Mercado Municipal de Tavira / Mercado 30 de Junho

IPA.00010087
Portugal, Faro, Tavira, União das freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago)
 
Arquitectura comercial, do ferro. Mercado comum de mercado seguido em Portugal até à década de 50 do Séc. 20; edifício isolado de planta rectangular, piso único, simetria das fachadas e entradas nas extremidades; estrutura interna de ferro e madeira com cobertura de telha e vidro e portões duplos em ferro fundido.
Número IPA Antigo: PT050814060043
 
Registo visualizado 273 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comercial  Mercado    

Descrição

Planta longitudinal, regular. Volumes articulados caracterizados pela horizontalidade. Cobertura diferenciada em lanternim de quatro águas sobre os espaços centrais do mercado, em lanternim de duas águas no eixo definido pelas entradas laterais, em telhado de quatro águas na zona de acesso à Lota, em telhado de uma água nas restantes partes. Edifício de piso único com um ligeiro embasamento pétreo em toda a sua extensão. Alçados desenvolvidos segundo um esquema comum de três corpos mas hierarquizados segundo a relação estabelecida entre as portas de acesso ao interior e a malha da cidade. Fachada principal voltada a O. composta por três corpos; corpo central delimitado por pilastras e terminando em frontão triangular sem decoração no tímpano, enquadrando o acesso principal ao mercado, de duplo arco de volta perfeita, com moldura em cantaria de impostas e fecho bem vincados - protótipo de todos os arcos de portas e janelas do edifício - e portões de ferro fundido verde escuro *1; corpos laterais extensos e os que verdadeiramente acentuam a horizontalidade do edifício, com duas portas intercaladas por uma janela encimada por um candeeiro, sendo a primeira destas portas, a que se encontra mais próxima do duplo arco de entrada, mais pequena e a segunda maior, sem, contudo, atingir a dimensão das entradas principais; cunhais marcados por pilastra de cantaria e platibanda corrida com balaústres, sendo interrompida pelo frontão, contendo nas extremidades do edifício um pequeno fogaréu em forma de pinha, que se repete nos vértices do frontão e no topo. Fachada lateral S. com corpo central mais desenvolvido, ligeiramente saliente em relação à caixa murária e com as pilastras formando o ângulo recto que sustenta o entablamento do frontão; este apresenta no tímpano uma moldura em tons de cinzento e branco, contendo ao centro uma lápide comemorativa da inauguração do Mercado - "MM / INAUGURADO / EM / 1887" - inserida numa decoração floral; nas bandeiras dos arcos de ferro, um medalhão ostenta igualmente duas inscrições comemorativas da construção - "CM / 1887" -; corpos laterais bastante extensos com cinco portas de acesso ao interior, com um candeeiro inserido na estrutura, sensivelmente ao centro do corpo. Fachada lateral N., virada ao rio, apresentando uma composição idêntica à sua congénere S., com excepção para o corpo central que não se destaca da caixa murária, bem como para o tímpano do frontão, sem lápide com inscrição mas com um elemento decorativo circular; corpos laterais com quatro portas e duas janelas, duas portas junto do corpo central e depois alternando com janelas. A Fachada lateral E., que estabelece a ligação com a Lota, é a mais simples compositivamente, mantendo o corpo central de duplo arco, mas desaparecendo o frontão e correndo a platibanda balaustrada a toda a extensão da fachada; corpos laterais com uma só porta ao centro, ladeada por duas janelas e encimada por um candeeiro. INTERIOR: planta rectangular simétrica desenvolvendo-se a partir de dois eixos octogonais N. - S. e E. - O. , definindo um espaço único central, não compartimentado, com acesso directo às quatro entradas no edifício e pequeno corredor de dependências em todo o perímetro do edifício, abrindo directamente para a via pública e para o interior do mercado. Este corredor de pequenos espaços, hoje adaptado a lojas, forma os alçados interiores, constituídos por vãos rematados em arcos de volta perfeita com correspondência simétrica com os vãos do exterior; nas duas dependências que ladeiam a entrada E. os arcos são abatidos por definirem um vão mais largo; estas séries de arcos são interrompidas nas zonas de acesso ao mercado. Espaço central bastante amplo conservando a estrutura de ferro que suporta o telhado e define os espaços de circulação interna: dois grandes pavilhões no centro do recinto, com cobertura em estrutura de ferro e telha opaca, separados entre si por um corredor que se desenvolve no sentido N. - S. e envolvidos por um outro corredor rectangular que estabelece a ligação com as dependências compartimentadas do interior e os acessos ao exterior; estes espaços têm pavimento em calçada portuguesa acompanhando a disposição geométrica da estrutura e tijoleira nas linhas onde assentam as colunas de ferro. Iluminação vertical proporcionada pelo lanternim desenvolvendo-se de modo contínuo no edifício, mas restrita aos corredores de circulação que envolvem os pavilhões centrais. Na intersecção da estrutura de ferro com as paredes das lojas o tecto é de madeira, em forma de sanefa com modilhões de rolo, apoiando directamente num friso de ferro.

Acessos

Jardim Municipal (acesso principal ), Rua José Pires Padinha (acesso lateral S.), Rua do Cais (acesso lateral N.) Lota (acesso lateral E.).

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, planície, isolado. A construção do Antigo Mercado Municipal de Tavira corresponde à etapa final do projecto urbanístico oitocentista para a margem direita do Rio Gilão, de que faz parte também o Jardim municipal, entre a Pç. Principal e a zona industrial e pesqueira da cidade. Localização e implantação tem uma funcionalidade urbanística evidente, situando-se no fim do espaço exterior público que é o Jardim e no início da zona industrial e pesqueira da cidade, a que corresponde já a Lota de peixe a E.. Posição privilegiada em relação ao rio, com grande impacto urbanístico na zona ribeirinha..

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comercial: mercado

Utilização Actual

Comercial: centro comercial

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Tenente de Infantaria José Ignacio de Melo Pereira Vasconcelos

Cronologia

1876 - projecto; 1879 - escolha definitiva do local de construção; 1885, 30 de Junho - início das obras; 1887, 30 de Junho - inauguração; 1998, Julho - protocolo entre a Câmara Municipal de Tavira e o Instituto Superior Técnico ( Instituto de Engenharia das Estruturas, Construção e Território ) para a proposta de uma intervenção no Mercado; 1999 - 2000 - adaptação a galeria comercial; 2013, 02 dezembro - publicado no DR, 2.ª série, n.º 233 o Anúncio de Procedimento 6008/2013 relativo à empreitada de obras públicas da Requalificação da Frente Ribeirinha, junto à Rua Dr. José Pires Padinha; 2014, 27 novembro - publicado no DR, 2.ª série, n.º 230 o Anúncio do Contrato: 8-Emp/14 - Requalificação da Rua Dr. José Pires Padinha.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma; paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria, ferro fundido, tijoleira, madeira, vidro simples, telha cerâmica

Bibliografia

ANICA, Arnaldo Casimiro, Tavira e o seu termo - memorando histórico, Tavira, Câmara Municipal de Tavira, 1993; IST, Estudo de recuperação do edifício do Mercado Municipal de Tavira - Análise, Diagnóstico e Recomendações, 1999 ( texto policopiado ); SANTANA, Daniel, Mercado da Ribeira: Contexto Histórico, Arquitectónico e Urbano, Tavira, Câmara Municipal de Tavira, 2001 ( texto policopiado ).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMTavira

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMTavira

Documentação Administrativa

CMTavira

Intervenção Realizada

1999 - 2000: obras de adaptação a Galeria Comercial ( Coordenação - Profª. Teresa V. Heitor; Arquitectura - Arq. Maria Teresa Almeida, Arq. Paulo Street Domingues; Análise Histórica - Arq. João Vieira Caldas; Análise Construtiva e Estrutural - Prof. João Azevedo, Arq. Paulo Street Domingues; Levantamento - Eng. Ana Paula Falcão, Eng. Nuno Cerejeira ).

Observações

*1 - Construção dos portões de ferro efectuada na Serralharia do Lg. do Trem.

Autor e Data

Paulo Fernandes 2001

Actualização

 
 
 
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