. A qualidade e perspectiva do tecto da capela, sem espaço para ser visualizado, parecem indiciar que a mesma foi truncada em época posterior. A tela do retábulo-mor poderá também ter sido reaproveitada. A simplicidade volumétrica e o despojamento ornamental do paço aproximam-no da casa fidalga bragançana da época.
Número IPA Antigo: PT010402420022
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Paço eclesiástico  Paço episcopal  

Descrição

Planta rectangular irregular, composta por corpo principal, tendo adossado no extremo O., do lado N., a casa do guarda, e, no extremo E., um novo corpo estruturado atrás da fachada do edifício e da fachada da antiga casa de José Faria. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas no corpo principal, que integra descentrado lanternim circular, envidraçado, de três na casa do guarda, todas rematadas em beirada simples, e plana no corpo da ampliação. Fachada principal virada a S, rebocada e pintada de branco e de quatro panos, os três primeiros pertencentes ao corpo principal do Paço Episcopal e o do extremo direito correspondente à antiga casa de José Faria, mais elevado. Corpo principal de dois pisos e três panos assimétricos, definidos por pilastras toscanas, de ordem colossal, coroados por cruzes latinas, de braços circulares com chanfro, percorrido por embasamento e terminado em friso e cornija, interrompida e alteada ao centro para contornar a pedra de armas de D. João de Sousa Carvalho, inserida em cartela rectangular, disposta na vertical, rematada inferiormente por pingente volutado e com botão e, lateralmente, por volutas; o brasão é sobrepujado por aletas e cruz latina granada. Todos os vãos são rectilíneos e têm molduras simples. O pano central, o maior, é rasgado por seis eixos de vãos, sobrepostos, correspondendo no piso térreo a amplo portal, com chanfro na moldura, disposto no extremo esquerdo, e janelas de peitoril, gradeadas, com caixilharia de guilhotina, e no andar nobre a janelas de sacada, esta frontalmente percorrida por sulco, e com guarda em ferro forjado, com bolas nos ângulos; o portal é ladeado por dois postigos, gradeadas e a janela que o encima apresenta mastro de bandeira. Os panos laterais apresentam os pisos separados por friso, abrindo-se no térreo janelas de peitoril, semelhantes às do pano central, e no segundo janelas de peitoril, com caixilharia de guilhotina e pano de peito côncavo, em cantaria; o pano esquerdo, o mais estreito, com apenas três eixos de vãos, interrompe o esquema com a substituição da janela do topo O. por porta e o pano direito tem cinco eixos de vãos. A antiga casa de José Faria, terminada em friso e cornija, possui três pisos, embasamento de cantaria, e é rasgada por quatro eixos de vãos, correspondendo os do piso térreo a portais, actualmente envidraçados, à excepção da segunda do lado O., que mantém as suas funções, e os dos outros pisos a janelas de peitoril, as do último sem molduras. A fachada posterior é composta por quatro corpos. O principal, percorrido por embasamento, apresenta dois pisos e dois falsos panos marcados por fenestração distinta; o esquerdo é rasgado no piso térreo por quatro janelas de peitoril, gradeadas, sobrepostas ao nível do segundo piso por duas outras de peitoril, com caixilharia de guilhotina e duas de sacada, com guarda em ferro forjado. O pano direito é marcado por arcada de seis arcos de volta perfeita, sobre pilares, envidraçados, encimada, ao nível do piso superior, por varanda coberta, ritmada por colunelos embebidos em pilares. A O., possui no piso inferior lavabo embutido, decorado com querubim, integrando bica, encimado por nicho em arco de volta perfeita, sobrepujado por cruz, incompleta; no andar nobre rasga-se janela de peitoril. A casa do guarda, formando L e com fachadas de dois pisos, interliga-se a este corpo por pano recuado, com arco de volta perfeita no piso térreo, sobre pilares, o qual dá acesso a porta para o interior do edifício, e, pela varanda do piso superior, para a qual se abre um janelão a partir do corpo do antigo Paço Episcopal. A casa do guarda é rasgada por janelas de peitoril, com caixilharia de guilhotina e portas envidraçadas, apresentando no segundo piso varanda alpendrada de madeira, com guarda em falsos balaústres planos, acedida por escada de um lanço com guarda semelhante. O corpo disposto a E. do Paço Episcopal e mais recuado que este, possui o piso térreo revestido a placas de granito, rasgado por cinco vãos rectangulares longilíneos, envidraçados, e o piso superior, rebocado e pintado de branco, cego. O corpo do extremo E., o da antiga casa de José Faria e mais avançado, de acentuado desenvolvimento vertical, é marcado, no piso térreo, por ampla porta descentrada, à qual se acede por escada com três degraus; superiormente não tem vãos e tem placagem de granito por entre perfis metálicos criando uma superfície reticulada, a qual se estende, parcialmente, à fachada lateral. O INTERIOR encontra-se reestruturado, tendo acesso pelo corpo novo, da antiga casa de José Faria, destinado à zona de serviços de atendimento, de apoio técnico, e de exposições temporárias. A zona correspondente ao antigo paço episcopal, alberga os serviços administrativos do museu e as salas de exposição permanente. No piso térreo amplas salas, com pavimento em soalho de madeira, interligam-se por vãos rectilíneos, algumas com galerias superiores. No topo O. destaca-se o antigo vestíbulo, tendo à esquerda a estrutura original das escadas de acesso ao piso superior, em arco abatido sobre pilastras toscanas, ladeado por brasão de D. Frei Aleixo de Miranda Henriques. A escada, de lanços opostos, possui guarda plena em cantaria, rematada por volutas, ritmada no patamar intermédio por plintos com pináculos torsos, formando ao nível do andar nobre dois arcos abatidos sobre pilastras toscanas, um deles com guarda em balaustrada de cantaria; a caixa das escadas tem tecto plano de madeira, em caixotões, com molduras pintadas a marmoreados fingidos e com florões nos encontros. A ante-capela é coberta por tecto octogonal, de apainelados, assente em pendentes e com lanternim central, envidraçado. Por vão rectilíneo, sem moldura, rasgado em frente da escada, acede-se à capela, de planta rectangular, coberta por tecto de madeira, curvo, pintado com quadraturas, cartelas recortadas com símbolos marianos (sol, lua, estrela e outros), tendo ao centro ampla cartela com as armas de D. Frei Aleixo de Miranda Henriques. Na parede fundeira apresenta retábulo de talha policroma a verde e dourado, de planta recta e um eixo, definido por duas colunas de terço inferior marcado e decorado por concheados, assente em volutas, também concheadas, tendo no topo concheados e de capitéis coríntios; ao centro possui painel de perfil curvo, com moldura sobreposta de concheados e querubim no fecho, pintado com tela figurando Descanso na Fuga para o Egipto; os seguintes são ornados de concheados; sobre o entablamento, desenvolve-se o ático em frontão curvo interrompido por resplendor com querubins e anjos tenentes. Altar tipo urna com frontal pintado a marmoreados fingidos a azul, e motivos fitomórficos, possuindo lateralmente e ao centro acantos relevados. O retábulo é ladeado por duas portas de acesso à antiga sacristia, encimadas por sanefas de talha policroma a verde e dourado, terminadas em frontão de volutas interrompidas por elemento fitomórfico. Das várias salas do andar nobre, destacam-se seis com tectos de apainelados entalhados: um em madeira de castanho, muito simples; um outro decagonal com o brasão de D. João de Sousa Carvalho esculpido ao centro; um tecto octogonal, com florões em talha dourada nos encontros das molduras e tendo pintado ao centro as armas de D. Frei Aleixo de Miranda Henriques; um com duas ordens de apainelados, com molduras decoradas de acantos, sobre mísulas com anjos atlantes e outros elementos e sobre pendentes com anjos músicos, e tendo ao centro querubim; um outro octogonal, pintado de branco, com molduras pintadas a marmoreados fingidos a rosa e painel central com motivos vegetalistas, assentes em pendentes; o último é em gamela, pintado de branco, com florões nos encontros das molduras e pingente central. Em frente da fachada posterior, existe plataforma lajeada tendo ao centro poço de cantaria, com as lajes dispostas na vertical, de base e bordo moldurados; sobre o bordo fixa-se a armação em ferro, com dois arcos, conservando as roldanas, decorados lateral e ao centro com pináculos, sobre os quais arranca um outro arco, rematado por cruz latina ladeada por elementos volutados. Numa cota inferior e a que se acede por larga escada de oito degraus, desenvolve-se o jardim, arelvado e estruturado por composições simétricas de canteiros delimitados por buxo, com tanque rectangular ao centro, entrecortadas por alamedas de gravilha; no jardim, vedado por muro de alvenaria rebocada e pintada de branco, com portão no lado N., existe busto de bronze do Abade de Baçal.

Acessos

Rua Abílio Beça, n.º 27

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 1/86, DR, 1.ª série, n.º 2 de 03 janeiro 1986

Enquadramento

Urbano, flanqueado por edifícios de habitação, numa das ruas do centro histórico que, partindo da Praça da Sé, conduz ao Largo do Principal e, deste, até ao castelo (v. PT010402420003); o arruamento, bastante estreito e pavimentado a paralelepípedos, possui passeio separador em lajes de granito, bordejado por frades metálicos. Em frente, ergue-se o Edifício da Caixa Geral Depósitos de Bragança, actual Junta de Freguesia de Santa Maria (v. PT010402420348) e, nas proximidades, a Casa do Arco (v. PT010402450323), uma casa brasonada (v. PT010402420345) e o edifício da Assembleia Municipal; para E. ergue-se a Igreja de São Vicente (v. PT010402420086).

Descrição Complementar

O brasão de D. João de Sousa Carvalho, que orna a frontaria e um dos tectos do andar nobre, possui escudo oval esquartelado, tendo no primeiro e quarto quartel as armas da família Sousa de Arronches: esquartelado: o primeiro e o quarto [de prata], com cinco escudetes [de azul] postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes do primeiro esmalte, postos em sautor; bordadura [de vermelho] carregada de oito castelos [de ouro], tendo um filete [de negro], posto em barra, atravessante sobre tudo, salvo o escudete do centro; o segundo e terceiro [de vermelho], com uma caderna de crescentes [de prata]; no segundo e terceiro quartel as armas dos Carvalhos: [de azul], com uma estrela [de oiro] de oito raios, encerrada numa caderna de crescentes [de prata]. Coronel de nobreza encimado por chapéu eclesiástico com cordões e seis bolas correspondentes à dignidade episcopal. O brasão do vestíbulo, do tecto da capela e de um outro tecto do andar nobre, de D. Frei Aleixo de Miranda Henriques, possui escudo de fantasia, partido, tendo na direita as armas da família Miranda [de ouro], com aspa [de vermelho], acompanhada de quatro flores de lis [de verde]; e no segundo as armas da família Henriques: [de vermelho], com um castelo [de ouro], aberto iluminado e lavrado [de azul]; mantelado [de prata] carregado de dois leões [de prata]. É encimado por cruz florenciada, por sua vez encimada por coronel sobreposto a outra cruz e ainda por um chapéu eclesiástico com cordões e seis bolas correspondentes à dignidade episcopal.

Utilização Inicial

Residencial: paço eclesiástico

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCNorte, Decreto-Lei n.º 114/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: António Portugal (1994); Manuel Maria Reis (1994). ARTISTA PLÁSTICA: Cristina Valadas (2005-2006). CARPINTEIRO: António da Costa Soares (1734). DESENHADOR: José Cardoso Borges (1734). EMPREITEIRO: Abílio da Assunção de Oliveira e Costa (1970 - 1973); Ernesto Morais Ferreira (1957); Fernandes & Cunha, Ldª; (1973); Francisco Malheiro (1948); Francisco Miguel Bombarda (1962 - 1964); Helder Martins de Souza Sifão (1932 - 1933); Joaquim Martins (1940); José Martins Viana (1956 - 1967); José Moreira (1961); Manuel Domingos Chaves (1953 - 1954); Moreira de Sousa & Filhos (1979 - 1983); Viriato Alves Neiva (1962 - 1968). EMPRESA: Selmanor - Sociedade de Electricidade e Máquinas do Norte (1986 - 1987).ESCULTOR: Serafim Teixeira (1943). PEDREIRO: João Alves Lagido (1734). PINTOR: Manuel Caetano Fortuna (1764 / 1770).

Cronologia

Séc. 17 - época provável da construção de uma casa para pousada do bispo de Miranda; 1712, cerca - petição de José Cardoso Borges que pretendia um pedaço de chão, que fora do seminário, com cento e tantos palmos de comprimento, sem utilidade porque não dava rendimento, e que confrontava com as casas da Mitra e de Tomé Dinis; José Cardoso Borges aceita comprar, trocar ou emprazar o chão, tendo vontade de "dar mais do que vale o dito chão em dinheiro ou fazenda rendosa"; 1 Julho - o vigário geral do Bispado de Miranda do Douro, Dr. José de Botelho de Matos, estando nas casas da Mitra onde pousava, ordena ao escrivão do Auditório Eclesiástico, Manuel Teixeira e Sousa, para dar seguimento à petição de José Cardoso Borges e proceder à vistoria e avaliação dos chãos e ruínas do Seminário velho; Lourenço Ribeiro, lavrador e morador em Bragança, em representação do Seminário de São José de Miranda, e João Gomes Pereira, lavrador, em representação do Sargento-mor da Ordenança, procedem à medição do chão; tinha do lado S., a zona da frente e com algumas paredes velhas, 27 varas, do lado N. correspondendo aos fundos 22,5, de E. 44 e de O. 33, possuindo um poço e algumas ginjeiras; avaliam-no em 1$500 anuais de arrendamento; 1734 - obras de reedificação das antigas casas da Mitra e edificação de novas casas contíguas, sob a iniciativa do bispo D. João de Sousa Carvalho; 27 Fevereiro - escritura entre o Dr. Jerónimo Pretto e Lemos, procurador da Mitra, o carpinteiro António Costa Soares e o pedreiro António Alves Lagido, naturais de Entre Douro e Minho, para fazerem umas casas novas contíguas às velhas da Mitra, bem como também outras nas mesmas casas velhas, na forma e apontamentos assinados pelo procurador; João Alves Lagido, da freguesia de Cantinhais, termo da vila de Caminha, fazia a obra por 600$000 e António da Costa Soares fazia a obra de carpintaria por 700$000; os mestres prontificavam-se a acabar a obra até cerca de 15 de Maio, no máximo até ao dia de São João Baptista desse ano, sob pena de cada um deles dar 100$000, descontados no valor da obra; o pagamento seria feito em três prestações, no princípio da obra, a meio e o último no final da mesma; 16 Novembro - contrato com o pedreiro João Alves para construção de uma estrebaria dentro do pátio das casas da Mitra, com a face para a rua e acima ou para o lado das casas do Dr. António Lopes Rebelo, tendo 50 palmos de comprimento e 46 de largura, "livre de paredes", conforme os apontamentos fornecidos; as paredes da casa seriam rebocadas de ambos os lados, pagando-se a braça 3.150$000, as braças dos muros a 1.500$000, as dos tabiques a $800, as das calçadas a 1.200$000 e as das fiadas de cantaria a 2.100$000; o mestre dava o material para a obra e alicerces, carretos e desterros; fazia ainda uma pedra de armas, com planta de José Cardoso Borges, por 38$400; as pedras necessárias para o brasão eram cortadas e conduzidas por conta da Mitra até o lugar de São Joanico e daí até à cidade seria por conta do mestre, tal como o assentamento das armas na parede das casas; o mestre obrigava-se a completar a obra até Março próximo, recebendo no princípio da obra quinze moedas; 19 Novembro - escritura da obra de carpintaria da estrebaria com o carpinteiro António Soares, por 245$000; a obra, com piso térreo e um sobrado, incluía madeiramentos, sobrados, tectos e portas, sendo os madeiramentos de castanho, os sobrados de macho ao meio e o tecto de madeira de castanho ripa chegada e larga; o madeiramento dos tabiques devia ser bem tecido e forte; no cimo da escada, faria um pátio com largura necessária para duas portas, uma para a casa do palheiro e outra para a casa dos moços, e uma outra porta do tabique para a casa dos moços; 1735, Novembro - conclusão da obra; possivelmente depois da mudança definitiva da sede diocesana para Bragança, a Mitra adquire outras casas sobradadas para cocheira, em frente e do outro lado da rua do paço, conforme comprova documento datado de 1797; 1737, 22 Agosto - data de acórdão determinando que, sob "penna pratici juramenti", as casas e paços Episcopais mandadas reedificar com tanta grandeza pelo bispo D. João de Sousa Carvalho, nelas se tendo gasto mais de doze ou treze mil cruzados, e estando com boa capacidade e asseio, assim se deviam conservar durante a Sé Vacante para que os prelados futuros as achassem na forma como foram deixadas pelo bispo defunto; acorda-se que não fossem arrendadas a nenhuma pessoa, só as podendo usufruir os bispos quando forem àquela cidade em alguma diligência ou lhes fosse ordenado pelo Cabido; 1753 - escritura de venda de uma casa na rua do Espírito Santo, em frente do Corpo da Guarda, com seus altos e baixos e quintal com árvores, entre o Dr. António Esteves Pinheiro de Figueiredo, como mordomo e procurador do bispo D. Frei João da Cruz, e o padre João Baptista Tameirão, como vendedor, por 740$000; a casa confrontava com as casas da Mitra, de outro lado com Miguel Ferreira e o quintal com António de Almeida e o Dr. José António de Sousa Pimentel e com a rua junto das muralhas do rei; 1764, 7 Março - transferência da sede do bispado para Bragança; 7 Maio - compra de terreno do cultivo de trigo, no sítio denominado das "Cortinhas", junto à estacada que ia do mosteiro de São Bento para o terreiro de Santa Clara, aos morgados de Quintela de Lampaças, por 230$000, o qual confrontava a O. e S. com o quintal das casas da Mitra; 11 Novembro - confirmação régia da transferência da sede do bispado para Bragança; 1764 / 1770, entre - o bispo de D. Frei Aleixo de Miranda Henriques manda proceder a algumas remodelações do interior do paço episcopal, nomeadamente na capela, com tecto pintado por Manuel Caetano Fortuna, e nas salas do andar nobre, com pintura do seu brasão num dos tectos; 1899 - D. José Alves de Mariz obtém do Ministério das Obras Públicas a quantia de 2.700$000 para obras no Paço Episcopal; 1910 - pouco depois da implantação da República, o paço é abandonado pelos bispos de Bragança e Miranda; 1911 - o paço é adquirido pelo Estado; 1912 - expropriação de parte do Paço Episcopal e instalação do Museu Municipal nas salas do piso superior, ficando as dos inferiores reservadas para a Guarda Nacional Republicana e Arquivo do Registo Civil; 1915 - data da planta mais antiga que se conhece do paço; 13 Novembro - decreto criando e aqui instalando o Museu Regional de Obras de Arte, Peças Arqueológicas e Numismáticas de Bragança, que funcionava no piso térreo da Câmara Municipal; 1916 - criação da Biblioteca Erudita de Bragança, que no ano anterior já se encontrava instalada no edifício do Paço Episcopal, e do Arquivo Distrital de Bragança; 1922, 4 Dezembro - carta do director do Museu, Álvaro Carneiro, ao Director-Geral dos Monumentos Nacionais alertando para o estado de abandono do edifício; 1925 - nomeação do padre Francisco Manuel Alves, conhecido por Abade de Baçal, como Director-conservador do "Museu Regional de Obras de Arte, Peças Arqueológicas e Numismáticas de Bragança"; 1927 - só então foi possível a integração física da colecção municipal no Museu Regional; fotografias da época mostram que se mantinham as estruturas existentes, a divisão de espaços por meio de tabiques, os pisos e tectos com madeiras pobres; aliás, a degradação do edifício era agravada pela presença das cavalariças da Guarda Nacional Republicana sob a Biblioteca; na memória descritiva elaborada pela DREMN para proceder às reparações solicitadas refere-se que a segunda sala, denominada dos Bispos, tem as paredes revestidas de papel, devendo-se mantê-lo para encobrir os defeitos de construção; 1930, início da década - o Abade Baçal, então Director do Museu, envia telegrama à DGEMN insistindo na degradação do edifício, que carecia obras urgentíssimas nos telhados, pois chovia abundantemente em todas as salas; 1935, 09 Abril - no septuagésimo natalício do director, o Governo dá ao Museu Regional de Bragança a denominação de Museu de Abade de Baçal e nomeia este seu director Honorário; após saída da Guarda Nacional Republicana para novo aquartelamento, o Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, nomeia comissão para elaboração de plano de restauro do edifício; 1936 - carta pedindo ao Município a demolição dos diversos barracões que em tempo ali construíra para recolha de animais e arrumos; 1937 / 1940, entre - obras de remodelação do Museu pela DGEMN, com remodelação da fachada posterior (N.), alinhando-a, construindo-se a arcada em arcos de volta perfeitas, de granito, e substituindo a varanda pré-existente, a varanda dos Cónegos, criando galeria envidraçada com janelas de guilhotina; prolongamento do edifício para E.; a zona ocupada pela Guarda Nacional Republicana foi profundamente remodelado para instalação da Biblioteca Erudita e o Arquivo Distrital; procede-se ao enobrecimento do interior, com abertura de vãos em arco, adaptação de tectos antigos, trabalhados, provenientes do convento de São Francisco, Colégio dos Jesuítas e mosteiro de São Bento, utilização de castanho e novos elementos no portal, lambris e caixilharias; arranjo e ajardinamento do terreno envolvente, procedendo-se à sua vedação, construção da casa do guarda, segundo modelo da casa à antiga portuguesa, com escada exterior rematada por alpendre, feitura do jardim com traçado à francesa; 1943, Agosto / Setembro - oferta de um busto de bronze do Abade de Baçal, por Serafim Teixeira, que ele executara durante a 7.ª Missão Estética de Férias, enquanto estagiara em Bragança; 1947, 13 Novembro - data do falecimento do Abade de Baçal; 1964, 29 Agosto - visita do Presidente da República por altura das comemorações do 5.º Centenário da elevação de Bragança a cidade; 1980 - inundação da sala da biblioteca devido a uma ruptura do colector municipal das águas pluviais; 1983 - despacho do Secretário de Estado da Cultura, determinando a classificação como Imóvel de Interesse Público o edifício e jardim onde se encontra instalado o Museu; 1989 - a Direcção-Geral do Património do Estado adquire a casa de José Faria, anexa ao museu e no prolongamento da sua frontaria; 1990 - afectação ao museu do edifício adossado; 1991, 09 agosto - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, Decreto-Lei n.º 278/91, DR, 1.ª série-A; 1997, 26 junho - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, pelo Decreto-Lei n.º 161/97; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura de alvenaria rebocada e de betão com placagens de granito; cornijas, pilastras, frisos, brasões, cruz e molduras dos vãos em cantaria de granito; janelas e portas de madeira, de aço, ou de vidro e aço; pavimentos de madeira, de granito em áreas bastante localizadas, e ardósia, em parte da galeria de epigrafia; escada, arcos, guarda, balaustrada, soleiras e ombreiras interiores em cantaria de granito; suportes verticais de exposição e vitrinas de ardósia sobre estrutura metálica, vidro, aço ou alumínio; plataforma exterior em lajeado de granito e poço em granito; coberturas interiores de betão rebocado ou de madeira; caixilharia e gradeamentos interiores de aço; coberturas exteriores em telha de barro; lanternim de vidro com estrutura metálica.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSCSV, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

1900 - arranjo de portas e janelas; 1929 - pintura de paredes exteriores e assento de caleiras; DGEMN: 1932 - obras de adaptação do edifício; reparações do telhado; construção de retretes; instalação eléctrica pelo empreiteiro Helder Martins de Souza Sifão; arranjo da talha da sala Albino Lopo e uma outra; 1933 - diversos trabalhos pelo mesmo empreiteiro, nomeadamente canalização de grés, rebocos e caiações; obra na sala Albino Lopo e corredor para a sala de arquivo transformado em sala de pintura, com construção de clarabóias em ferro e vidros, colocação de lambril em madeira, abertura de vão de duas portas no corredor, colocação de portas, rebocos, etc; construção de guarda-vento no vestíbulo; modificação do portal de entrada principal, extraindo na padieira o painel existente, lavrando-a de novo dando-lhe o avanço necessário e reduzindo-o nas ombreiras; colocação de porta almofadada; demolição da parede para a abertura de dois postigos no vestíbulo; transformação da porta de entrada em janela no vestíbulo; reparação do tecto do vestíbulo; revestimento com forro de camisa e saia de um tecto; 1935 - obras de reparação no telhado; construção de uma clarabóia na sala dos Bispos; Junho - estavam concluídas as obras; 1937 - concurso para obras de ampliação e acabamento do museu, Biblioteca Erudita e obras de adaptação do Arquivo Distrital de Bragança, as quais incluiriam, entre outras, a redução do número de compartimentos, demolição de tabiques e de algumas paredes, e a substituição de alguns tectos; 1937 / 1938 - obras de ampliação e acabamento do edifício, agrupando o Arquivo Distrital e a Biblioteca Erudita no piso térreo, procedendo para isso a algumas modificações sobretudo na nova sala da biblioteca, vestíbulo, vestiário retretes, dependências do guarda e sala nº XII, e reservando o 2º piso para o museu; remodelação da fachada posterior de modo a que o corpo central e o lateral esquerdo ficassem alinhados; assenta em arcaria a sala que substituiu a varanda das traseiras do 2º piso, a qual ficaria consideravelmente mais larga; correspondentemente, aumenta também a superfície da sala nº XII do piso térreo; apeamento da parede do lado do jardim, da nova sala da biblioteca e reconstrução da mesma; no 2º piso procede-se a obras diversas nas salas Presidente Carmona, Miranda Guedes, dos Relógios, Tomás Fragoso, Dr. Santos Silva, da capela, gabinete dos directores, etc; substituição parcial do telhado e respectiva armação; 1940 - conclusão das obras do museu pelo empreiteiro Joaquim Martins; adaptação de vãos; 1946 - levantamento e reassentamento do passeio de lajedo da fachada posterior; reparação das colunas de pedra que suportam os telhados da galeria posterior, que estavam desaprumados; colocação de tirantes de ferro na galeria posterior; construção do pavimento superior da escada de acesso ao edifício com tacos de madeira; reparação geral e ligeira dos telhados, pintura de paredes e tectos de rebocos nalgumas salas; 1948 - obras de reparação: consolidação da galeria Duarte Pacheco e dos telhados; diversos trabalhos pelo empreiteiro Francisco Malheiro: picagem de rebocos, impermeabilização das paredes e execução de novos rebocos na fachada posterior, substituição do beiral; pinturas em caixilharias e portas na fachada principal e posterior; 1953 / 1954 - arranjo do jardim e adaptação de dois vãos de janelas em porta na fachada posterior pelo empreiteiro Manuel Domingos Chaves; adaptação e colocação de duas grades de ferro que pertenceram à Domus Municipalis; substituição da actual escadaria, de degraus com planta curvilínea e de pendente íngreme, por outros de planta rectilínea e pendente mais suave; criação de canteiros protegidos por guias de cantaria; acabamento de murete de suporte do patamar superior; construção de portas exteriores envidraçadas e interiores de segurança; construção de uma sebe viva; pavimentos de areão; 1954 - reparação do pavimento da biblioteca, com levantamento dos tacos de madeira e novo assentamento dos mesmos; 1955 - obras de acabamento das duas salas à direita do vestíbulo de entrada: construção de uma porta de castanho para o vão de ligação com o vestíbulo, execução de guarnições nos vãos em substituição dos existentes em mau estado, reconstrução do tecto de estuque em mau estado, caiação das paredes e tecto reconstruído, etc; obras urgentes de reparação dos telhados; 1956 / 1957 - obras de conservação e reparação pelo empreiteiro José Martins Viana: levantamento e reposição da cobertura, com substituição da maior parte da armação e do guarda-pó, bem como reparação dos tectos do 1º piso; 1957 - obras de conservação e reparação pelo empreiteiro Ernesto Morais Ferreira: demolição de uma escada de caracol que liga os dois pavimentos, abertura de porta de ligação do gabinete da direcção com o compartimento da escada, adaptação de quatro dependências do piso térreo a salas de exposição, abertura de um vão para acesso directo de veículos ao jardim do museu; instalação eléctrica; 1958 - conclusão da 1ª fase dos trabalhos de beneficiação do museu que compreenderam a renovação total da estrutura dos telhados, limpeza e arranjo das fachadas que foram libertas da rede de ligações eléctricas e telefónicas, adaptação de uma sala a exposições temporárias e arranjo do gabinete do director; 1959 - arranjo da galeria arqueológica e das salas anexas, com construção de tectos em abobadilhas suspensa de lajes de betão e demolição de paredes de alvenaria; alteamento do muro e do portão do jardim; graduação da luz natural nas salas do museu; obras adjudicadas ao empreiteiro José Martins Viana; obras de arranjo de 3 salas de exposições, com desmonte de lambris de madeira, substituição de rebocos, pinturas, construção de um tecto falso, incluindo lanternim para iluminação, na sala Abade de Baçal, e reparação geral da instalação eléctrica; 1961 - obras urgentes de reparação dos telhados e arranjo de três salas de exposições pelo empreiteiro José Moreira; 1962 - instalação eléctrica - 1ª fase, pelo empreiteiro Francisco Miguel Bombarda; consolidação e restauro urgente da porta do museu pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva, nomeadamente na substituição de almofadas apodrecidas, ferragens e fechaduras avariadas e respectiva pintura; consolidação da fachada principal, reparação geral de rebocos e lavagem de cantarias; no interior procede-se à desmontagem de lambris de madeira e substituição de rebocos; construção de tectos falsos; pintura de caixilhos; 1963 - conclusão da remodelação da instalação eléctrica adjudicada a Francisco Miguel Bombarda; 1964 - no âmbito das Festas Centenárias da cidade de Bragança, procede-se a obras no museu pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva; conclusão das restantes salas de exposição com desmontagem de lambris de madeira, substituição de rebocos, pintura de paredes, colocação de varões para suspensão de quadros e reparação de soalhos; arranjo da capela, com reparação do tecto de madeira, reparação e pintura de rebocos das paredes e colocação de uma grade de ferro forjado a separar a capela da galeria Duarte Pacheco, com a qual então comunicava; arranjo da escadaria, com abertura de uma porta entre o patamar do 2º piso e a sala de exposições; abertura de uma porta e construção de um corredor de acesso à casa do guarda, disposta posteriormente; melhoramentos da instalação eléctrica por Francisco Miguel Bombarda; 1965 - pavimentação da zona de acesso ao jardim - 1ª fase, pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva; 1966 - obras urgentes na cobertura: substituição do lanternim de vidro por telhas de vidro, para evitar as infiltrações das águas pluviais; colocação de portadas de segurança, para defesa dos valores existentes na dependência da Biblioteca e Arquivo; 1967 / 1968 - conclusão da pavimentação do logradouro pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva; diversas obras de conservação e instalação de bocas de incêndio pelo empreiteiro Viriato Alves Neiva; 1970 - obras de conservação pelo empreiteiro Abílio da Assunção de Oliveira e Costa; colocação de guarda-vento, de estores nas janelas, arranjo da instalação eléctrica, dos sanitários e da sala de exposições temporárias, verificação das fendas na fachada e nas salas correspondentes, ligação das bocas de incêndio à rede de abastecimento de água; 1971 - colocação de grades de ferro em quatro janelas iguais às existentes noutras janelas do edifício; beneficiação e adaptação de duas salas para numismática pelo empreiteiro Abílio da Assunção de Oliveira e Costa: picagem de rebocos em paredes e tectos; desmontar o fogão de sala, levantamento de portas em mau estado, alargamento de vãos de portas, tectos estucados, fornecimento e assentamento de porta em grade de ferro metalizado, execução da instalação eléctrica, conservação de pavimentos; 1973 - instalação de alarme contra roubos pelo empreiteiro Fernandes & Cunha, Ldª; remodelação de instalações sanitárias e adaptação de salas a gabinete da direcção e secretaria, por Abílio da Assunção de Oliveira e Costa; 1978 - reparações diversas, com execução de novo beiral, pintura das caixilharias, substituição de rebocos dos muros de vedação, execução de vedação metálica, beneficiação da pintura de alguns compartimentos; pintura de paredes exteriores; 1979 - adjudicação das obras de conservação e reparação à firma Moreira de Sousa & Filhos; instalação de um sistema de segurança contra roubo e incêndio; 1980 - obras diversas de conservação de pinturas de carpintarias e serralharias exteriores e de paredes interiores; reparação do pavimento da biblioteca e beneficiação da rede de saneamento do edifício pela firma Moreira de Sousa & Filhos; substituição de uma das terças da armação, reposição do tecto, levantamento e ulterior reposição da telha; 1981 / 1982- conservação e reparações diversas pela firma Moreira de Sousa & Filhos: substituição integral de rebocos da fachada principal, limpeza geral de telhados, ligação do saneamento ao novo ramal e pinturas interiores em paredes e tectos; 1982 / 1983 - obras de conservação e reparações diversas, constando de consolidação da estrutura de madeira da cobertura e substituição parcial de telha; revisão geral de portas e caixilhos de janelas; reparação de soalhos; pinturas de paredes e tectos, janelas, portas e grades de ferro, pela firma Moreira de Sousa & Filhos, Ldª; instalação de um sistema automático de detecção e alarme contra incêndios e um sistema automático de detecção e alarme contra intrusão; 1984 - trabalhos complementares; 1986 - construção de um edifício no terreno anexo ao jardim do museu, do lado E.; 1986 / 1987 - instalações eléctricas de aquecimento, pela empresa Selmanor - Sociedade de Electricidade e Máquinas do Norte; remodelação de instalações eléctricas; 1987 - obras de conservação consistindo em pinturas exteriores e interiores e reparação de rebocos danificados; IPPAR / IPM: 1992 - data do projeto de remodelação e ampliação do museu, com vista à sua integração na Rede Portuguesa de Museus, da autoria dos arquitetos António Portugal e Manuel Maria Reis, o qual deveria decorrer em três fases; 1994 / 1995 / 1996 / 1997 - 1ª fase das obras, com remodelação da área principal do edifício existente e instalação da maior parte da exposição permanente; 1999 / 2000 / 2001 - 2ª fase das obras, com remodelação da restante área do mesmo edifício e construção de novo corpo correspondente à ampliação do museu; durante estas duas fases procedeu-se à reestruturação geral e redimensionamento dos espaços de exposição permanente e dos serviços administrativos e de atendimento, que ocupam a maior parte da área do antigo paço episcopal, e da casa do guarda; na zona mais ampla e incaracterística do edifício, criaram-se dois grandes espaços de exposição em níveis sobrepostos, ligados por um vão central, com pé direito duplo; integração da galeria de Epigrafia no percurso interior do Museu e abertura da varanda sobre o jardim; criação de áreas de apoio técnico, acompanhados de reorganização das colecções e de restauro de número significativo de peças, a cargo do Instituto José de Figueiredo, do Museu Monográfico de Coimbra e do Museu D. Diogo de Sousa; conclusão de infraestruturas de acolhimento ao público; construção no lote da antiga casa de José Faria para criação de espaços para serviços de atendimento, exposições temporárias e apoio técnico; transferência da entrada principal do museu para este corpo; 2005 / 2006 - 3ª fase das obras, com instalação das novas áreas de exposição permanente e execução de trabalhos relativos à remodelação dos espaços exteriores; substituição do desenho formal do jardim por um outro que teve a participação da artista plástica Cristina Valadas, "tentando criar uma informalidade de registo contemporâneo através de um percurso / labirinto em espiral; no lado E. do jardim, o espaço junto ao novo volume foi desenhado como um pátio.

Observações

*1 - DOF: Edifício e jardim do antigo Paço Episcopal, onde se encontra instalado o Museu do Abade de Baçal.

Autor e Data

Ernesto Jana 1994 / Armando Redentor e Miguel Rodrigues 2001 / Paula Noé 2011

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